Seminário sobre educação inclusiva do autista reúne 450 pessoas em Imbituba
O interesse em disseminar o conhecimento voltado às atividades lúdicas que possam auxiliar no desenvolvimento e na inclusão de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) foi a proposta do seminário "Autismo e os desafios da educação inclusiva", realizado nesta segunda-feira (9), em Imbituba, no Sul do estado.
De iniciativa da Assembleia Legislativa, por intermédio da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, com o apoio da Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira, o evento reuniu aproximadamente 450 pessoas, entre pais, professores, representantes de entidades e da sociedade civil que atuam neste segmento, defendendo os direitos da pessoa com deficiência nas esferas municipal e estadual.
Em consideração aos 70 milhões de pessoas com autismo no mundo, segundo os dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o encontro busca, além de ampliar o conhecimento, almejar avanços significativos na área da inclusão social, pois mesmo com uma presença significativa de pessoas com TEA nas mais diversas atividades, elas ainda encontram dificuldades para assegurar seus direitos básicos. Neste sentido, o seminário apresentou ao longo do dia duas palestras: “Autismo na escola: um jeito diferente de aprender, um jeito diferente de ensinar” e “Autismo: ideias e práticas inclusivas”, ministradas pelo psicopedagogo Eugênio Cunha.
Ao prestigiar o evento e considerar que Santa Catarina tem apresentado avanços nas ações voltadas às pessoas com deficiência, o presidente da comissão, deputado José Nei Ascari (PSD), falou sobre a importância do discernimento da informação em eventos desse porte. “A presença do poder público, em conjunto com as Apaes, e a forte presença de profissionais comprometidos com a inclusão, tem gerado o conhecimento através da informação repassada em seminários e eventos do gênero.”
Na condição de anfitriã, a presidente da Associação dos Amigos dos Autistas de Imbituba, Rita Hipólito, afirmou que a iniciativa vem ao encontro das inúmeras dificuldades encontradas pelos pais no que tange a inclusão social, em especial na escola. Segundo ela, quanto mais se falar, passar informação, mais chances se tem para que uma criança autista não sofra preconceitos. “Quanto mais capacitados os professores estiverem, mas chance as crianças terão de desenvolver suas capacidades de interação com as demais crianças. Consequentemente, este mecanismo de aprendizado repercute positivamente na relação e desenvolvimento com os familiares. Esse é o processo para a independência desta criança”, ponderou.
Panorama das palestras
Na visão do professor Eugênio Cunha, a inclusão depende da compreensão e conhecimento, tanto do educador quanto dos pais, ao lidar com uma criança autista. Durante sua explanação, o profissional fez questão de reafirmar que a educação, o acesso a escola, é um direito de todos previsto na Constituição, independente da sua necessidade especial. “Precisamos lembrar que não basta ter o acesso, mas a capacidade de poder manter essa criança na escola, com uma educação adequada.”
Segundo Cunha, a necessidade de seminários direcionados a estes tratamentos é relevante na capacitação e aprimoramento dos profissionais direcionados à educação deste aluno para que ele se mantenha em uma escola de ensino regular. “A inclusão não é apenas uma atribuição da escola, ela é um direito do cidadão e está sob a responsabilidade de toda a sociedade. Para isso, precisamos de apoio político de outros setores da sociedade que possam contribuir com a escola na execução do projeto de inclusão.”
Durante sua palestra, Eugênio Cunha enfatizou que mudanças vêm acontecendo em relação à inclusão social, em especial em Santa Catarina, onde inúmeras ações são notórias. “Temos um grande caminho a percorrer para que todas as crianças fiquem asseguradas da inclusão e atendimento capacitado, mas o interesse de profissionais da área, aliado à intervenção do poder público e das entidades, tem contribuído para o progresso.”
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