Sessão marca 70 anos do início das operações da FEB na 2ª Guerra Mundial
A Assembleia Legislativa de Santa Catarina, por iniciativa da mesa diretora, promoveu na noite desta quarta-feira (5) sessão especial em comemoração aos 70 anos do início das operações da Força Expedicionária Brasileira (FEB) nos campos de batalha na Europa durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O evento, realizado no Plenário Deputado Osni Régis, foi prestigiado por autoridades militares e civis.
A Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira - Seção Regional de Florianópolis, representada pelo presidente da entidade, o ex-combatente Alcides Basso, de 92 anos, foi homenageada pelo Poder Legislativo estadual.
O 1º vice-presidente da Casa, deputado Joares Ponticelli (PP), destacou a importância de trazer à memória da sociedade catarinense episódios e personagens históricos. "Espero que, por meio do exemplo de doação da vida de ilustres catarinenses e brasileiros, as futuras gerações mantenham sempre no coração o amor à liberdade, a devoção e o espírito patriota demonstrados pelos expedicionários."
O comandante da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada, general de brigada Richard Fernandez Nunes, enalteceu a iniciativa do Parlamento catarinense. "Eventos dessa natureza contribuem de modo significativo para que as gerações atuais compreendam e valorizem o legado de sacrifício pelos ideais de democracia e liberdade deixado pelos nossos pracinhas", disse. "Contar a história não basta. Reverenciar aqueles que combateram nesse conflito, sacrificando suas vidas ou sobrevivendo a essa experiência trágica sem precedentes, é cooperar com a causa da liberdade, contribuir para que a paz prevaleça em um mundo assolado por conflitos motivados pela intolerância e por interesses inconciliáveis", acrescentou.
O primeiro escalão da FEB desembarcou na Itália em julho de 1944. Era constituído por 5.075 homens, compreendendo um regimento de infantaria, um grupo de artilharia, uma companhia de engenharia e diversas unidades de apoio. Sua missão era romper a "linha gótica", a última defesa nazista na Itália antes de se entrar em território alemão. Entre as principais conquistas dos militares brasileiros estão a batalha de Monte Castelo e a tomada de Montese, em 21 de fevereiro e 15 de abril de 1945, respectivamente.
Cerca de 25 mil homens integraram a Força Expedicionária Brasileira entre 1944 e 1945, em saga que durou sete meses e 19 dias. Desses, 956 eram soldados catarinenses. Aproximadamente 500 militares brasileiros morreram em combate. "Com um misto de admiração, respeito e gratidão, evocamos os feitos heroicos dos pracinhas. A cobra fumou e voltará a fumar toda vez que a soberania de nossa pátria for atingida e os ideais de democracia e liberdade estiverem ameaçados", ressaltou o general Nunes, fazendo referência ao brasão da FEB, com heráldica que representa uma cobra com um cachimbo, em alusão àqueles que diziam que o Brasil só iria à guerra se uma cobra fumasse.
Em nome do governador Raimundo Colombo, o secretário adjunto da Secretaria de Estado de Segurança Pública, coronel Fernando Rodrigues de Menezes, também prestou homenagem aos combatentes da FEB. “Após o transcurso de muitas décadas, reverenciamos esses verdadeiros heróis, não personagens, mas pessoas reais que expuseram suas vidas a um estimado risco para defender a pátria de todos os brasileiros.”
A solenidade contou com a participação da banda de música da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada, regida pelo primeiro-tenente Denir Figueiredo. Destaque para a apresentação da "Canção do Expedicionário", com letra de Guilherme de Almeida e música de Spartaco Rossi.
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