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11/05/2016 - 17h28min

Deputados repercutem em plenário votação do impeachment de Dilma

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FOTO: Solon Soares/Agência AL

No dia em que o Senado Federal decide se afasta ou não por até 180 dias a presidente Dilma Rousseff, os deputados catarinenses se revezaram na tribuna para elogiar e criticar o governo Dilma e o legado de 13 anos do Partido dos Trabalhadores. “Em Santa Catarina os deputados petistas não fazem parte, não têm o comportamento nem de longe próximo ao comportamento da cúpula do PT nacional. São corretos, honrados, combativos e não envergonham a população, não podemos colocar todos na vala comum”, discursou Darci de Matos (PSD).

Por outro lado, Darci criticou os representantes do PT que acusam de golpe impedimento de Rousseff. “Não posso aceitar a tese do golpe, essa tese perdeu na OAB, perdeu na Câmara dos Deputados e no Supremo Tribunal Federal, todas as instâncias validaram o ritmo (processual)”, advogou o representante de Joinville.

Para Ana Paula Lima (PT), trata-se de golpe. “Nem mesmo na República Velha, em que apenas os grandes senhores de terras e aristocratas votavam, esta façanha foi obtida por uma mesma sigla partidária: quatro mandatos consecutivos. Foi uma situação insustentável para a elite inconsequente e golpista”, argumentou a deputada, acrescentando que o PMDB  ocupará a presidência pela terceira vez, todas sem voto. “Foi assim com José Sarney, com Itamar Franco e agora com o golpista do Temer”,  disparou Ana Paula.

Ismael dos Santos (PSD) lembrou que na herança petista há pontos positivos e negativos. “A projeção internacional, a melhora da imagem do Brasil, a modernização da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, tudo isso foi bem vindo”, elogiou Ismael, que lamentou o descontrole da economia, a perda de sustentação no Congresso Nacional e os escândalos de corrupção. “A presidente Dilma, ao aprofundar a intervenção na economia, talvez tenha exagerado na dosagem, causando desorganização econômica”, avaliou o representante de Blumenau.

Dirceu Dresch lembrou que o PT construiu uma história no país. “Desde 1980 está na luta pelo povo mais pobre, mais humilde, (o governo petista) incluiu milhões no processo de trabalho e renda, salvou a  vida de crianças que morriam de fome”, enumerou Dresch, que responsabilizou a mídia pela incompreensão do povo brasileiro. “Boa parte do povo não compreendeu, iludida com o jogo midiático, mas enquanto o FHC depôs na Polícia Federal de forma reservada, Guido Mantega foi conduzido coercitivamente e Lula foi sequestrado”, opinou o representante de Saudades.

Nilso Berlanda (PR) responsabilizou Dilma Rousseff pela piora da economia. “O país está parado há mais de um ano, o comércio varejista caiu 30%, a inadimplência cresceu cinco pontos em Santa Catarina”, informou Berlanda, que confessou que na segunda-feira (9) presidiu reunião com o objetivo de demitir 60 funcionários. “Tive o desprazer de fazer uma reunião com a direção da empresa, dói no coração, choca o empresário, a esperança do povo é de que amanhã uma equipe nova assuma o país”.

Valdir Cobalchini (PMDB), líder da bancada peemedebista, lembrou Ulysses Guimarães. “Não roubar, não deixar roubar e por na cadeia quem roubou, não estou falando que a presidente roubou, mas deixou roubar”, especulou Cobalchini. Serafim Venzon (PSDB) comemorou. “É o final de uma longa agonia. A turma que estava carregando o andor não aguentou e largou”, alfinetou o deputado, comparando a base de sustentação de Dilma no Congresso aos fiéis que carregam as imagens em procissões.

Ana Paula voltou à tribuna e argumentou que Dilma está sendo cassada “porque o governo não é tão bom”. Para a deputada, a presidente não cometeu crime e se as pedaladas fiscais de fato se constituírem em crimes de responsabilidade, então, segundo Ana Paula, muitos governadores e prefeitos também deveriam ser cassados. “O governador também praticou pedaladas, foram 62”, registrou a parlamentar.

Veto derrubado

Por 29 votos a um foi rejeitado o veto aposto pelo Executivo ao Projeto de Lei Complementar
nº 29/2015, de José Nei Ascari (PSD) e Maurício Eskudlark (PR), que acrescentou o inciso IV ao artigo 137 da Lei nº 6.843/1986, para garantir licença especial ao presidente de associação de classe. “Muitas vezes não se verifica as leis já existentes e que tratam do mesmo assunto em outras secretarias, como a Secretaria de Administração, (o governo) vetou sem ter olhado para o lado”, criticou Marcos Vieira (PSDB) durante a sessão desta quarta-feira (11).

O líder do governo, deputado Silvio Dreveck (PP), reconheceu que a Casa Civil pediu manter o veto, enquanto a Secretaria de Segurança Pública (SSP) solicitou a sua derrubada.  “A Consultoria Jurídica da SSP foi favorável, não traz prejuízo para instituição, ao contrário, ajuda o próprio governo”, ponderou Eskudlark.

Crise da suinocultura

Natalino Lázare (PR) repercutiu os resultados da reunião da Comissão de Agricultura e Política Rural, realizada nesta manhã. De acordo com Natalino, o governo vai diminuir a alíquota do ICMS nas vendas para fora do estado de 12% para 6%. “O estado passa a ser competitivo, quando um comprador paulista vem para o Sul ele quer ver aonde ganha mais, estávamos isolados, o Rio Grande do Sul e Paraná praticam taxa de 6%”, justificou o ex-prefeito de Arroio Trinta.

Natalino também destacou o Programa de Refinanciamento de Matrizes, executado pelo Banco do Brasil. “Os produtores estão descapitalizados, precisam urgentemente  de financiamento”, defendeu o deputado, explicando em seguida que técnicos do BB e da Fatma preparam-se para dirimir dúvidas sobre garantias e licenças ambientais necessárias à liberação dos financiamentos.

Além disso, Natalino elogiou a política do governo do estado de incentivar o aumento da área plantada de milho. “O governo discute incentivos para os agricultores para aumentar a área em até 100 mil hectares, com previsão de colher um milhão de toneladas, é um passo importante”, garantiu o presidente da Comissão de Agricultura.

Vítor Santos
Agência AL

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