Sessão tem críticas a Bolsonaro e ao passaporte vacinal
Críticas ao presidente Jair Bolsonaro e ao passaporte vacinal marcaram a sessão de terça-feira (30) da Assembleia Legislativa.
“Com Bolsonaro o Brasil voltou ao mapa da fome. Segundo o Ministério da Saúde, 26% das crianças de dois a nove anos têm acesso a três refeições por dia, em 2015 eram 76%. Olha aí o tamanho do retrocesso, chegamos hoje a 19 milhões passando fome e 116 milhões em situação de insegurança alimentar”, lamentou Fabiano da Luz (PT).
Segundo o ex-prefeito de Pinhalzinho, o país está perdendo bilhões de reais com Bolsonaro na presidência.
“O Brasil depende das relações internacionais e o fato de falar besteiras contra a China, mas quem coordena o setor marítimo é a China e todo atraso impacta muito os empresários”, informou Fabiano.
O deputado afirmou que a Europa não investe mais no Brasil porque aqui o povo voltou a passar fome e exibiu na tribuna fotos das filas de automóveis para entrar na Argentina via Dionísio Cerqueira para abastecer e ir ao supermercado.
“Lá a gasolina custa R$ 2,94; o Diesel, R$ 2,72; óleo de cozinha, R$ 5 o litro; botijão de gás, R$ 24,50”, relatou Fabiano, que ponderou a incompetência de Bolsonaro para governar o país, razão pela qual apenas 19% de brasileiros ainda consideram o governo bom ou ótimo.
Jessé Lopes (PSL), com ironia, concordou com o colega.
“Quero compactuar quando diz que não está tendo investimento externo e que por isso o dólar está alto, mas quem é quem vai investir em um país em que foram proibidos de trabalhar”, questionou Jessé, aludindo à quarentena decretada em 2020.
Por outro lado, o representante do PSL criticou a exigência do passaporte sanitário em municípios catarinenses.
“Jamais fui contra a vacinação, sempre fui contra a obrigatoriedade em meio à incerteza, e muito mais contra algum tipo de sanção aos não vacinados. O Conselho Regional de Medicina (CRM) é contra; o Conselho Federal de Medicina (CFM) é contra; a OMS é contra e a Unesco é contra”, relacionou Jessé.
Além disso, o parlamentar garantiu que a exigência do passaporte é um desastre para a economia e o primeiro passo para o controle das pessoas.
“É teoria da conspiração. Será? O Tribunal de Justiça (TJSC) está abrindo processo contra servidores, um absurdo querer controlar a vida das pessoas e perseguindo funcionários que não se vacinaram”, reclamou o parlamentar, que anunciou o protocolo de projeto de lei responsabilizando o agente público que obrigar servidor a se vacinar, caso algo grave aconteça ao servidor.
Prestando contas
Altair Silva (PP), que reassumiu o mandato para subscrever as chamadas emendas impositivas, fez um relato dos programas executados pela Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca.
De acordo com Altair, a Agricultura está investindo R$ 300 mi em resiliência hídrica no Oeste, com os agricultores acessando os recursos através da Epagri, que orienta o investimento na preservação das nascentes e no armazenamento de água.
O ex-secretário também destacou a distribuição de calcário, sementes, kit forrageira e ki apicultura; a capacitação de jovens e mulheres para a gestão do agronegócio; o controle da brucelose e da tuberculose; a regularização fundiária e o cultivo dos chamados cereais de inverno, principalmente trigo.
Maurício Eskudlark (PL) elogiou o colega.
“Quero parabenizar as ações frente à Secretaria, trabalho técnico e qualificado”, avaliou.
Fim das máscaras para crianças
Bruno Souza (Novo) defendeu o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras pelas crianças nas escolas, enquanto países voltam a fechar fronteiras e impor restrições por causa da variante omicron, supostamente mais transmissível que as variantes circulantes.
“As crianças são menos suscetíveis a se contaminar e a contagiar os outros. Por que a Secretaria de Estado da Educação (SED) não libera de uma vez, como acabou de fazer Porto Alegre? Por que não temos coragem de sair na frente, de sermos pioneiros?”, questionou Bruno Souza, informando em seguida que protocolará outra indicação sugerindo abolir o uso de máscaras pelas crianças nas escolas.
Dinheiro do estado na BR-282
Bruno Souza criticou a hipótese de o governo do estado investir dinheiro do estado para melhorar a trafegabilidade da BR-282, assim como faz com a BR-470, BR-280 e BR-163.
“Se escolhemos colocar aqui, estamos escolhendo não colocar ali”, avaliou Bruno, que lembrou as péssimas condições das rodovias estaduais.
Agência AL