Projeto sobre lixo eletrônico alia preservação ambiental e inclusão social
Com a proximidade do Natal, época em que é comum a troca de presentes, acentua-se a demanda por locais de descarte de equipamentos eletrônicos antigos e sem uso, tais como computadores, monitores e impressoras. Na região da Grande Florianópolis, o Comitê para Democratização da Informática (CDI), em parceria com a Companhia de Melhoramentos da Capital (Comcap), mantém 20 pontos de coleta destes materiais. Parte dos produtos recolhidos é recuperado e encaminhado para projetos sociais.
De acordo com o presidente da CDI, Heitor Blum S. Thiago, são processados mensalmente de 60 a 70 toneladas de materiais eletrônicos, dos quais são recuperados 150 computadores. A entidade, explica, recebe descartes provenientes de todo o estado, principalmente de Florianópolis. “Após o recebimento, o material passa por uma triagem, onde separamos o que é possível ser aproveitado. O restante é desmontado e encaminhado parar empresas de reciclagem de São Paulo”. Em média a cada 10 computadores, três são recuperados, sendo utilizados posteriormente para a montagem de salas de informática em cada uma das 20 comunidades atendidas.
A CDI, explica, é uma organização não governamental, voltada à inclusão digital, existente em 20 países. No Brasil, o Rio de Janeiro foi o primeiro estado a receber uma unidade da organização, em 1995. Presente em Santa Catarina desde 2001, a entidade atua principalmente na região da Grande Florianópolis, levando capacitação a jovens carentes.
A entidade é mantida por meio de doações de pessoas físicas e jurídicas e com a participação em editais públicos. “Nossa intenção é estender o projeto para outros 12 municípios catarinenses e montar um centro de reciclagem em Blumenau. Também está em estudo uma parceria com a Associação Catarinense de Supermercados (Acats), para a instalação de postos de coleta em todos os seus estabelecimentos filiados”, disse.
Benefícios ambientais
No Brasil, o recolhimento do lixo eletrônico é regulado pela Política Nacional de Resíduos sólidos (Lei 12.305 de 2010), que institui a responsabilidade compartilhada entre o Poder Público e o setor empresarial. Cabe aos gestores públicos, estimular e orientar a implantação da chamada política reversa, nas quais fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes ficam responsáveis pelo recolhimento dos produtos eletrônicos e componentes descartados.
Segundo a engenheira sanitarista ambiental da Comcap, Flávia Guimarães Orofino, as empresas estão começando a se organizar para o recolhimento dos resíduos produzidos, inclusive as da área de informática. “A sociedade está despertando para a questão, criando uma nova cultura ambiental. Neste sentido a Comcap vem intensificando campanhas para esclarecer a sociedade sobre a melhor forma de realizar o descarte correto destes resíduos”, disse.
Os pontos de coleta mantidos pela ACI podem ser acessados no site http://cliquefuturo.org.br/?page_id=526
Agência AL