Secretaria da Agricultura quer incrementar produção de hortifrutigranjeiros
O secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa, anunciou na manhã desta segunda-feira (6) que a pasta prepara um programa para elevar a produção catarinense de hortifrutigranjeiros. Atualmente cerca de dois terços do que é consumido no estado é proveniente de outras localidades do país, principalmente do Paraná e São Paulo.
O formato final do programa, afirmou Sopelsa, ainda está em estudo, mas inicialmente envolveria a criação de uma linha de financiamento aos agricultores interessados em ingressar no segmento hortifruti ou em expandir as áreas de cultivo já existentes, com prazo de pagamento de quatro anos, sem cobrança de juros. Os recursos devem ser voltados principalmente para a construção de estufas e aquisição de insumos para a correção do solo.
O pacote, que vem sendo elaborado em conjunto com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), incluiria também assistência técnica aos produtores. “Temos condições plenas de produzir aquilo que nós consumimos e até exportar. O que precisamos é levar tecnologia, apoio e conscientização aos nossos produtores”, destacou.
Fortalecimento dos Ceasas
Outro objetivo neste sentido, afirmou o secretário, é facilitar a ligação entre os produtores e os consumidores, varejistas e atacadistas, por meio das Centrais de Abastecimento do Estado de Santa Catarina (Ceasa/SC). “A Ceasa voltou a ser administrada pela Secretaria da Agricultura e pretendemos intensificar essa possibilidade dos agricultores venderem lá, diretamente para a população e também para as redes de supermercados, agregando, assim, valor a sua produção.”
Também estão avançados, disse, os estudos, para a transferência da Ceasa do município de São José para uma área mais ampla e acessível aos veículos. “Esta unidade hoje está numa região muito urbanizada e de tráfego intenso. Ainda não há nada definido, mas estamos avaliando áreas próximas à futura alça de contorno de Florianópolis, sendo que os custos para a mudança seriam cobertos pela venda do terreno onde atualmente está sediada.”
Dívidas dos produtores de cebola
Outro tema levantado por Sopelsa são as ações que a pasta vêm tomando em auxílio aos produtores de cebola. Além da queda do preço do produto, ocasionada por uma safra recorde e estagnação dos mercados consumidores, o cenário vem sendo agravado por conta do grau de endividamento dos agricultores.
De acordo com os dados do Banco Central do Brasil, na safra 2016/17, os produtores contrataram 3.964 operações de crédito, em um montante que passa de R$ 162 milhões. Grande parte destes financiamentos foram contratados por agricultores familiares, sendo que a maioria não terá condições de honrar os pagamentos que vencem entre fevereiro e maio.
A intenção da Secretaria da Agricultura, frisou Sopelsa, é interceder junto ao governo federal e aos órgãos financeiros para a prorrogação dos prazos de pagamentos. “Queremos renegociar os valores do custeio, possibilitando que os agricultores possam quitar um terço de suas dívidas e prorrogar o restante, sem prejuízos para a obtenção de novos créditos para a próxima safra.”
Agência AL