Reforma política volta ao debate na Assembleia
Coligações proporcionais, voto em lista, reeleição, voto distrital, financiamento público de campanhas voltaram à discussão na sessão da tarde desta quarta-feira (19) da Assembleia Legislativa. “Voto em lista, com todo respeito à OAB, à CNBB, vai transformar os partidos em balcões de negócio, muito mais do que já se faz hoje pelo Brasil afora”, argumentou Ismael dos Santos (PSD.
O deputado exemplificou seu ponto de vista. “Um empresário de Braço do Norte decide ‘quero ser vereador, não sou popular, me filio a um partido, tenho R$ 500 mil para a campanha, só que meu nome tem de ser o primeiro da lista, aí faço 100 votos e viro vereador porque sou o primeiro da lista. Vai ficar pior do que está”, avaliou.
Jailson Lima (PT) lembrou que tramita na Câmara dos Deputados projeto de reforma política de iniciativa popular com sete milhões de assinaturas. “Precisa excluir a gerência econômica, olha o caso da Petrobrás, não é só na Petrobrás, as empreiteiras estão na Cemig, de Minas Gerais, na Copel, do Paraná, daqui a pouco tem algo com a Celesc”, ironizou Jailson, referindo-se ao cartel formado pelas grande empreiteiras.
Jailson questionou o custo de todos os desvios nas obras públicas. “Qual o custo disso, a ponte Hercílio Luz, por exemplo, quanto já se gastou na ponte, estão há 15 anos mexendo nela, empresas doadoras, grandes doadores para todos os partidos”, lamentou o parlamentar petista.
Serafim Venzon (PSDB) elencou pontos que considera prontos para serem votados, como o fim das coligações proporcionais e da reeleição para o Executivo. “Têm itens maduros, como o fim coligação proporcional, ela vai acabar com os partidos pequenos, criados para participar das conversas preliminares, assim como a reeleição para o Executivo, que atualmente é uma vergonha, presidente, governador, prefeito desde o primeiro dia que assumem fazem um mandato só pensando na reeleição”, criticou.
Ninguém dá bola para a segurança
Ana Paula Lima (PT) ponderou que “ninguém dá mais bola para a segurança pública”. A deputada enfatizou que a responsabilidade constitucional de prover segurança é dos governos estaduais. Entretanto, ela afirmou que o governo federal se sente corresponsável e utilizará a mesma estrutura da copa do mundo, com centros de monitoramento formados pelo Exército, Polícia Federal, Força Nacional e polícias estaduais, para combater a criminalidade.
Ana Paula ainda criticou a defasagem do efetivo de policiais. No caso de Blumenau, a parlamentar afirmou que há um policial civil para cada 4 mil habitantes, enquanto em Florianópolis tem um para cada 1.980 habitantes. Já a polícia militar, na capital há um PM para cada 460 manezinhos, enquanto em Blumenau existe um para cada 1.100 habitantes.
Novembro Azul
Serafim Venzon retornou à necessidade de inserir recursos no Orçamento de 2015 para suportar a demanda por biópsias da próstata. “Serão cerca de 2 mil novos casos de câncer de próstata em Santa Catarina em 2015, para cada exame positivo, quatro dão negativo, assim serão 10 mil exames a um custo de R$ 1 mil cada um. Tem de prever no orçamento as condições para realizar esses exames”, cobrou Venzon.
Professor expulso
Sargento Amauri Soares (PSOL) lamentou na tribuna a expulsão dos quadros da Secretaria de Estado da Educação do professor Eduardo Perondi, da Escola João Gonçalves Pinheiro, de Florianópolis, que se encontrava no estágio probatório. “Ele se solidarizou com as crianças, os pais e as mães”, afirmou Soares, aludindo à decisão dos pais de não enviarem os filhos para aula em virtude das condições degradantes e periclitantes das instalações físicas.
