Segurança pública preocupa deputados na primeira sessão do ano

A carência de efetivo das polícias militar e civil repercutiu na primeira sessão ordinária da Assembleia Legislativa em 2015, realizada na tarde desta quarta-feira (4). Luciane Carminatti (PT) reclamou da violência crescente em Chapecó e região. “São oito anos com a violência crescendo, faltam policiais, não tem investigação e comando que funcione”, criticou a deputada, que destacou o protesto de moradores de Caibi, cidade que tem apenas um policial na vigilância noturna. “Maravilha, Nova Erechim, Caxambu do Sul não contam com equipe mínima de quatro policiais”, informou Carminatti.

Kennedy Nunes (PSD) dirigiu suas críticas ao chefe da Polícia Civil. “Quero registrar a revolta, a insatisfação de Joinville depois da declaração do chefe da Polícia Civil, de que diminuiria o número de delegacias na cidade, assim teríamos uma equipe mais completa para investigação. Não concordamos, não aceitaremos o senhor fechar uma porta em Joinville, tenta para ver, nós queremos mais policiais e melhores condições”, discursou Kennedy.

Leonel Pavan (PSDB) lembrou que as obras do quartel de polícia de Camboriú estão paralisadas. Já Mauricio Eskudlark (PSD), que no passado comandou a Polícia Civil, ponderou que “todo mundo quer uma delegacia, mas o essencial é o ser humano, é melhor ter um viatura se deslocando do que dois policiais na delegacia”.

Agradecimentos
Ismael dos Santos (PSD) agradeceu o apoio dos catarinenses que permitiu sua reeleição. “Agradecer faz bem ao coração”, revelou, pedindo em seguida que “o verbo divino esteja presente entre nós, para que todos possamos agir com ética, justiça e sabedoria”. João Amin (PP) agradeceu a acolhida dos funcionários da Assembleia e declarou que se esforçará para exercer o mandato com reponsabilidade.

Jean Kuhlmann (PSD) também agradeceu o apoio do povo de Blumenau e região pela oportunidade de voltar ao Legislativo. “Vamos trabalhar muito”, prometeu o parlamentar, anunciando em seguida que foi escolhido pelos colegas para liderar a bancada do PSD.

Bispo e arcebispo
Padre Pedro Baldissera (PT) destacou a designação do bispo dom Odelir José Magri para assumir a Diocese de Chapecó. “Ele levará adiante a ação evangelizadora”, anunciou Padre Pedro, que lembrou que dom Odelir é catarinense, nasceu na comunidade de São Donato, hoje município de Saltinho, mas que no passado pertencia a Campo Erê.

O representante de Guaraciaba também ressaltou a decisão do papa Francisco de reconhecer o martírio do arcebispo de San Salvador, dom Oscar Romero, que foi assassinado em 1980. “Depois de 35 anos é um ato de justiça e de direito”, garantiu Baldissera.

Reajuste do magistério
Luciane Carminatti criticou a proposta de reajuste salarial do magistério. “Santa Catarina tem piso, mas não tem carreira, o governador admitiu que tivemos achatamento, é positivo, há reconhecimento, mas a carreira está achatada”, constatou a deputada. Para a representante de Chapecó, o governo incorporou a regência de classe, por isso o piso parece maior. “A regência já era um ganho”, explicou Carminatti.

Além disso, a deputada lamentou a diferenciação salarial entre efetivos e ACTs. “Serão uma segunda categoria, cerca 19.600 professores, eles terão outra remuneração, antes começavam recebendo o mesmo que o professor efetivo”, criticou, enfatizando que efetivos e ACTs têm a mesma responsabilidade, mas terão salários diferentes. “Muito ruim”, resumiu Carminatti.

Obras federais
Mauricio Eskudlark chamou a atenção para a paralisação de obras federais no estado. “A BR-163, no Extremo Oeste, paralisou em dezembro, dizem que vai começar depois do carnaval, mas com desordem que está o governo federal, ninguém sabe se vai continuar ou não”, declarou.

