Seminário das Apaes debate prevenção de deficiências
A Federação Catarinense das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Feapaes) realiza, nesta terça-feira (24), no Auditório Antonieta de Barros da Assembleia Legislativa, o 5º Seminário Saúde e Prevenção e Deficiências. O evento, promovido em parceria com a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Alesc, tem como objetivo disseminar conhecimento especializado sobre a prevenção de deficiências e possibilitar o debate com os profissionais das Apaes de todo o estado.
Conforme estatísticas utilizadas pela Feapaes, nos países desenvolvidos, cerca de 10% da população possui algum tipo de deficiência. Esse índice chega a 25% nos países subdesenvolvidos. Estima-se que 70% das deficiências poderiam ser evitadas com o acesso adequado da população às políticas públicas de saúde, tais como acompanhamento adequado de pré-natal e assistência ao parto, vacinação, suplementação alimentar, prevenção do uso de drogas e da gravidez na adolescência e controle epidemiológico.
De acordo com a coordenadora estadual de Prevenção da Feapaes, Maria Goreti Ehlke, a informação é a principal ferramenta para a prevenção de deficiências. Ela disse que, hoje, ainda não é possível mensurar os resultados do programa Prevenir, desenvolvido pelas Apaes, mas talvez daqui a alguns anos o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) consiga mensurar os resultados do trabalho realizado. “No dia a dia nas Apaes, nós já conseguimos perceber que os bebês estão chegando mais cedo e que estamos conseguindo encaminhar melhor as famílias para que tenham acesso às políticas adequadas.”
O deputado Ricardo Guidi, presidente da Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência, explicou que a Assembleia Legislativa apoia o evento porque a propagação de conhecimento entre os profissionais apaeanos pode “contribuir para a melhoria do trabalho de prevenção, proporcionar mais inclusão social e melhorar a qualidade de vida das pessoas”. Ele defendeu que, com investimento em prevenção, haverá um número cada vez menor de crianças precisando de assistência das entidades.
Zika vírus
A pernambucana Germana Soares, presidente da União de Mães de Anjos (UMA), está participando do seminário em busca de informação e conhecimento. A entidade que ela preside reúne mães de crianças que sofrem as consequências da infecção pelo zika vírus, como a síndrome de Guillain-Barré e a microcefalia. Germana é mãe de Guilherme, de 2 anos e meio. “O Guilherme é uma das 468 crianças que nasceram com microcefalia em decorrência de zika vírus já diagnosticadas no estado de Pernambuco. No Brasil, são mais de 3 mil crianças afetadas por um vírus cujo vetor [o mosquito Aedes aegypti] ainda não foi controlado”, denunciou.
Agência AL