Plenário apela para Celesc adiar aumento e faz defesa da liberdade de expressão
Deputados apelaram à Celesc para postergar aumento de mais de 8% na energia elétrica e defenderam a liberdade de expressão na sessão de terça-feira (25) da Assembleia Legislativa.
“Me preocupa a questão de manter o reajuste, no mínimo tem de ser suspenso, nossa população tem sofrido com essa pandemia, perdemos milhares de postos de trabalho, chegamos a dois mil óbitos, apelo para que esse reajuste seja no mínimo postergado”, propôs Jair Miotto (PSC).
O deputado destacou a decisão da empresa de excluir dos cortes os consumidores com tarifa social e de protelar os cortes dos demais inadimplentes.
“O corte não está sendo feito”, reforçou Miotto.
Ada de Luca (MDB) também ponderou a inoportunidade do aumento e dos cortes.
“Quero repudiar o aumento da tarifa da energia elétrica, da mesma forma repudiar o corte para os inadimplentes numa época de tanta desgraça”, declarou Ada, acrescentando que a Celesc pediu autorização à Aneel para reajustar a tarifa em 16%.
“O Procon determinou a suspensão do aumento, parabéns ao Procon, o consumidor numa época dessa já não tem dinheiro nem para comer”, enfatizou a deputada.
Já a deputada Ana Campagnolo (PSL) lamentou as enxurradas de críticas que foi alvo uma aluna de Psicologia da Univali que denunciou o professor que exibiu em aula virtual uma bandeira identificada com a causa gay.
“Assistindo uma vídeo-aula ela presenciou que o professor tinha atrás da sua aula uma bandeira do movimento LGBT. A aluna tirou um print e colocou ali (nas redes sociais), é o direito de expressão da aluna”, alertou Ana.
Segundo a representante do PSL, logo após a publicação teve início uma ação coordenada para destruir a reputação da aluna. De acordo com Ana, primeiro vieram as notas de repúdio das instituições, “para intimidar uma aluna”; depois vieram as matérias em jornais; e por fim a invasão das redes sociais da aluna “para atacá-la”.
Jessé Lopes (PSL) e Paulinha (PDT) também defenderam a liberdade de expressão da acadêmica.
“Uma aluna não pode contestar uma bandeira LGBT que o professor está usando?”, questionou Jessé, destacando em seguida que “uma psicóloga em Tubarão quase teve o registro cassado porque fez um vídeo de um minuto falando mal da identidade de gênero” e que a Comissão de Direitos Homoafetivos da OAB/SC cobrou a expulsão compulsória de um promotor contrário à união homoafetiva.
“Ainda que discorde em muito da forma ideológica, me coloco solidária pelos xingamentos, aquela que pensa diferente não pode ser tratada dessa forma, ninguém pode ser tratada dessa forma”, acompanhou Paulinha, líder do governo.
Volta às aulas
Sargento Lima (PSL) noticiou que protocolou projeto de lei relativo ao retorno das aulas nos centros de educação infantil.
“É uma brincadeira o que está sendo feito hoje, praticamente fechando uma escola por dia. Não podemos deixar que governadores e prefeitos tenham a oportunidade de tratar o cidadão como idiota, que não consegue cuidar da própria vida. (Os pais) estão deixando seus filhos nas casas de estranhos, não levam mais para a escola que tem profissional habilitado, levam para creches clandestinas, cuidadas sabe Deus por quem”, descreveu Lima.
Os deputados Maurício Eskudlark (PL), Kennedy Nunes (PSD) e Ivan Naatz (PL) apoiaram a iniciativa do colega.
“É preciso deixar a critério dos municípios, dividir a responsabilidade com os empresários que querem trabalhar, que querem reerguer, os pais e educadores que tomem essa decisão”, manifestou Eskudlark.
“Em menos de quatro meses o ensino particular de Joinville fechou quase 500 vagas, sendo que a escola infantil teve 278 cortes, quase 50% dos novos desempregados foram do ensino infantil”, informou Kennedy.
“Precisamos trabalhar, a gente precisa trabalhar, vamos voltar a gerar emprego”, defendeu Ivan Naatz.
Elogio a Bolsonaro
Ivan Naatz elogiou a atuação do presidente Bolsonaro diante da crise do coronavírus.
