02/03/2010 - 17h31min
Segurança Pública continua na pauta das discussões
A fuga de detentos, a insuficiência de estrutura e a desvalorização dos agentes de segurança foram apenas algumas das preocupações trazidas pelos parlamentares na tarde desta terça-feira (2) sobre a Segurança Pública em Santa Catarina. Outra crítica feita foi quanto à falta de dados precisos sobre a situação da área.
Primeiro a falar sobre o tema, o deputado Sargento Amauri Soares (PDT) afirmou que o governo do Estado não está cumprindo a Lei nº 11.337/00, que solicita que o Poder Executivo mantenha organizado e atualizado um banco de dados e dê publicidade aos índices de violência e criminalidade. “Acontece que desde 2007 esses dados não são atualizados. A segurança pública está sendo deixada de lado completamente. Cada vez menos policiais nas ruas e cada vez mais aumentando o desprezo aos trabalhadores do setor.”
O deputado Pedro Uczai (PT) falou sobre as frequentes fugas de detentos, registradas em todo o Estado. Segundo o parlamentar, no dia 23 de março houve uma fuga de dois sentenciados por assassinato. Eles escaparam pelo teto da ala de segurança máxima da Penitenciária Agrícola de Chapecó. “A insegurança pública é cada vez maior. Estamos vivendo numa bomba relógio, e o que mais me preocupa é a forma como os profissionais que atuam no dia-a-dia das penitenciárias estão lidando com a situação.” Uczai disse que muitos dos profissionais estão trabalhando sob efeito de medicamentos ou em completo estado de estresse. “Nossos profissionais estão cansados. Eles precisam de mais apoio. Principalmente, na área de ressocialização. Precisamos de mais psicólogos, assistentes sociais, professores e, sem dúvida, mais agentes penitenciários”, completou.
Em defesa da pasta, o líder da bancada do PMDB, deputado Antônio Aguiar, garantiu que os índices de violência de Santa Catarina são os menores do país. “Num recente ranking da violência publicado por uma organização não-governamental que atua na área, Santa Catarina ocupou a 26ª posição entre os 27 estados brasileiros.”
Aguiar ainda apresentou dados que mostram que o Poder Executivo vem aplicando recursos no setor. De acordo com ele, a Polícia Militar criou comandos regionais para ampliar a interação com a comunidade. O número de vagas no sistema prisional, afirmou, dobrou desde 2003, alcançando 8 mil vagas. “O nosso grande desafio foi abrir frentes de trabalho. Isso demandou um investimento em pessoal, com a inclusão e nomeação de 5,3 mil profissionais, entre os diversos setores do sistema. No governo anterior foram incluídos apenas 584 novos profissionais”, comparou. (Graziela May Pereira/Divulgação Alesc)