Sessão tem sugestão de reforma eleitoral e de reforma do eleitor
Diante do terremoto político que sacudiu e paralisou o Brasil, os deputados sugeriram reformar o sistema eleitoral e reformar o eleitor. “Tem a reforma do eleitor, é o que tenho dito, ninguém está lá porque quis estar lá, várias outras pessoas votaram para que estivesse lá. Vamos falar sério”, argumentou Kennedy Nunes (PSD) durante a sessão desta terça-feira (23) da Assembleia Legislativa.
Maurício Eskudlark (PR) propôs reformar o sistema eleitoral. “A crise política é muito grande, precisa de uma mudança geral, mudar a legislação eleitoral, isso é uma afronta ao cidadão, não podemos aceitar”, avaliou o deputado, que ironizou os apoiadores de Aécio Neves e Lula da Silva. “Os (eleitores) do Aécio viram que ele não era bom e querem que vá para a cadeia, os de Lula viram que é corrupto, mas querem que volte a governar o país”.
Fernando Coruja (PMDB) concordou com os colegas. “Tem razão o deputado Eskudlark, precisa mudar o Brasil, mudar as pessoas, mudar a prática, mudanças de várias ordens, na legislação, na forma de encarar a política, no financiamento de campanhas, mas a vida segue”, avaliou o representante da Serra.
A importância das abelhas
Padre Pedro Baldissera (PT) defendeu na tribuna a importância das abelhas para o ecossistema terrestre. “O fim da abelha será o fim da reprodução de todas as espécies na natureza, o fim da produção de alimentos, elas são estratégicas e vitais para a manutenção da vida”, declarou Padre Pedro, que destacou o papel do apicultor. “Ele dá amparo às abelhas nos períodos mais complexos e mais difíceis, como o inverno, para que no período posterior elas possam dar retorno”.
O representante de Guaraciaba lembrou que cerca de 2/3 da alimentação humana depende direta ou indiretamente da polinização feita pelos insetos. “A deficiência na polinização já causa 60 bi de dólares de prejuízo”, informou o deputado, que também destacou o efeito do “uso indiscriminado de agrotóxicos” na redução das abelhas.
Impeachment de Colombo
Dirceu Dresch repercutiu o protocolo, pelo PSol de mais um pedido de impedimento do governador Raimundo Colombo. “Diziam que este governo passava longe dos problemas que o Brasil tinha, mas mentira tem perna curta”, declarou Dresch, que cobrou apuração dos fatos relacionados às delações de executivos da Odebrecht e da JBS “O governador Raimundo Colombo precisa explicar com segurança, não com falas, mas com provas”, avisou Dresch.
O deputado enumerou detalhes da delação da JBS, as reuniões, a perspectiva dos recursos para campanhas e os “dois milhões do Angeloni”. Ele também revelou que a Bancada do Partido dos Trabalhadores exigirá respostas. “Estamos construindo uma nota da nossa bancada, a sociedade exige respostas convincentes sobre isso tudo”, afirmou o representante de Saudades, que explicou que o pedido de impeachment do PSol está baseado “nos recursos da Celesc desviados para o Fundosocial”.
Diferente dos outros
Dresch defendeu na tribuna que a situação do ex-presidente Lula não é a mesma do presidente Michel Temer e do senador afastado Aécio Neves (PSDB/MG). “O tal de triplex que agora se está provando que não é do presidente Lula, queremos provas, sem provas não se condena ninguém”, discursou Dresch, que acusou Temer e Aécio de comandar o golpe contra Dilma Rousseff em 2016.
Para o deputado, trata-se de uma armação nacional. “O grande mestre é a Rede Globo, já derrubou vários presidentes que não atendiam suas expectativas, operaram historicamente durante o processo de privatização durante a era FHC, dizem que todo mundo é igual, não é verdade”, garantiu o parlamentar, que previu que o afastamento da ex-presidente “custou, continua custando e vai custar caro, principalmente para os trabalhadores mais pobres”.
Eleição direta para presidente
Ana Paula Lima (PT) propôs eleição direta para presidente como fórmula para equacionar a crise. “Mais de 90% dos brasileiros defendem que a saída para a crise é a eleição direta, isso é defender a democracia, todo poder emana do povo, mas pensam primeiro no seu interesse, querem se apropriar do estado para resolver os seus problemas, querem eleições indiretas para continuar o ataque aos direitos dos trabalhadores, querem continuar as safadezas”, advertiu Ana Paula.
Para ela, um governo eleito indiretamente carecerá de legitimidade. “Nosso compromisso é com o povo brasileiro, o PMDB e o PSDB estão destruindo o nosso país, somente o voto popular tem condições de restabelecer a legitimidade”, enfatizou a representante de Blumenau.
Rodovias federais
Mauricio Eskudlark elogiou a conservação das rodovias federais no estado. “Algumas rodovias federais estão em boas condições, no Oeste a situação é mais caótica, mas o Dnit tem realizado melhorias, autorizou a reabilitação da BR-282 entre Ponte Serrada e Chapecó”, contou o deputado, que lamentou a situação da BR-163, entre São Miguel do Oeste e Dionísio Cerqueira. “O governo não tem liberado os recursos para a BR-163”, pontuou o representante do Partido da República.
Rodovia estadual
Fernando Coruja (PMDB) informou que pedirá informações ao Executivo sobre as fissuras que apareceram na rodovia que liga Lages a São Joaquim, recém inaugurada. “Foi uma das poucas rodovias que o governo conseguiu entregar na região Serrana, ficou pronta, mas logo em seguida apareceram problemas, fissuras, vamos fazer um pedido de informações”, indicou Coruja.
Boicote aos produtos JBS
Maurício Eskudlark criticou o boicote aos produtos JBS, que circula com força nas redes sociais. “Discordo do boicote, a JBS tem frigoríficos no Brasil inteiro, o de São Miguel do Oeste abate 2 mil suínos por dia, tem 300 funcionários, é muito importante, então para que punirmos os empregados, somente 40% das ações pertencem a JBS, 60% são de outros acionistas”, alertou o deputado, que lembrou que a produção de suínos acontece de forma integrada com agricultores familiares.
Agência AL