“É inacreditável como tentam carimbar o presidente pelas mortes ou pela crise econômica, que culpa tem o presidente pelas mortes que acontecem no país? Santa Catarina recebeu R$ 2,2 bi para enfrentar a Covid; recebeu isenção de pagamento de dívida da União; o presidente tem feito tudo o que pode para enfrentar a Covid, tem feito das tripas e coração para o país não parar”, avaliou Naatz.
Ana Campagnolo também se solidarizou com o presidente e rebateu críticas de que Bolsonaro não teria manifestado solidariedade às vítimas em reunião que celebrou o “Brasil vencendo a Covid”, exibindo um vídeo do evento com um minuto de silêncio pelas vítimas.
Além disso, Ana ressaltou que o governo federal repassou ao estado R$ 2,69 bi para combater a pandemia, sendo que R$ 102 mi foram direto para os municípios.
Dia do soldado
Kennedy Nunes lembrou a passagem do dia do soldado, celebrado neste 25 de agosto.
“Queria prestar continência, esta Casa presta continência pelo trabalho fantástico que vocês fazem.”
Filhos do Contestado completam 103 anos
Luciane Carminatti (PT) repercutiu a passagem de 103 anos de fundação dos municípios herdeiros do Contestado, isto é, Chapecó, Cruzeiro (depois Joaçaba), Mafra e Porto União, todos criados em 1917, após o fim da guerra fratricida.
“Hoje Chapecó completa 103 anos de fundação. Nasci, me criei, tive três filhos e vivo em Chapecó até hoje”, afirmou Carminatti, destacando que o município tem ofertas de empregos e crescimento econômico acima da média estadual.
“Chapecó foi a única cidade a chegar em junho com saldo positivo de vagas, com 1,7 mil postos de trabalho”, comemorou a deputada, que citou cinco obras fundamentais para a Capital do Oeste. “A nova rota do milho, duplicação da BR-282, contorno viário leste, novo aeroporto e sistema de abastecimento robusto para enfrentar a estiagem”.
“Quero parabenizar Chapecó, uma bela cidade, um belo traçado, me lembra muito o traçado de Brasília”, pontuou Ada de Luca.
“Fui para Chapecó fazer faculdade e o Instituto Teológico, minha esposa é chapecoense orgulhosamente”, revelou Jair Miotto, que parabenizou os chapecoenses.
“Já pertenceu ao Paraná, aos Campos de Palmas e passou a fazer parte do território catarinense. É uma cidade de empreendedores, do associativismo e do cooperativismo, a cidade que mais industrializa e exporta carne. Polo educacional, da indústria da construção civil e de prestação de serviços, Chapecó tem um setor empresarial organizado”, garantiu Altair Silva (PP), que também cumprimentou os habitantes de Joaçaba, Mafra e Porto União.
“Quero saudar o povo de Chapecó que comemora seus 103 anos de emancipação política-administrativa. Sou natural de Chapecó e não tive a mesma oportunidade e sorte de muitos chapecoenses de poderem aqui se instalarem, viverem e construírem suas histórias, tive de sair cedo para buscar minha profissionalização”, rememorou Padre Pedro Baldissera (PT).
Educação em casa
Bruno Souza (Novo) repercutiu aprovação pela Comissão de Educação, Cultura e Desporto de projeto de sua autoria que regulamenta o ensino domiciliar.
“Temos o poder de tirar de cima das famílias a arbitrariedade do estado”, argumentou Bruno, referindo-se ao assédio legal sofrido pelas famílias que optam pelo ensino domiciliar.
Nota “C” do Tesouro Nacional
Jessé Lopes criticou o atual governo pela nota “C” atribuída à situação econômica do estado pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN).
Coronel Mocellin (PSL) corrigiu o colega e mostrou que a nota “C” foi atribuída ao estado em 2016. “Não é verdadeiro que nos anos anteriores era letra era “A” e agora é “C””, observou o representante de Itajaí.
“Ah, se minha mãe pudesse, dava um puxão de orelha no estado por essa nota, mas não é o atual governo, é uma tendência que vem se perpetuando com a degeneração das contas públicas”, opinou Bruno Souza.
UTIs em SC
Coronel Mocellin informou que o estado passou de 547 leitos de UTIs em março, para 1.183 em agosto, totalizando um crescimento de 112% no período.
Agência AL