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09/12/2009 - 13h49min

Programa de estágio Antonieta de Barros completa cinco anos em clima de emoção

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Sessão Especial em homenagem aos 5 anos instituídos por Lei do Programa Antonieta de Barros
Os cinco anos do Programa Antonieta de Barros (PAB) foram celebrados em uma sessão especial marcada pela emoção. Jovens que passaram pelo programa de estágio, criado em 2003 e transformado em lei no ano de 2004, deram relatos da importância de trabalhar na Assembleia Legislativa. Esta é mais uma política de ação afirmativa da Casa, que atende a uma demanda reprimida de uma parcela da sociedade vulnerabilizada pela violência. O PAB foi concebido com o objetivo de incluir nas relações de trabalho jovens marginalizados, caracterizados pelo ambiente em que vivem, raça, maternidade e/ou paternidade precoce, ou, ainda, necessidades especiais. Durante a sessão foi exibido um vídeo produzido pela TVAL e que mostrou a realidade de alguns dos jovens que participaram do programa. Os relatos, as lágrimas e o orgulho dos familiares que participaram do evento ressaltaram a necessidade de abrir as portas para jovens que não tinham perspectivas de uma vida diferente, mas que, agora, sonham com uma universidade e com um trabalho bem remunerado e reconhecido, diferente da situação de seus pais ou de seus vizinhos. Richard Goterra, estagiário da Gráfica da Assembleia, subiu à tribuna para representar todos os estagiários que participaram ou ainda participam do programa. O jovem agradeceu a oportunidade de fazer parte da equipe de funcionários da Casa e ressaltou que “é bom saber que existe uma saída para pessoas marcadas pela exclusão e a escravidão”. Ele falou sobre o aumento da violência nas comunidades da periferia da Capital, onde jovens negros estão morrendo ou sendo mortos pelas drogas. “Lares e famílias estão sendo destruídos. As crianças estão vendo no crime uma possibilidade de renda, mas não veem uma perspectiva de vida. Nós somos grandes árvores e podemos dar bons frutos”, incentivou. Mário Davi Barbosa, que fez parte do programa e hoje cursa a faculdade de Direito, acredita que o PAB é a mostra de que todos podem alcançar um bom futuro. “A maior dificuldade que passamos desde crianças é acreditar que a gente não pode, que não vai chegar a outro lugar. Então, o programa vem mostrar que a gente pode e como iguais. Temos que olhar no espelho e não esquecer, nunca, que devemos e devemos muito”, disse referindo-se aos seus antepassados escravos. Segundo Mário, é fundamental reconhecer a diferença, mas sabendo que não é um pressuposto para que negros sintam-se inferiores. “Não somos inferiores, somos diferentes”, observou. A responsável pelo programa desde 2005, coordenadora de Estágios Especiais, Marilú Lima de Oliveira, declarou, entre lágrimas, que assumiu a Coordenadoria de Estágios Especiais sem saber se tinha competência para levar os trabalhos adiante. “Foi muito penoso, mas foi com muito amor, bondade e carinho. E não estive sozinha. Queria agradecer a todos os colegas pela oportunidade, pela manifestação política do poder Legislativo por atender este pleito e implementar esta política, e a todos do PAB por hoje termos a certeza da nossa capacidade”, finalizou. A primeira coordenadora do PAB, Jeruse Gusmão, participou da comemoração e foi uma das homenageadas da noite. Ela explicou que o programa começou com um recorte étnico, pois foi idealizado por mulheres que faziam parte do Fórum de Mulheres Negras, e durante o processo de construção foram incluindo meninos e meninas com necessidades especiais, pais e mães precoces, endereços marginalizados e estudantes de escolas públicas. “Os nossos objetivos foram cumpridos. São os jovens que escolhem onde querem trabalhar. O programa atua em dois eixos fundamentais: o primeiro é entender que