Seminário em Florianópolis aborda a saúde do trabalhador em educação
De acordo com a Secretaria de Estado da Educação (SED), a cada dia, em média, 25 profissionais da rede estadual de ensino apresentam pedidos de afastamento por motivos de saúde. Destes, resultaram até setembro deste ano, em 2,5 mil professores fora de sala de aula.
Os dados foram apresentados na manhã desta quarta-feira (30), durante um seminário realizado em Florianópolis justamente com o objetivo de debater as principais causas de adoecimentos nas escolas, formas de prevenção, e a assistência em saúde prestada pelo Estado.
O evento, realizado no Instituto Estadual de Educação, conta com a promoção da Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Assembleia Legislativa e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte-SC).
Conforme a presidente da Comissão de Educação, Luciane Carminatti (PT), ainda que sejam comuns os problemas com a voz, com a coluna, e de saúde mental, entre os educadores catarinenses, ainda faltam informações mais precisas sobre as causas que leva os professores ao adoecimento.
Em face desta lacuna, disse, um dos objetivos da comissão é justamente colher subsídios para propor novas políticas públicas para o setor. “Precisamos primeiro compreender essa dimensão do trabalho na carreira do profissional de educação. A seguir, buscaremos, a partir de experiências de governo do Estado, de prefeitura, de ações sindicais que já estão dando certo para que possamos apresentar, de fato, um programa de formação permanente de prevenção à saúde.”
Para o Sinte-SC, além da indisciplina nas salas de aula e das restrições de pensamento às quais muitas vezes é submetido, também pesa ao educador o excesso de carga de trabalho.
Na condição de secretária de Saúde dos Trabalhadores em Educação do Sinte-SC, Luzia Biancato Alberton afirma que não são raros os casos em que professores contratados temporariamente são escalados para atuar em até seis escolas diferentes em uma semana.
Além das dificuldades com o deslocamento, explica, o profissional nesta situação também precisa dar conta de se adequar aos diferentes projetos político-pedagógicos e atividades extra-classe de cada unidade escolar. “Isso sobrecarrega o professor e o resultado é uma péssima qualidade de vida, que repercute também no ensino em sala de aula e no próprio Estado, que não realiza o seu objetivo principal que é fornecer uma educação pública de qualidade.”
Presente ao seminário, Marcos Vieira, que atua como diretor de Gestão de Pessoas da SED, afirmou que o governo está ciente da sobrecarga pela qual parte da categoria vem passando, mas que ainda busca levantar informações mais precisas para definir as ações a serem implementadas.
Para tanto, disse, há três meses foi criado um grupo de trabalho no âmbito da secretaria, que deve atuar até novembro. “Estamos no início da gestão, mas já constituímos esse grupo, em parceria com a Gerência de Saúde do Servidor, vinculada a Secretaria de Estado da Administração, com o propósito de tomar conhecimento do cenário e propor ações visando, primeiramente, resguardar a saúde do professor e, na sequência, buscar reduzir esse número de afastamentos.”
Agência AL