Santa Catarina possui grande potencial para produzir energia geotérmica
Do calor das águas à energia elétrica, essa é a proposta do grupo de pesquisadores do Instituto i3G para Santa Catarina. Considerado a segunda melhor reserva de água termal do mundo, com fortes polos termais em Santo Amaro da Imperatriz, Gravatal, Itá, Piratuba e Águas Mornas, o estado possui um potencial elevado para produzir energia limpa e renovável, a partir da energia geotérmica. “Com a proposta da usina geotérmica, o estado acarretará inúmeras vantagens de caráter econômico e social. Economicamente falando, Santa Catarina teria um grande incremento em sua arrecadação, em torno de 200% do orçamento do estado, fruto do recebimento de royaltyes”, ressalta o cientista Hugo Cesar Hoeschel.
Coordenador do grupo de pesquisadores do Instituto i3G, envolvido no projeto há 18 anos, Hoeschel ressalta que a naturalidade de águas aquecidas aflorando em rios, ou em perfurações de pouca profundidade em vários pontos do estado, revelam o diagnóstico de potencialidade para exploração dessa fonte de energia natural, sem agressões ao meio ambiente. Segundo ele, o primeiro passo para tratar da questão legalmente é a elaboração da Carta Geotérmica de Santa Catarina, tornando o estado a meca da energia limpa e renovável mundial.
O cientista explica que o mecanismo transformaria o calor existente nos lençóis freáticos do subsolo em energia elétrica. Segundo ele, é energia que não precisa ser reabastecida, não necessita desapropriações, possui baixíssimo impacto ambiental para construção e operação, considerada absolutamente renovável e não está sujeita às sazonalidades climáticas, não requer a formação de lagos e não gera vazamentos catastróficos, oferece, assim, baixíssimo risco de acidentes, cujo principal resíduo é o vapor de água.
Entre os indicadores medianos de viabilidade da energia geotérmica, a temperatura de 150 graus Celsius e a profundidade da perfuração de 3 mil metros é o ideal. De acordo com o especialista, quanto maior a temperatura e menor a perfuração mais acessível está a energia, e se no local já houver água o processo fica facilitado. “A conjugação de todos esses fatores gera uma complexa fórmula, cujo resultado é chamado de gradiente geotérmico. A presença abundante de fontes de água termal aflorando a 60 ou 70 graus em municípios catarinenses presume-se ser mais fácil chegar aos desejados 150 graus”, salienta.
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