Secretário explica denúncia de doutrinamento no ensino público estadual
O secretário de Estado da Educação, Eduardo Deschamps, negou, nesta quarta-feira (26), que haja qualquer tipo de doutrinamento ideológico nas escolas públicas catarinenses. A convite do deputado Kennedy Nunes (PSD), o secretário ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa para tratar de denúncia feita pelo parlamentar, no dia 11 de março, sobre direcionamento ideológico, dentro das escolas estaduais, feito sob orientação oficial.
A denúncia surgiu após a veiculação de um vídeo que remetia a uma reunião entre professores e representantes do magistério público estadual encarregados de discutir alterações na proposta curricular do Estado. De acordo com a denúncia, no encontro foi solicitado que os professores se engajassem politicamente, ajudando a conferir um direcionamento “mais à esquerda” ao conteúdo ministrado nas unidades de ensino catarinenses. O embasamento teria como base o trabalho de Marx, Engels e Gramsci, teóricos geralmente identificados com o pensamento associado à esquerda.
“Não há nenhum tipo de doutrinamento. Identificamos o problema, que ocorreu durante um processo de capacitação, e fizemos um trabalho para que os excessos que foram cometidos sejam corrigidos. É algo que não vai ocorrer novamente”, afirmou Deschamps.
O secretário confirmou que o Estado tem trabalhado na revisão da proposta curricular das escolas de Santa Catarina. Segundo ele, são mais de 7 mil educadores envolvidos nesse processo, que tem o objetivo de elaborar um currículo para ser aplicado num período de 10 anos, já a partir de 2015 ou 2016.
“Essa proposta será inovadora, pragmática e sem viés ideológico. Isso não significa que não se devem ser apresentadas as várias correntes de pensamento, mas ela tem que ser plural e blindada de qualquer tipo de viés ideológico”, explicou.
Agência AL