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09/07/2015 - 12h55min

SC Transplantes divulga resultados de doações de órgãos no primeiro semestre

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Joel de Andrade, coordenador da SC Transplantes

A Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos de Santa Catarina (SC Transplantes) registrou 103 doações efetivadas no estado de janeiro a junho de 2015. Nesse período, foram realizados 626 procedimentos, que correspondem a 326 transplantes de córnea, 111 de rim, 63 de esclera, 53 de fígado, 36 de medula óssea, 20 de osso, 6 de rim e pâncreas, 1 de coração e 10 de válvula.

A expectativa do coordenador da instituição, Joel de Andrade, é superar o recorde de 202 doações alcançado no ano passado. "Se seguirmos nesse ritmo, a perspectiva é aumentar o número de doações em relação a 2014. O segundo semestre de cada ano sempre é melhor do que o primeiro. E é algo muito importante, visto que mais de 700 catarinenses ainda esperam por transplantes, apesar da eficiência do sistema." A lista de espera por um transplante no estado tem 757 pessoas cadastradas. As maiores filas são para rim (343) e córnea (229).

A queda da taxa de negativa familiar para a doação de órgãos de pacientes com morte encefálica também foi destacada por Andrade. "Avaliamos com muita alegria a transição que fizemos. Em 2007, 70% das famílias em Santa Catarina diziam não à doação. Hoje é menos de 40%. A preocupação é que, agora, é bem difícil diminuir essa taxa."

O exemplo a ser seguido é o da Espanha, onde os casos de recusa dos familiares de possíveis doadores representam cerca de 15% do total.  "A melhor experiência do mundo nesse sentido é a espanhola. Esse é o nosso norte, é pra lá que caminhamos. Temos condições de fazer isso", disse o coordenador da SC Transplantes.

Na avaliação de Andrade, diversos fatores contribuem para o resultado positivo obtido pela instituição ao longo dos anos com o aumento crescente do número de doações de órgãos em Santa Catarina. O médico citou a organização da equipe da SC Transplantes, o treinamento oferecido aos coordenadores hospitalares focado no atendimento às famílias de potenciais doadores e o apoio do Estado e da sociedade civil organizada. "O sucesso nunca vem de um fator só. Não podemos nos esquecer da generosidade do povo catarinense, que tem sido extremamente atento e solidário. Para uma família devastada pela perda de alguém que ama, a decisão nunca vai ser fácil. Mas a maior parte dos catarinenses tem dito sim à doação."

Para ser doador de órgãos, no Brasil, basta conversar com a própria família sobre esse desejo. Não é necessário deixar nada por escrito, em nenhum documento. A doação só ocorre após a autorização familiar. "O documento não garante nada, mas uma palavra sim. Com 10 anos de experiência na SC Transplantes, digo que nunca houve negativa de uma família em que o indivíduo manifestou em vida a vontade de ser doador", frisou Andrade.

Ludmilla Gadotti
Rádio AL

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