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07/03/2017 - 12h19min

Seminário debate organização e participação das mulheres na política

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Apresentação musical na abertura do seminário "Os Direitos das Mulheres – na Perspectiva dos Novos Tempos"

Com o Auditório Antonieta de Barros lotado de mulheres (mais de 500 pessoas), a Bancada Feminina da Assembleia Legislativa abriu, na manhã desta terça-feira (7), o seminário “Os Direitos das Mulheres – na Perspectiva dos Novos Tempos”. O evento integra a agenda de comemorações ao 8 de março, Dia Internacional da Mulher, e tem como principal atração a palestra da filósofa e escritora Márcia Tiburi.

A construção do seminário é uma contribuição que a Bancada Feminina trouxe para a organização e o empoderamento das mulheres, de acordo com a coordenadora, deputada Ana Paula Lima (PT). “Há muitos anos a gente vem discutindo o dia 8 de março, não como dia de comemoração, mas como dia de reflexão, dia de vigiar os nossos direitos para que a gente não perca mais”, frisou. A deputada convocou as mulheres a que parem as suas atividades nesta quarta-feira e vão para as ruas para fazer o debate com a sociedade sobre a perda de direitos, principalmente na previdência social. “As mulheres têm que parar, repensar o seu papel, se empoderar para isso, para que a gente não perca mais do que já perdemos nos últimos anos.”

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Silvio Dreveck (PP), compareceu à abertura do seminário e destacou que se trata de um “dia marcante historicamente pelo que a mulher representa, pela sua contribuição pela família, pelo trabalho. Na grande maioria das vezes, a mulher trabalha mais que o homem, e nem sempre é reconhecida pelo seu trabalho e pela sua dedicação. Além do lado mais generoso e mais afetivo que a mulher tem.” As deputadas Dirce Heiderscheidt (PMDB) e Luciane Carminatti (PT), ambas integrantes da Bancada Feminina, também prestigiam o evento.

Márcia Tiburi
Doutora em Filosofia e autora de vários livros, Márcia Tiburi é professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro e colunista da Revista Cult. Ao palestrar no seminário, ela convocou as mulheres a participarem da política e falou sobre a necessidade de alterar a precariedade da representação feminina no Parlamento no Brasil. “Essa é uma das questões mais graves que a gente enfrenta no cenário nacional, o problema dos direitos que cada vez mais são aviltados, em um cenário que, a gente não pode esquecer, é um cenário de golpe, de um governo ilegítimo, que tem destruído os direitos das pessoas, sobretudo dos trabalhadores e das mulheres, que são todas trabalhadoras.”

Para aumentar a representatividade feminina, disse, é preciso estimular a participação na vida política, que é a vida pública, e também politizar a esfera doméstica. “A vida da casa também é uma vida política. A violência doméstica está relacionada à desigualdade doméstica. Então, é preciso politizar essa esfera e pensar na questão dos direitos já na vida doméstica”, ensinou.

Márcia Tiburi disse que é preciso pensar nos direitos na vida pública. “O direito de votar foi conquistado por mulheres no início do século 20 por mulheres que lutaram por isso. Hoje nós precisamos lutar pelo direito de ser votadas.” Ela incentivou que as mulheres se filiem a partidos políticos, sobretudo aos partidos que defendem a causa feminista. “A meu ver, o termo, a palavra de ordem neste momento, deveria ser ocupar. Assim como os estudantes estão ocupando, as mulheres deveriam ocupar. Ocupar os partidos, ocupar as ruas, ocupar os espaços de poder.”

Programação
O seminário segue no período da tarde, com a apresentação do case do Portal Catarinas e uma mesa de debates sobre os “Desafios para as mulheres em 2017: PEC 287 (fim da Previdência Social) e as mulheres no mundo do trabalho”.

8 de março
O movimento 8M BrasilSC organiza uma agenda de manifestação na Capital, nesta quarta-feira, dia da Greve Internacional de Mulheres. Haverá manifestações artísticas, debates e atendimento de profissionais das áreas de saúde e direito, no Largo da Alfândega.
Às 12h30, será feito o apitaço mundial das mulheres, seguido de ato em frente à agência do INSS, contra a reforma da previdência. A mobilização deve ser encerrada com a Marcha das Mulheres de Florianópolis, com saída do Ticen, às 19 horas.

Lisandrea Costa
Agência AL

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