17/05/2010 - 15h27min
Região Serrana debate bullying escolar
O debate sobre o Programa de Combate ao Bullying Escolar, promovido pela Escola do Legislativo em parceria com o Ministério Público Estadual, reuniu na última quinta-feira (13), em Lages, na região serrana, cerca 500 pessoas. Alunos, educadores, gestores escolares e autoridades mostraram-se determinadas a colocar em prática a Lei nº 14.651/2009, que tem como propósito acabar com esse tipo de violência.
Na condição de autor da lei e presidente da Escola do Legislativo, o deputado Joares Ponticelli (PP) falou sobre o fenômeno que atualmente atinge de 5% a 35% de crianças em idade escolar. “O bullying se propaga cada vez mais na educação infantil e no ensino fundamental, por isso estamos empenhados para que o programa assegurado pela lei continue desenvolvimento de ações de solidariedade e de resgate de valores de cidadania, e respeito mútuo entre alunos e docentes.”
Confiante na iniciativa, o parlamentar avaliou que a campanha vem conquistando bons resultados e principalmente sensibilizando a sociedade para a importância da prevenção. “Temos que aproveitar esse momento em que a mídia vem dando ênfase para o tema colocando em destaque os casos mais recentes de bullying no mundo. Santa Catarina é o segundo estado brasileiro a ter a lei, e o primeiro a efetivamente cumpri-lá”, destacou.
A secretária de Educação de Lages, Sirlei da Silva Rodrigues, ressaltou que o município vem trabalhando em conjunto com os educadores para resgatar os valores de uma escola feita para educar dentro de um ambiente de paz e ética. “Todos nos somos responsáveis pela educação. A escola é apenas uma continuação da educação que vem de casa, por isso os pais também devem estar atentos as atitudes dos filhos. Só assim, juntos, vamos esta combatendo os efeitos do bullying”, frisou.
Na oportunidade, Romeu Rodrigo da Costa Silva (DEM), presidente da Escola do Legislativo de Lages, disse que os encontros promovidos pela Assembleia Legislativa para abordar o tema estão mobilizando o estado, fazendo com que cada escola invista nas equipes multidisciplinares e adote a campanha como mecanismo de informação e aprendizado.
Cenário
O prefeito de Lages, Renato Nunes de Oliveira (PP) demonstrou preocupação com o assunto que, segundo ele, vem crescendo no mundo e atingindo cada vez mais as crianças e os jovens. “Diante de um cenário alarmante, podemos dizer que o nosso estado está cumprindo seu dever, buscando soluções para suprir o problema. Sugerimos que cada escola escolha um profissional para tratar diretamente do assunto dentro da instituição.”
De acordo com, o psicólogo do Centro Operacional de Apoio à Infância e à Juventude, do MPE, Marlos Gonçalves Terêncio, uma pesquisa feita em 2009 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que, no estado, 30,8% dos alunos entrevistados já sofreram alguma forma de bullying, apontando um índice maior nas escolas privadas, de 35,9%.
“Se somarmos aqueles que sofreram e aqueles que, por consequência, assistiram, o número de alunos atingidos supera facilmente os 50%. Ou seja, mais da metade dos alunos está envolvida”, observou. Segundo ele, a campanha vai além do combate ao bullying: “Queremos prevenir, pois acreditamos que com a prevenção a responsabilidade da educação estará distribuída corretamente, entre alunos, educadores e pais”, definiu.
Com a mesma linha de raciocínio, a pedagoga pioneira no estudo do tema no país, Cléo Fante salientou que a melhor solução é a prevenção. “A prevenção deve partir de todos nós, mas a parceria entre a escola e a família é importantíssima”, lembrou. Cléo ressaltou ainda que a lei antibullying foi um grande passo para os pais e educadores aprendessem a identificar o problema. “Caso a criança não queira mais ir à escola, ter febre, dores de cabeça ou queda no rendimento escolar, é possível que ela esteja sofrendo esse tipo de violência. A melhor forma para tratar o problema é conversar, e nunca estimular o revide”, alertou. (Tatiani Magalhães/Divulgação Alesc)