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18/05/2015 - 12h56min

Profissionais de várias áreas participam de seminário sobre autismo em Chapecó

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O psicopedagogo Eugênio Cunha foi um dos palestrantes do evento em Chapecó. FOTO: Miriam Zomer/Agência AL

O interesse de conhecer melhor as maneiras de diagnosticar e tratar as pessoas com transtorno do espectro autista mobilizou aproximadamente 900 pessoas, entre profissionais da educação, saúde, assistência social e familiares, a participarem do  Seminário Descentralizado do Estudo e Conscientização sobre o Autismo. O evento, realizado sexta-feira (15) em Chapecó, faz parte de um ciclo de quatro encontros programados para este ano em diferentes municípios catarinenses.

Promovido pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina, por meio da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência e com apoio da Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira, o ciclo de seminários, considerado uma ferramenta fundamental na abordagem do tema, teve início em 2014, e agora dá continuidade às atividades previstas atendendo a necessidade de discutir políticas públicas voltadas para as pessoas com autismo. 

Nesta etapa sediada no Oeste catarinense, em parceria com a Associação Catarinense de Autismo e Associação de Pais e Amigos dos Autistas de Chapecó e Região, uma série de palestras envolvendo diferentes áreas ligadas ao tema foram realizadas. A abertura do evento contou com o deputado José Nei Ascari (PSD), presidente da comissão, que destacou a importância do seminário, enfatizando que a iniciativa auxilia na capacitação de aproximadamente 4 mil profissionais no estado.

A deputada Luciane Carminatti (PT) salientou que a construção da interação social proposta no seminário fortalece o debate e amplia o conhecimento, não apenas dos educadores e familiares de pessoas com autismo, mas da sociedade em geral, visando vencer os desafios da convivência humana. “Um dos maiores desafios é compreender que nem todos somos iguais, porém se faz necessária a convivência de forma respeitosa e consciente”, frisou. Já o deputado Cesar Valduga (PCdoB) disse que a oportunidade de compartilhar o conhecimento de palestrantes renomados no assunto é de extrema valia, sendo que o autismo ainda é um pouco conhecido entre as pessoas.
 
Palestras
Ministrada pelo neuropediatra Clay Brites, a primeira palestra do seminário trouxe conhecimentos sobre a importância do diagnóstico precoce, além de dicas para obtê-lo. Para o especialista, pe,o fato de não existir um exame que comprove o transtorno, faz-se necessária a observação comportamental, na qual é possível observar os sinais apresentados.

“Conhecer os principais sinais de sintomas, como os prejuízos sociais e acadêmicos, as características inadequadas que o paciente apresenta durante os três primeiros anos de vida é o que vai definir o diagnóstico observado em praticamente 100% dos casos”, explicou o profissional.  Ele destacou que o diagnóstico precoce aumenta a chance de modificação significativa nos sintomas de autismo a longo prazo. “Após os três anos de idade se perde um tempo precioso para o desenvolvimento da criança”, completou.

Já o psicopedagogo Eugênio Cunha falou sobre “Autismo na escola, um jeito diferente de aprender, um jeito diferente de ensinar”. Segundo ele, trata-se de um aprendizado diferenciado, no qual o professor precisa ter uma ação que lhe permita um olhar sensível para as qualidades e as carências do aluno autista. “Não depende apenas do professor ou da instituição de ensino para que ocorra essa inclusão, se faz necessária a aplicação de políticas públicas. Além desses fatores é necessário o profissional, tanto da área da educação, saúde, assistência social, entre outras, conhecer a arte de ensinar”, revelou.  

Com a palestra “O papel da Nutrição no tratamento do autismo”, a nutricionista Maria Rosa Rodrigues fez um alerta de como a alimentação pode interferir no desenvolvimento do autista, além da necessidade de cuidados especiais com a comida. Segundo a nutricionista, a alimentação inadequada provoca alterações no metabolismo que frequentemente acometem os autistas, entre elas disfunções gastrointestinais.

“Para os autistas, o ideal é aplicar a dieta sem glúten e leite, pois a proteína encontrada nesses alimentos pode causar alergia, rinite, sinusite, em geral problemas de alterações imunológicas”, explicou. Maria Rosa destacou que diferentes estudos mostram que essas proteínas têm um efeito opióide e, ao serem mal digeridas, possuem uma molécula que tem efeito diretamente no sistema nervoso central, provocando alterações de comportamento.        

Com destaque para “Políticas públicas para pessoas com transtorno do espectro autista”, a assessora da comissão da Assembleia, Janice Kransniak, destacou a consolidação da Lei 16.036/12, que institui a Política Estadual de Proteção ao Autista, dando a essas pessoas direitos e garantias. Segundo ela, desde a área social, a legislação trouxe muitos ganhos como a parte da inclusão, entre outros. “Nosso debate é levar os principais assuntos relacionados e fazer a relação com os órgãos municipais, estaduais e nacional, que trabalham em conjunto na causa do autismo”, observou.

Tatiani Magalhães
Sala de Imprensa

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