Seminário aborda navegação segura e combate à pedofilia na internet
Seminário aborda navegação segura e combate à pedofilia na internet
Orientar crianças, adolescentes, pais e educadores foi a proposta do Seminário “Navegação segura e combate à pedofilia na internet” realizado na última sexta-feira (28) em São Bento do Sul. O evento, desenvolvido em parceria entre o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e a Assembleia Legislativa, por intermédio da Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira e da ONG SaferNet/Brasil, atendendo à solicitação do município, promoveu uma tarde de debates a partir da palestra “Oportunidades e riscos na internet brasileira”.
O seminário foi requerido pela Secretaria Municipal de Educação de São Bento do Sul, que reconhece a necessidade de instruir os estudantes da rede pública para uma navegação segura na internet. De acordo com a secretária Noeli Regina dos Santos, a internet é um canal de comunicação aberto e de fácil acesso a todos, porém requer cautela especialmente das crianças e adolescentes na hora de utilizar esta ferramenta. “Atividades como esta proporcionam uma troca de informações sobre a maneira correta de navegar na internet sem expor nossas crianças, além de apresentar os caminhos que devem ser percorridos para realizar as denúncias”, ressalta.
Na ocasião, o promotor de Justiça de Jaraguá do Sul, Rafael Meira Luz, destacou que o principal objetivo da campanha é conscientizar a sociedade. “A utilização da internet é uma realidade que pode trazer bons frutos, como o acesso ao conhecimento, porém pode acarretar em risco se não utilizada com prudência, como a violação inerente da intimidade de cada um”, frisou. Segundo o promotor, os riscos são reais e não estão distante das escolas e residências. “Entre as principais orientações para evitar que o número de casos cresça é a prática da denúncia, principal aliada nesta luta contra a violência na internet. Havendo qualquer suspeita referente a este tipo de crime, a denúncia poderá ser realizada nos sites da Polícia Federal, do Ministério Público, no SaferNet/Brasil, entre outros sites”, informou.
Psicólogo e diretor de prevenção da ONG SaferNet/Brasil, Rodrigo Nejm destaca que o principal foco do encontro é mostrar através de orientações simples e objetivas a forma correta e permanente do debate tanto na escola quanto em casa. “Nossa dica básica para discutir o assunto é justamente ver a internet como uma grande praça pública na qual seus filhos passeiam, brincam, conhecem pessoas e se divertem expostos a grandes benefícios e sérios riscos. A sociedade precisa ter consciência de que dados como endereço, número de telefone celular e imagens não devem ser publicados para visualização de pessoas estranhas, uma vez que o indivíduo publica algo na internet não tem mais volta”, alerta.
Na oportunidade, Rodrigo informou que um dos destaques deste trabalho desenvolvido pela ONG é o canal de ajuda, na própria internet. “No endereço, canaldeajuda.org.br, pais, educadores ou os próprios estudantes podem conversar com uma equipe de psicólogos especializados da SaferNet, em tempo real via chat, ou por email para esclarecer dúvidas. “O importante é fornecer condições para que as crianças e adolescentes possam desfrutar dos infinitos benefícios e oportunidades que a internet oferece para todas as idades”, salientou.
Dicas
De acordo com Nejm, é fundamental que os pais naveguem juntos com seus filhos desde o primeiro clique. “Não é preciso ser ‘expert’ em tecnologia para poder proteger a família online. É importante deixar o computador em área comum da casa, negociar horários, conhecer os amigos virtuais dos filhos e garantir muito diálogo sobre o cotidiano na rede. Se a criança mudar repentinamente os horários e locais de acesso à internet ou sempre desligar o monitor quando um adulto se aproximar, preste atenção: estes são sinais de alerta que merecem uma conversa. Proibir não educa e nem previne”.
O psicólogo enfatiza que diálogo é relação de confiança, pois é preciso educar os filhos para serem cidadãos e pessoas éticas nesta nova praça mundial. “Conhecer minimamente os amigos virtuais, saber quais locais frequentam e sempre reforçar que na internet nunca podemos ter certeza de quem está do outro lado. Basicamente, os mesmos cuidados para preparar nossos filhos para frequentarem a rua sozinhos”, completa. (Tatiani Magalhães)