nós também fazemos parte de grupo conhecido como “outros”, o segundo trabalha com o talento de cada um, que não podem viver somente na marginalidade. Vocês têm que entender que o bem público também é de vocês e que vocês também fazem parte da sociedade”, encorajou. O deputado José Natal Pereira (PSDB) falou em nome dos partidos com assento no Legislativo catarinense. Ele acredita que a Assembleia Legislativa é uma referência na política nacional. Também falou que o PAB é uma luz, um lugar que insere o jovem no civismo, na política e na sociedade. “Quero enaltecer o comprometimento total dos funcionários desta Casa ao receber essa garotada e dizer que estão aqui para auxiliar e confirmar que é possível. As famílias são peças fundamentais para esta realidade. Queria que viessem por uma situação de Justiça e não de vulnerabilidade”, ressaltou. Já o deputado Jailson Lima (PT), que presidiu a sessão, mencionou que a Casa do povo, como o Parlamento é conhecido, não reflete a realidade da população em seu dia-a-dia. “Nosso estado foi colonizado, em sua grande maioria, por europeus, mas foi construído na raça guerreira da negritude. Tenho convicção de que esta é uma sessão especial, porque temos aprendido mais com vocês do que vocês conosco. A Assembleia sente-se honrada por esta sessão, nesta noite primorosa, que não nos deixará esquecer que é possível tocar o céu”, declarou. Termo de cooperação O presidente da Casa, deputado Jorginho Mello (PSDB), não pôde participar da sessão, mas deixou uma mensagem aos jovens. Disse que o PAB tem dado certo há cinco anos e isso é um reflexo do comportamento guerreiro da coordenadora Marilú e dos demais abnegados que passaram pelo programa. Jorginho também falou sobre o termo de cooperação assinado com a União dos Vereadores de Santa Catarina (Uvesc). O acordo permitirá que o Programa Antonieta de Barros seja adotado em todas as câmaras municipais de Santa Catarina. “Este é um programa que vale a pena, é um bom exemplo que deve ser aplaudido. Sou um apaixonado pelo PAB, porque vem resgatar os que realmente precisam. O primeiro passo precisa ser dado, o segundo e o terceiro a gente tenta dar”, justificou. De acordo com o representante da Uvesc, Neilor José Rodrigues, o PAB não é o início, nem o fim, mas o meio para que se tenha um pouco de justiça social no Brasil. “O termo assinado entre as duas instituições é muito importante. Tanto que deveria ser aplicado em todas as câmaras e assembleias legislativas do país e também no Congresso Nacional. Isto que estamos vendo aqui é um ato inédito e muito auspicioso. Não vamos conseguir pagar nossa dívida com vocês, oriundos de Zumbi. Mas podemos reconhecer que este lugar é de fato e de direito de vocês, que colonizaram e construíram este país”, encerrou. (Denise Arruda Bortolon Montagna/Divulgação Alesc) Critérios O programa estabelece critérios para que os jovens integrem o quadro de estagiários da Casa: • jovens com idade entre 16 e 24 anos; • regularmente matriculados no ensino médio ou superior; • renda familiar menos ou igual à 2,5 salários mínimos; • vulnerabilidade na localidade de moradia; • condição étnica; • gênero; e • pessoas com deficiência. Homenageados: • Marilú Lima de Oliveira; • Volnei Morastoni; • Nazarildo Knabben; • Angela Aparecida Bez; • Walter da Luz; • Ivone Maria Perassa; • Uda Gonzaga; • Jeruse Romão; • Vera Fermiano; • Marcos Caneta; • Romário da Silva; • Zulmar Hermógenes Saibro; • Almir Elcir Manoel; e • Eloisa Barbosa Diploma aos ex-estagiários do PAB • Rudval Bittencourt, representando a turma de 2003 • Cléber Bittencourt, representando a turma de 2004 • Silmara Regina da Rosa, representando a turma de 2005 • Ariana Barbosa, representando a turma de 2006 • Críchyna da Silva Madalena, representando a turma de 2007 • Jéssica Farias Morruda, representando a turma de 2008
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