Representantes dos países do Mercosul debatem o futuro da integração
Eliminar as assimetrias nas trocas comerciais e promover a livre circulação de pessoas entre os países. Essas e outras propostas estiveram em debate na manhã desta terça-feira (29) durante a abertura da 18ª edição do Seminário Internacional do Mercosul, que acontece na Assembleia Legislativa e tem como lema “o futuro da integração”.
O evento, que se estende até esta quarta-feira (30) no auditório Antonieta de Barros, é promovido pela Comissão de Relacionamento Institucional, Comunicação, Relações Internacionais e do Mercosul da Alesc, Unisul e União dos Parlamentares do Mercosul (UPM).
Instituído no ano de 1991 por meio do Tratado de Assunção, o Mercosul é atualmente o maior bloco econômico da América Latina, contando entre seus países-membros o Brasil, a Argentina, o Uruguai, o Paraguai e a Venezuela (esta última ainda em processo de integração). Equador, Chile, Colômbia, Peru e Bolívia participam como membros associados, ou seja, participam das reuniões, mas não possuem poder de voto.
À frente da UPM Internacional desde o ano passado, o deputado paraguaio Afonso Romero Correa afirmou que, além de um maior equilíbrio nas negociações comerciais, o maior desafio para o Mercosul é implementar a livre circulação entre seus cidadãos, a exemplo do que ocorre na União Europeia. “Já há um avanço neste sentido nas cidades fronteiriças, mas no geral a travessia das pessoas ainda é mediada pelos órgãos de imigração. O grande objetivo futuro é aprimorar a cidadania em toda a região.”
Atual presidente do bloco brasileiro da UPM, o deputado estadual pelo Amazonas Francisco de Souza acredita que um passo foi a instituição, ainda em 2013, dos seminários “Mercosul Cidadão”, voltados a aproximar as populações dos países integrantes do bloco em torno de temas comuns. “Quando se fala em Mercosul, a primeira coisa que as pessoas pensam é no desenvolvimento econômico, mas temos muito o que aprofundar também em segurança, saúde, educação, entre outros temas pertinentes a todos nós, sulamericanos”, disse.
O deputado Rodrigo Minotto (PDT), que preside a Comissão de Relacionamento Institucional da Assembleia, destacou que o processo de integração da região é um caminho sem volta e que o Mercosul possibilita ao Brasil ampliar seu poder de negociação em âmbito mundial.
O parlamentar, que nesta quarta deve ser empossado na presidência do bloco brasileiro da UPM, anunciou que durante o seu mandato pretende dar destaque às políticas sociais e valorizar as iniciativas já firmadas entre os estados e cidades de países fronteiriços. “Queremos um modelo mais inclusivo, que privilegie o ser humano e respeite a nossa pluralidade de povos e culturas. Nas cidades transfronteiriças, também vamos compartilhar as ideias e projetos que sejam de interesse comum às populações de nossos países e facilitem o processo de integração.”
Já a coordenadora do Curso de Relações Internacionais da Unisul, Sílvia Natalia Barbosa Back, observou que, independentemente dos encaminhamentos a serem obtidos durante o seminário, o fundamental é a própria manutenção do diálogo entre os países membros do bloco. “Não temos uma resposta única sobre como esta integração deva ser promovida de fato, nas temos a obrigação de discutir a respeito.”
Também participaram da abertura do seminário os deputados Antonio Aguiar (PMDB), Kennedy Nunes (PSD) e Leonel Pavan (PSDB).
Agência AL