Evento propõe integração das ações de combate ao tráfico de pessoas

Ampliar os conhecimentos de quem atua na area de combate ao desaparecimento e tráfico de pessoas foi a proposta dos palestrantes que participaram do evento, promovido pela Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira, na tarde desta quinta-feira (29), na Assembleia Legislativa. Com diferentes abordagens relacionadas ao tema, quatro profissionais de segmentos ligados a questão contribuíram com seus conhecimentos para carta de encaminhamentos que será elaborada e em caminhada ao governo do Estado.

Ao discorrer sobre os exemplos e as sugestões apresentadas no decorrer do dia, a coordenadora do seminário, Argiró Colombi, ressaltou que ao disseminar as ações que estão acontecendo no país em relação a pessoas desaparecidas e trágico de pessoas é possível articular para que haja uma maneira melhor de divulgar e encontrar os desaparecidos e traficados. Segundo a gestora, o teor da carta que será elaborada juntamente com os participantes, com encaminhamentos que fortaleçam a causa, servirá para que as coisas possam acontecer com efetividade e não com ações tão fragmentadas. "O que observamos aqui foi que as ações não estão integradas. Precisamos avançar, e para isso contamos com a sociedade e o nosso maior parceiro, o Poder Executivo", mencionou.

Palestras
Com a apresentação de uma pesquisa global, realizada sobre o tema, em diferentes países, a assistente social Kátia Mello Dantas abordou "O Desaparecimento e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes". Em sua explanação, Kátia pontuou que, ao fazer uma comparação com os demais países, o Brasil está entre os melhores em divulgação de pessoas desaparecidas, com grande empenho. Porém, segunda ela, a falta de uma diretriz nacional, com uma política nacional integral, torna os sistemas deficientes. "Precisamos de um sistema que trate do desaparecimento, em especial os de crianças, de uma maneira mais abrangente. O que vemos nos países mais estruturados é que cada profissional que atua na causa sabe onde começa e onde termina sua função. Precisamos de um sistema nacional, onde as pessoas possam saber onde recorrer", acredita.

Ao participar do seminário, a promotora de Justiça de São Paulo, Eliane Vendraminin apresentou o "Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (PLID)",  implantado na capital paulista. Com um apelo para que o estado de Santa Catarina venha aderir ao programa, a promotora explicou que conveniado ao Ministério Público do Rio de Janeiro e do Pará até o momento oferece um banco de dados próprio, onde é possível em tempo real toda a estatística social do problema, onde, como e porque estão desaparecendo, e assim solicitar políticas públicas. "Ao observar problemas de política publica, o Ministério Público tem o poder e dever de incorporar ou mudar a política pública coletiva."  

Já o "Processo de Identificação dos Moradores", em Santa Catarina foi abordado pelo titular da Delegacia de Polícia de Pessoas Desaparecidas, Wanderley Redondo. Em sua palestra, o delegado ressaltou a necessidade de articulação entre poder público e entidades civis organizadas em ações para reduzir os casos de desaparecimentos no Brasil e em Santa Catarina. Na ocasião, Wanderley informou que mais de 200 mil pessoas somem anualmente no país, sendo que do total, 40 mil são crianças e adolescentes. "Com esse programa que visa durante a identificação dos moradores de rua identificá-los através de documento ou coleta de DNA queremos diminuir os casos de desaparecidos, uma vez que a identificação será inserida no sistema. Essa catalogação vai contribuir para localização de pessoas, sendo que dados oficiais registram aproximadamente 5,5 mil pessoas desaparecidas no estado.

Com o tema "Órfãos do Brasil", a jornalista Mônica Foltram encerrou os trabalhos. Entre as palestras, uma mesa redonda foi realizada para troca de ideias.

Contatos
Programa SOS Desaparecidos da Polícia Militar

(48) 3229-6715 e (48) 9156-8264 | desaparecidos@pm.sc.gov.br

| www.pm.sc.gov.br/desaparecidos | Facebook: sosdesaparecidospmsc

Delegacia de Polícia de Pessoas Desaparecidas (DPPD)

Disque-denúncia: 181 | (48) 3665-5595 | desaparecidos@pc.sc.gov.br

Grupo de Apoio aos Familiares de Desaparecidos (Gafad)

(48) 9845-4555 | ggafad@gmail.com | Facebook:

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