“Os professores (que apoiaram a greve) mereciam um troféu à parte, existe melhor exemplo da parte de um mestre do que se colocar ao lado da situação que vive seu aluno”, questionou Soares.
Guarani na 1ª divisão
Dirce Heiderscheidt (PMDB) homenageou na tribuna a conquista do Guarani de Palhoça, que garantiu vaga para a elite do futebol catarinense em 2015, bem como para disputar a série D do Brasileirão.
Dirce lembrou que o clube foi fundado em15 fevereiro de 1928, no Clube 7 de Setembro. “Alguns homens decidiram fundar um time de futebol, deram o nome de Guarani, em homenagem aos índios da região”, referindo-se aos homens e mulheres que habitavam o Sul da América antes da chegada dos europeus.
“É o orgulho da cidade”, garantiu a parlamentar, que parabenizou o presidente do clube, Amaro José da Silva Junior, a comissão técnica e os jogadores, todos presentes à sessão. A deputada fez um pequena homenagem aos guerreiros do Guarani e pediu à assessoria do Plenário que executasse o Hino do Guarani. “Tem festa lá na aldeia, vamos lá bater tambor”, convidou a letra.
Jecão
Darci de Matos (PSD) parabenizou “o nosso Jecão”, referindo-se ao Joinville Esporte Clube, que conquistou uma vaga na elite do futebol brasileiro e ainda luta pelo título da Série B. “O futebol é nossa paixão, está no dia-a-dia das nossas vidas, não imaginava o quanto o futebol podia mobilizar uma cidade, o astral de Joinville é outro, as pessoas estão alegres, a cidade está feliz, voltamos para o lugar de onde nunca deveríamos ter saído”, celebrou.
O deputado também destacou a importância econômica da conquista. “Vai divulgar a cidade e trazer renda para hotéis, bares, restaurantes e ambulantes”, observou. Kennedy Nunes (PSD) ressaltou a paixão tricolor e exaltou a narração do gol da classificação pelo jornalista Charles Fischer. “Está concorrendo à melhor narração do Brasil”.
Nilson Gonçalves também parabenizou o JEC. “Nosso Coelho querido, balançou a região norte, porque a euforia é de toda região, se o estádio tivesse capacidade para 40 mil pessoas teríamos casa lotada o ano inteiro”, apostou o deputado.
Casa Amarela
Nilson Gonçalves anunciou que em dezembro fechará a Casa Amarela, sede de seu escritório em Joinville e lugar para onde acorrem dezenas de pessoas diariamente. “Não tenho como continuar com o meu escritório regional, a partir do fim do ano deixo de ser deputado e vou fechar a Casa Amarela”, explicou.
Nilson justificou sua decisão. “Sou muito cobrado, já expliquei e as pessoas quando não querem compreender não compreendem, não tenho condições de bancar o custo, só o aluguel é R$ 4.400,00 por mês, a ajuda de custo de R$ 8 mil por ano para pagar aluguel só paga dois meses, o resto bancava com o salário, como não vou ter mais um belo salario, vou alugar uma sala menor e continuar atendendo as pessoas”, garantiu.
De volta ao plenário
Gilmar Knaesel (PSDB) retornou ao plenário depois de um mês ausente por motivo de saúde. “Fiz uma intervenção cirúrgica, tenho um problema crônico oriundo de acidente automobilístico. O nervo ciático estava constantemente inflamado e substituí parte da prótese de quadril, agora as coisas estão se encaixando”, brincou o deputado, que agradeceu o pessoal do gabinete pelo trabalho intenso desse mês.
15 anos da TVAL
Knaesel lembrou da passagem de 15 anos de fundação da TVAL. “Foi um momento importante, a terceira do Brasil, a primeira digital do Brasil, não sabia, fui saber ontem”, declarou o representante de Pomerode, orgulhoso de sua criação, uma vez que presidia a casa quando a TVAL foi instituída.
Agência AL