Seminário aborda futuro do setor carbonífero em Santa Catarina

Deputados Cleiton Salvaro e José Nei Ascari na mesa dos trabalhos do seminário
FOTO: Solon Soares/Agência AL

Com o desafio de debater tecnicamente todos os aspectos de curto, médio e longo prazo que envolvem ações para o setor carbonífero em Santa Catarina, a Comissão de Economia, Ciência, Tecnologia, Minas e Energia da Assembleia Legislativa promoveu na tarde desta quarta-feira (30) o 1º Seminário “O Futuro do Carvão”. À frente do encontro, o presidente da comissão, deputado Cleiton Salvaro (PSB), conduziu os trabalhos, que contou com a participação de parlamentares, empresários, representantes de sindicatos e outras entidades ligadas à produção carbonífera.
Considerando que Santa Catarina possui um grande potencial no setor, Salvaro destacou a importância do debate, sendo que a indústria do carvão mineral catarinense vem lutando para garantir mais espaço na produção de energia no país. Segundo o parlamentar, a intenção é incentivar que o Ministério de Minas e Energia e outros setores envolvidos com as mineradoras deem uma atenção para o carvão como fonte de energia. “Até o fim do século XX o mineral era visto como algo ruim para o meio ambiente, porém com as novas tecnologias o carvão chegou ao século XXI apto a ser utilizado sem danos para o meio ambiente. Graças à tecnologia, hoje já é possível captar o CO2”, observou. 
Com a intenção de mobilizar o setor para promover o desenvolvimento da indústria carbonífera no estado, Salvaro afirmou que a intenção após o debate é unir forças para mostrar e convencer os governos federal e estadual de que o carvão mineral pode reforçar a economia brasileira.

Cenário
No Brasil, os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná produzem o carvão do país, com destaque para SC e o RS, considerados os maiores produtores, com uma pequena produção no Paraná. Santa Catarina extrae mais de 2,5 milhões de toneladas de carvão vendável por ano. De acordo com o setor, 95% são absorvidos pelo complexo Jorge Lacerda, de Capivari de Baixo, que é um dos maiores complexos termelétricos do país.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Carvão Mineral, Fernando Zancan, a cadeia produtiva envolve em torno de 20 mil trabalhadores em Santa Catarina. “O setor já foi bem maior, mas sofreu um declínio ao longo das últimas décadas por questões ambientais que agora, graças às novas tecnologias, estão tratando de resolver com ações, como a captação do gás carbônico que antes era despejado na atmosfera. Zancan ressaltou que no Brasil o carvão mineral participa com pouco mais de 5% na matriz energética. “Queremos ampliar esse número provando a importância do carvão para a segurança energética do país e para a redução tarifária.”

Palestras
Ao longo do seminário, seis palestras foram ministradas por profissionais renomados do setor carbonífero. Com o tema “Carvão/Brasil/Mundo", Fernando Zancan abriu o ciclo. Em sua explanação, abordou os principais objetivos do setor para os próximos anos, com intuito de promover a modernização da indústria carbonífera catarinense.
Já o diretor de planejamento da Operação Nacional do Sistema, Francisco Arteiro, trouxe para o debate o tema “A importância das usinas térmicas para o sul do país”. Segundo ele, a energia térmica é um componente importante na matriz elétrica do Brasil, por ter uma característica determinística, ou seja, acionamos a usina térmica e ela entra imediatamente em operação. “A usina térmica e a usina hidráulica são de extrema importância para formar uma base de sustentação da energia elétrica do país.” Na ocasião, Arteiro comentou que as usinas solares e eólicas dependem de fatores naturais para sua utilização, devido as suas características. “Usamos essas energias para armazenamento, pois quando essas energias falham devido a falta de vento e sol suficiente acionamos a hidroelétricas e as termoelétricas para garantir o atendimento energético do país.”
Outro tema abordado foi a “A importância do Complexo Jorge Lacerda para Santa Catarina”,  com Márcio Zanuz.
Com a palestra “O papel do carvão da matriz elétrica”, Amílcar Guerreiro trouxe o tema para debate. 
“A importância do projeto da usina de alta tecnologia e não poluente com uso do carvão mineral para Santa Catarina” foi abordado pelo palestrante Edson Hertel. Já a palestra “O programa de revitalização da indústria mineral brasileira”, ministrada por Victor Hugo Bicca, encerrou o seminário.
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