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24/06/2013 - 16h28min

Saúde e condições de trabalho dos mineiros são abordadas em seminário

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Genoir dos Santos, presidente da Federação dos Mineiros do Sul do Brasil. Foto: Carlos Kilian

“Eu acredito que só se faz uma mineração mais responsável se nós estivermos minerando”. Com estas palavras, o presidente da Federação dos Mineiros do Sul do Brasil, Genoir dos Santos, iniciou sua fala no seminário “Panorama Energético e o Carvão Mineral”, realizado nesta segunda-feira (24), no Palácio Barriga Verde. A evolução nos cuidados com a saúde e com a segurança dos trabalhadores da mineração e a conquista de diversos direitos foram abordadas durante o seminário.

Santos disse que atua na mineração desde os anos 1980, e, apesar de ter visto seu pai e seu padrasto morrerem vítimas da pneumoconiose (doença conhecido como pulmão negro), reconhece a evolução nas condições de trabalho nas minas de carvão do Sul do país. “Hoje temos uma fiscalização responsável que garante a saúde e a segurança do trabalhador”, resumiu.

O representante dos mineiros destacou uma série de direitos de quem trabalha na extração do carvão mineral, como a aposentadoria antecipada, com 15 anos de serviço de quem atua em subsolo, nas frentes de trabalho. Outro ponto importante, segundo o sindicalista, são as normas regulamentadoras da saúde ocupacional do mineiro. “Temos treinamentos de reconhecimento do local de trabalho e específico para a função de cada trabalhador. Quem inicia na mina, tem a supervisão de um colega experiente nos primeiros 45 dias”, informou.

Sobre a segurança nas minas, Santos disse que os trabalhadores têm autonomia para interromperem suas atividades em situações de risco iminente. “Hoje temos toda a extração umidificada, para evitar a poeira nas minas. Quando o trabalhador identifica pontos sem a umidade, tem o direito de parar até que se resolva o problema”.

Para aqueles que estão a dois anos da aposentadoria é garantida a permanência na empresa até a chegada do benefício. Quem fica doente, também não pode ser demitido e deve ser realocado para outra função. “Em 1986 tínhamos 600 casos de pneumoconiose. Recentemente, fizemos um estudo com o apoio de cinco médicos e detectamos apenas alguns casos no estágio inicial da doença. Os trabalhadores foram afastados das funções com segurança do emprego”.

Segundo Santos, hoje há 40 mil pessoas que trabalham direta e indiretamente na indústria do carvão. “Não podemos dizer que só o carvão é poluente. Todas as formas são. Imagina toda esta gente sem emprego”, ponderou.

Seminário permite reflexão
O deputado Jailson Lima (PT) é médico e nasceu em Siderópolis, na região carbonífera do estado. Ele foi um dos palestrantes do seminário e abordou as questões de saúde dos trabalhadores da indústria do carvão, lembrando da época em que as doenças de pulmão eram comuns nas minas. “Aprendi a dar injeção nos braços dos mineiros que precisavam de resistência”, disse, se referindo ao trabalho na farmácia da família. O deputado citou os 3 mil casos de pneumoconiose registrados na região.

“Mas agora, precisamos decidir se o país continua ou não no ritmo do crescimento, se continuamos gerando emprego ou não”, ponderou ao se referir às críticas quanto ao uso do carvão na matriz energética nacional. “O silício retirado dos milhões de celulares em desuso no país por si só poluem muito mais do que o carvão. Os veículos que são permitidos andarem nas ruas geram toneladas de gazes poluentes”.

Jailson disse que este seminário serve de ponto de reflexão acerca da necessidade do Brasil em ter de produzir energia e as fontes disponíveis. “Este diálogo e este encontro nos permite discutir e encontrar pontos de equilíbrio, o caminho para a sustentabilidade do trabalhador, dos empresários, do governo e da sociedade”.

O parlamentar afirmou que só nas favelas vivem 50 milhões de pessoas que demandam por energia elétrica e que o Brasil precisa estar preparado para continuar no ritmo de crescimento sem gerar desemprego e perda de renda. “Todas as fontes de energia são poluentes. Só os carros que circulam neste país são infinitamente mais poluentes do que todas as minas de carvão que possamos abrir neste país”.

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