Hospital Ruth Cardoso
Eskudlark repercutiu na tribuna a experiência de uma jovem grávida que procurou o Hospital Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú. “Ela reside no centro e quando estourou a bolsa foi para o hospital, uma m* de hospital segundo a jovem, pois havia apenas quatro pessoas atendendo. É uma administração incompetente em tudo. A Comissão de Saúde vai ter de olhar com atenção, aquela maternidade, do jeito que está, vai ter de fechar”, alertou Eskudlark.

Centro de eventos
Leonel Pavan cobrou da tribuna a implantação do centro de eventos de Balneário Camboriú. “Uma das minhas bandeiras será o turismo, por isso estamos pedindo ao governador que cumpra o que disse ontem nesta tribuna sobre o centro de eventos do estado, localizado em Balneário Camboriú”, declarou Pavan, acrescentando que na época que exerceu o mandato de senador consignou no Orçamento uma emenda de R$ 5 milhões para a obra. “Não vamos nos calar se aquilo que foi assumido não for executado”, avisou o deputado do PSDB.

Eficiência administrativa
Gean Loureiro (PMDB) anunciou que uma das diretrizes do seu mandato será dotar de agilidade e eficiência os processos administrativos do poder público. “Se o estado tem dificuldade em tramitar processos na estrutura governamental, o que dizer do empresário, alguns desistem e o estado deixa de crescer”, argumentou Gean, ponderando que não buscará tratamento diferenciado, mas agilidade na deliberação dos órgãos públicos.

Novo Fundam
Darci de Matos (PSD) defendeu a reedição do Fundam. “Praticamente todas as prefeituras têm acesso aos recursos”, informou Darci, que elogiou a decisão do governo estadual de enxugar a máquina para cortar gastos, ao invés de fazer como o governo federal, que preferiu aumentar os impostos para dar conta do custeio da máquina. “Optaram pelo caminho mais fácil”, criticou.

Limitador do desenvolvimento
Milton Hobus (PSD) pediu atenção dos governos federal e estadual para a BR-470, um “limitador do desenvolvimento do Vale do Itajaí”, segundo o parlamentar. “Apiúna precisa de uma via paralela, não é um bicho de sete cabeças, Lontras até hoje espera uma rotatória, Trombudo Central espera o trevo de acesso, é falta de vontade, precisamos nos unir”, propôs Hobus.

O parlamentar também defendeu a criação de uma saída alternativa do Alto Vale do Itajaí para o Litoral, através de Vidal Ramos e Botuverá, bem como a ligação de Taió à BR-116 e de Petrolândia à BR-282.

Comissões técnicas
O presidente Gelson Merisio pediu aos líderes dos partidos a indicação dos membros das comissões técnicas até terça-feira (10). “Para fazer as eleições na quarta”, explicou Merisio, aludindo à escolha dos presidentes das comissões.

De acordo com o Regimento Interno, no caso de comissão com nove membros, como a CCJ, o PMDB indicará dois deputados, o PSD dois, o Bloco Social Progressista dois, o PT um, o Bloco Frente Renovação um e o conjunto das bancadas do PCdoB, DEM e PDT um parlamentar.

No caso de comissão com sete membros, o PMDB indicará dois deputados, o PSD um, o Bloco Social Progressista um, o PT um, o Bloco Frente Renovação um e o conjunto das bancadas do PCdoB, DEM e PDT um parlamentar.

Dia 4 de fevereiro na história catarinense
1880 – Lei Provincial nº 860 criou o município de Blumenau.
1890 – Neste dia O maestro José Brasilício de Sousa executou em sua residência, em primeira audição, o Hino de Santa Catarina, presente o governador Lauro Müller. A letra de Horácio Nunes Pires foi cantada por três cavalheiros.