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19/09/2019 - 11h11min

Seminário debate inclusão das pessoas com deficiência no mundo do trabalho

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Seminário aborda a diversidade da pessoa com deficiência e desafios para a inclusão no mercado de trabalho

A diversidade da pessoa com deficiência e seu protagonismo no mundo do trabalho pautam o seminário realizado nesta quinta-feira (19), no auditório do Ministério Público do Trabalho (MPT), dentro da programação da Semana Inclusiva da Grande Florianópolis (promovida de 16 a 22 de setembro). O evento é realizado em parceria com a Assembleia Legislativa, por intermédio da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

A programação do seminário aborda os desafios para a inclusão da pessoa com deficiência (chamada de PcD) no mundo do trabalho, bem como os avanços e desafios decorrentes da Lei Brasileira de Inclusão.

O advogado Anselmo Alves relatou que, antes de ingressar na carreira de servidor público da Casan, enfrentou preconceito e rejeição no mercado de trabalho em função da deficiência física. “A dificuldade no início foi muito grande. Tive várias propostas de emprego que foram negadas em razão da deficiência. Encaminhava o currículo, era selecionado para entrevista e, na hora, vários escritórios negaram a oportunidade de emprego em razão da deficiência.”

A deficiência física não impede Anselmo de exercer a profissão de advogado, por tratar-se de uma atividade intelectual. Ele acredita que a percepção geral sobre o tema e sobre o potencial das pessoas com deficiência está evoluindo. “Essa visão sobre a pessoa com deficiência está mudando. Eu entrei no mercado de trabalho em 2005, e de lá para cá vejo que teve alterações significativas”, disse o advogado, que preside a Comissão da Pessoa com Deficiência da OAB.

O presidente da Comissão de Defesa da Pessoa com Deficiência, deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB), destacou que a Assembleia Legislativa tem sido parceira da causa e feito a sua parte na inclusão de pessoas com deficiência em seu quadro funcional. “As leis estão aí, estão sendo aplicadas, mas lógico que é uma questão de amadurecimento de toda a sociedade e também de cobrança, de fazer a lei acontecer. O importante é que as pessoas com deficiência possam ser absorvidas para se fazer a real inclusão”, frisou.

A desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) Quézia Gonzalez, uma das mentoras da Semana Inclusiva, apontou que houve uma grande evolução desde a primeira edição do evento, há cinco anos. “Essa é uma luta que se tem desde que a lei entrou em vigor, que é fazer com que a lei seja desnecessária. A lei existe porque espontaneamente as vagas não são preenchidas. Uma das coisas que se tem trabalhado ao longo dos anos é a sensibilização das empresas e da sociedade como um todo para a necessidade de mudar o olhar e não se preocupar apenas com os números, com o cumprimento da cota. A luta de todos os envolvidos nessa questão não é necessariamente pelo número, é pela oportunização da garantia do direito das pessoas com deficiência.”

Emprego apoiado
Especialista em reabilitação profissional e emprego, o consultor Romeu Sassaki palestrou sobre a metodologia de inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho denominada emprego apoiado. “Em geral, o emprego tradicional trazia muitas dificuldades para a pessoa com deficiência que tivesse uma limitação bastante grande, desafiadora. As empresas em geral nem gostam de contratar essas pessoas.”

A metodologia de emprego apoiado se apoia em uma série de ferramentas, partindo da premissa de qualificar a pessoa para a função à que foi contratada, o que diminui o tempo de capacitação e traz resultados mais rápidos, conforme o palestrante, chegando a surpreender os empregadores. “A pessoa vai receber um treinamento específico dentro do ambiente real de trabalho. Então, o rendimento é outro.”

Números
A Lei Federal 8213/91, conhecida como lei das cotas, obriga as empresas com mais de 100 funcionários a preencherem de 2% a 5% do quadro funcional com profissionais deficientes ou reabilitados. Em Santa Catarina, o cumprimento integral da lei implicaria na contratação de 42.929 pessoas com deficiência (3,22% da população com deficiência). Atualmente, estão inseridos no mercado formal 20.820 PcD, sendo 15.860 pelo sistema de cotas. Na Grande Florianópolis, computam-se 2.625 contratações de pessoas com deficiência de um total de 11.433 vagas de emprego.

DIA D
O evento mais esperado da Semana Inclusiva, o DIA D, chamado de Feirão de Empregos, será realizado em Florianópolis no sábado (21), das 9 às 15 horas, no Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), situado na Avenida Mauro Ramos, 950. Mais de 100 empresas vão oferecer vagas no feirão para pessoas com deficiência e reabilitados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A Semana Inclusiva da Grande Florianópolis é uma iniciativa do Ministério Público do Trabalho (MPT), por meio da Procuradoria Regional do Trabalho da 12ª Região, e Ministério do Trabalho, por meio da Delegacia Regional do Trabalho de Santa Catarina, em parceria com mais de 30 entidades públicas e privadas. Este ano, o evento está sendo promovido simultaneamente na Capital, em Joinville e em Blumenau.

Lisandrea Costa
Agência AL

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