Sessão especial marca na Assembleia Legislativa a Semana da Consciência Negra
O Dia Nacional da Consciência Negra no Brasil, celebrado em 20 de novembro, é dedicado a Zumbi dos Palmares, morto nesta mesma data, no ano de 1695. Considerado um dos principais representantes da resistência negra à escravidão na época do Brasil Colonial, Zumbi dos Palmares deixou um legado forte para a causa anti-racista. Diante de fatos importantes como este, o Legislativo catarinense, por solicitação dos parlamentares Sandro Silva (PPS) e Angela Albino (PCdoB), prestaram na noite de quinta-feira (29) uma homenagem a todos os ativistas que lutam pela igualdade racial.
Ao fazer um breve resgate da história do Quilombo no Brasil, Angela ressaltou que o maior sonho da comunidade negra naquela época era viver em liberdade de convivência entre brancos, negros e índios. Para a parlamentar, é preciso também comemorar a liberdade e a confraternização de uma sociedade mais fraterna. Porém, Angela salienta que muito ainda precisa ser feito para acabar com o racismo.
“Mesmo com tantas conquistas ao longo desses anos, é possível identificar que a população negra ainda sofre com a desigualdade no Brasil. No campo profissional, em Santa Catarina, as mulheres negras chegam a receber 60% a menos do que um homem branco, apenas porque são mulheres e negras”, exemplificou.
Legado de Zumbi precisa ter continuidade
Já o deputado Sandro mencionou que o legado de perseverança deixado por Zumbi dos Palmares precisa ter continuidade. Segundo ele, a luta deste negro busca a igualdade do ser humano, com espaço e direitos iguais. “O Brasil infelizmente ainda é um país com vários tipos de preconceitos, que precisam ser quebrados. Esta data que propõe a reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira vai ao encontro do nosso trabalho pela igualdade visando minimizar ou extinguir o preconceito racial”, declarou.
Representando os homenageados, Wanda Pinedo afirmou que esta é uma data de reflexão para a sociedade em geral, não apenas para os negros. “Engana-se aqueles que pensam que o Dia da Consciência Negra é para os negros. Nós, negros, sofremos o racismo, mas não o criamos. O racismo é uma ferramenta do capitalismo que permite aos poderosos lucrarem com a desigualdade, porém esses 500 anos de luta são pertinentes”, frisou.
Ao fim dos pronunciamentos, os homenagedos, com destaque para o ex-funcionário do Poder Legislativo, o jornalista Moisés de Souza Madeira (in memoriam), receberam uma placa comemorativa em reconhecimento a luta pela igualdade social. (Tatiani Magalhães)
Os homenageados:
- Anderson Luiz Costa e Souza, ativista e liderança comunitária, com atuação forte com a juventude no meio cultural
- Jorge Noé Vizeu da Silva - Preto Bonito, empresário comprometido com a luta antirracista
- Murilo da Silva, ativista e liderança comunitária
- Nelson Padilha, educador e ativista
- Moisés de Souza Madeira (in memoriam), jornalista, líder comunitário e comprometido com a luta antirracista.
- Juan Carlos Pinedo (in memoriam), ativista e liderança do Movimento Negro Unificado
- Dagmar Pereira, movimento negro de Biguaçu
- Marcos Canetta, sócio-fundador do Instituto Liberdade
- Marilú Lima de Oliveira, coordenadora do Programa Antonieta de Barros da Assembleia Legislativa.