Sessão tem manifestações sobre indicação de diretor de hospital
A indicação do diretor do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, foi um dos temas dos pronunciamentos dos deputados na sessão ordinária da Assembleia Legislativa, na tarde desta quarta-feira (10).
Sem citar nomes, o deputado Bruno Souza (Novo) criticou a indicação de Maximiliano de Oliveira para o cargo. O indicado foi diretor do hospital de Nova Trento e candidato a prefeito no município nas últimas eleições.
“Se não foi indicação feita por politicagem, quero que me respondam: não havia ninguém competente, dentro do hospital, para assumir a direção?”, questionou o parlamentar. “Quais os critérios usados para indicar, se está sendo feita para agradar algum político, se o Executivo está atendendo políticos e não o interesse da saúde das crianças. Essa nova fase do governo não pode incluir brincar com a saúde dos catarinenses e muito menos com a saúde das crianças.”
Mauricio Eskudlark (PL) defendeu a indicação de Oliveira. Para o deputado, trata-se de um dos melhores administradores hospitalares de Santa Catarina, que transformou o hospital de Nova Trento.
“Não sei quem está brigando para ficar com o cargo. Mas sei dizer que se o hospital já é bom, será melhor ainda se o Max permanecer”, disse. “Temos excelentes profissionais no poder público, mas temos aqueles que não querem a mudança.”
Superávit questionado
Em seu pronunciamento, Bruno Souza também criticou o fato de o governo ter comemorado o superávit de R$ 1,8 bilhão nas contas do Estado, no ano passado. Para o deputado, esses números só foram obtidos porque Santa Catarina recebeu quase o dobro de recursos da União, no comparativo com 2019, além de não ter pago as parcelas da dívida com o governo federal.
“O governo não gastou menos e isso é preocupante”, disse. “Não é que arrecadou mais, o governo tirou mais dinheiro do bolso dos catarinenses. Me parece um tanto imoral comemorar porque as pessoas pagaram mais impostos.”
Vacinação na educação
A deputada Luciane Carminatti (PT) defendeu o Projeto de Lei (PL) 2/2021, de autoria da Bancada do PT, que trata da vacinação prioritária contra a Covid-19 para os trabalhadores da educação, em virtude do retorno das aulas presenciais.
A parlamentar citou 20 motivos para que professores e demais profissionais da área sejam imunizados para que as atividades presenciais possam ser retomadas, entre elas o pedido, por parte da Unicef, para a inclusão desses trabalhadores como prioridade, logo depois dos profissionais da saúde; a necessidade da reabertura das escolas; o reconhecimento da educação como atividade essencial; entre outros motivos.
Para a deputada, com as doses já disponíveis, é possível atender a essa demanda. “Não estamos pedindo para tirar daqui e pôr ali, apenas estamos fazendo uma comparação para ver o quanto é possível o retorno seguro às aulas”, comentou.
Máscaras em crianças
Fernando Krelling (MDB) defendeu que o Estado libere do uso de máscara crianças de dois a cinco anos de idade que frequentam o ensino infantil. Segundo o parlamentar, a OMS e a Unicef já desaconselharam o uso dessa proteção em crianças abaixo de cinco anos.
“Não existem evidencias de que o uso de máscara em crianças seja vantajoso”, disse. “Devemos ter o controle com outras medidas, como a questão do distanciamento e outros cuidados para evitar a contaminação.”
Julgamento do impeachment
Kennedy Nunes (PSD) cobrou do presidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), desembargador Ricardo Roesler, a definição da data da sessão de julgamento do segundo pedido de impeachment contra o governador Carlos Moisés da Silva (PSL), referente ao caso dos respiradores. Conforme o deputado, o TJSC emitiu nota informando que aguarda a chegada de documentos do Superior Tribunal de Justiça (STJ), referentes à investigação sobre o governador, para marcar a data.
Kennedy afirmou que desembargadores o procuraram para informar que os cinco magistrados que integram o tribunal de julgamento do impeachment, desde o dia que foram sorteados pera a função, não receberam mais nenhum processo para julgar. “Os outros [desembargadores] acabam recebendo toda a carga de distribuição de processos. É algo que traz problemas para o Tribunal de Justiça”, disse.
Quadras esportivas
Marcius Machado (PL) pediu ao governo estadual a reabertura das quadras esportivas, em especial aos campos de grama sintética. “Precisamos reabrir com regras para que esses empresários possam a voltar a ter a sua renda. É possível retomar com zelo, com cuidado. O exercício físico é importante para aumentar a imunidade”, disse o deputado, que recebeu o apoio de Mauricio Eskudlark.
Repúdio a denúncia de transfobia
O deputado Jessé Lopes (PSL) manifestou repúdio à denúncia feita por um casal catarinense que acusou um hospital de Jaraguá do Sul de transfobia, após o nascimento do filho. O hospital colocou o nome do pai, um homem transexual que deu à luz ao filho, no campo destinado ao nome da mãe. O parlamentar classificou a denúncia como bizarra.
“Façam o que quiserem de suas vidas, mas não podemos mudar toda uma cultura, um sistema, em detrimento da vontade de meia dúzia de pessoas”, disse o parlamentar. “Pessoas que não se aceitaram como são, mas obrigam o cidadão a aceitar o que eles querem ser que não são. Eles podem ser o que quiserem, mas não podem exigir coisas absurdas.”
Agência AL