Projetos buscam a inclusão de pessoas com Síndrome de Down

Incluir pessoas com Síndrome de Down na sociedade. Este é o objetivo de um portfólio de projetos para 2013 e 2014 lançado pela Associação Amor pra Down, de Balneário Camboriú, na noite desta quarta-feira (12). Com o apoio da Assembleia Legislativa, por intermédio da Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira, o evento contou com a presença do deputado José Milton Scheffer  (PP), autor do projeto de lei que instituiu o Dia Estadual da Pessoa com Síndrome de Down, em 21 de março, para promover o debate e a divulgação de elementos que garantam a qualidade de vida e integração social dessas pessoas. Todos os convidados participaram como financiadores da associação que, hoje, conta apenas com o auxílio da prefeitura.

Segundo o parlamentar, a Assembleia Legislativa é parceira de todo o trabalho que tem como objetivo a inclusão de pessoas na sociedade. "O grande desafio que este portfólio de projetos apresentado pela Associação Amor para Down traz é o desafio da inclusão, da quebra de preconceitos e da busca de caminhos para melhorar a vida das famílias, das pessoas com down e mostrar que todos nós somos diferentes, mas é na diferença que crescemos e podemos construir um futuro melhor para nossa sociedade". Scheffer acredita que o talento e a criatividade proporcionados por esta associação servem de inspiração e de motivação para toda a sociedade catarinense  iniciar um trabalho em prol da inclusão social não só das pessoas com down, mas de todos os que precisam de inclusão.

Marco Antonio Costa, presidente da Associação Amor pra Down, refletiu o objetivo principal quando se fala em inclusão. "Buscamos proporcionar ao indivíduo com Síndrome de Down e às pessoas que convivem com ele a possibilidade de terem seu desenvolvimento igual ou mais próximo ao real das pessoas que não têm a síndrome". Com projetos específicos em cada segmento, como esporte, educação, cidadania, a associação pretende desencadear algumas atividades para conquistar este objetivo. Na área esportiva, por exemplo, as pessoas com down são limitadas em algum tipo de movimento e a busca é para que elas possam frequentar locais abertos a todos para a prática de esportes.

O psicólogo da associação, Maikon Dias, explicou que o portfólio de projetos é resultado do método "EsperanSar", de empreendedorismo social, desenvolvido por ele para lançar projetos de transformação social de grupos e comunidades. "O portfólio de projetos Amor para Down começou este ano com um diagnóstico sobre todos os direitos de pessoas com Síndrome de Down que ainda estão sendo violados na nossa região. Praticamente todos estão sendo: saúde, quando não conseguimos tratamentos especializados; educação, quando não conseguimos incluir adequadamente uma pessoa com down no ensino regular, entre outros".

Conforme o psicólogo, este ano foi feito um diagnóstico e foram criados cerca de 15 projetos de transformação social que buscam melhorar os dias das pessoas com Síndrome de Down. "Temos projetos que buscam resgatar a saúde de forma integral, desde o momento em que é descoberta a Síndrome de Down até uma velhice saudável, além dos projetos chamados de "Caminhos da Inclusão" para trabalhar instâncias públicas: escolas, institutos profissionalizantes, universidades que recebam e eduquem, de uma maneira efetiva, pessoas com Síndrome de Down".

Segregação
Maikon Dias afirma que existe a segregação de pessoas com Síndrome de Down em instituições especializadas. "As pessoas que são atendidas em instituições são bem cuidadas, mas não estão felizes segregadas. Os atendidos na associação gostam de estar inclusos na sociedade. Por isso, nosso portfólio de projetos busca o caminho para que as pessoas saiam da condição de exclusão, de anonimato, para uma condição de seres participantes, ativos e desejados na sociedade".  

O que é a Síndrome de Down
A Síndrome de Down é uma diferenciação genética que atinge um a cada 600 nascimentos, o que faz dela uma das deficiências mais comuns. Sua ocorrência gera características singulares e necessidades de apoio especializado para promover o pleno desenvolvimento humano. A deficiência mais grave, entretanto, segue o preconceito que frequentemente ocasiona segregação, estigmatização e até o abandono intelectual.

Associação Amor pra Down
A Associação Amor pra Down tem sede em Balneário Camboriú e atende, também, os municípios de Camboriú, Itajaí e Itapema. Seus diretores são pais de crianças com Síndrome de Down e trabalham de forma voluntária. A principal função da associação é promover assistência, integração e desenvolvimento dentro dos aspectos afetivo, social e cognitivo das pessoas com Síndrome de Down e suporte a suas famílias, oferecendo atendimento especializado e criando condições para sua independência e inclusão na sociedade em todas as etapas da vida.