Seminário de Piscicultura em Caçador debate produção com sustentabilidade
A segunda edição do Seminário Regional de Piscicultura em Caçador reuniu cerca de 250 participantes, nesta quarta-feira (17), no Parque das Araucárias, para discutir a produção de peixes com sustentabilidade. O ciclo de palestras abordou temas como a qualidade da água, a construção de viveiros, os sistemas de cultivo de jundiá e o Plano Safra. O evento contou com o apoio da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, por meio da Comissão de Pesca e Aquicultura.
O objetivo do seminário, conforme o coordenador do evento, Carlos Roberto Teixeira, é mostrar aos piscicultores como aumentar a produtividade,com ênfase na qualidade e na sustentabilidade. “A proposta é levar conhecimento ao produtor. Assim ele pode aplicar as técnicas na sua propriedade em busca de melhores resultados, tornando-se competitivo. A atividade tem que ser ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável”, disse o técnico da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri).
Segundo o gerente da Epagri de Caçador, Valderes Rosset, o seminário contribui para o aperfeiçoamento técnico, favorece a troca de experiências entre os produtores e serve como um fator motivacional. “A piscicultura vem ganhando espaço como fonte alternativa geradora de renda nas propriedades rurais da região. É importante que mais agricultores façam a opção por esta atividade”.
Embora esteja em expansão, a piscicultura ainda é encarada pelos produtores da região como uma fonte complementar de renda. A atividade, introduzida na década de 1980, foi alavancada pela assistência técnica da Epagri, em 2008, e pela criação da Associação dos Aquicultores da Região do Contestado (AARC), em 2009. A entidade abrange 21 municípios e conta com 79 associados.
De acordo com o presidente da AARC, Mauro de Lima, cerca de 400 piscicultores da região produzem, em média, 100 toneladas de pescado por ano. Os principais produtos são as carpas, mas estuda-se a introdução de catfish e jundiá. “A produção é considerada baixa para o potencial da região. Temos que difundir as informações para que os agricultores acreditem que a atividade pode ser rentável. Ela pode crescer e passar de coadjuvante a principal dentro da propriedade”.
Um dos desafios apontados para o crescimento da piscicultura na região é fortalecer o associativismo. “Aos poucos, os produtores têm percebido que o associativismo pode auxiliá-los no dia a dia. Dessa forma, eles atuam de maneira mais organizada, facilitando todos os processos que envolvem a atividade. Juntos eles podem fazer mais e melhor”, salientou Teixeira.
Na opinião do deputado Dirceu Dresch (PT), a pesca e a aquicultura podem contribuir para que o Brasil alcance a meta de aumentar a produção de alimentos em 40% até 2040. “Temos condições de produzir e proteger o meio ambiente. Para isso, é preciso conscientização e organização”, disse o presidente da comissão de Pesca e Aquicultura da Assembleia Legislativa.
Conforme o parlamentar, o Poder Público e as entidades relacionadas à piscicultura devem atuar na elaboração de políticas públicas que favoreçam o setor. “Os municípios do interior, como nessa região, têm iniciativas, só ainda são muito tímidas. Ainda estamos engatinhando nesse processo. O desafio é organizar a atividade na propriedade, mas também buscar o acesso à comercialização, campanhas de incentivo ao consumo regular de pescado e políticas públicas ligadas à legislação ambiental, ao crédito, à assistência técnica e à pesquisa”, destacou.
Durante o seminário, o deputado repassou aos participantes informações sobre o Plano Safra da Pesca e Aquicultura. Lançado em 2012 pelo governo federal, o plano disponibiliza R$ 4,1 bilhões para investimento, custeio, comercialização e compra de equipamentos. “Depois da criação do Ministério da Pesca, essa atividade começa a ganhar fôlego, a respirar uma nova perspectiva para o futuro”, falou Dresch.
O 2º Seminário Regional de Piscicultura foi realizado pela Prefeitura de Caçador e pela Associação dos Aquicultores da Região do Contestado, com apoio da Epagri, da Secretaria Municipal de Agricultura, do Banco do Brasil, do Ministério da Pesca e Aquicultura, do Serviço Nacional de Agricultura (Senar) e do Parlamento catarinense.
Rádio AL