Campanha de prevenção de DST/Aids no carnaval foca público jovem
A Vigilância Epidemiológica do estado vai distribuir 4 milhões de camisinhas para intensificar a prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e Aids no período do carnaval. A campanha tem como lema “Compartilhe sua alegria com segurança, #use camisinha”, com foco no público jovem. Santa Catarina é o terceiro estado do país em mortes causadas por Aids. Em 2013 foram registrados 575 óbitos.
Os preservativos e materiais informativos serão distribuídos em todo o estado, em especial nos municípios com tradição em festividades de carnaval. A gerente de DST-Aids e Hepatites Virais da Diretoria de Vigilância Sanitária de Santa Catarina, Ingrid Bittencourt, informa que os preservativos estarão disponíveis em pontos nas ruas, nos bailes, clubes, ensaios de blocos e estabelecimentos de serviço como postos de combustíveis, academias e lanhouses. “Precisamos garantir o acesso das pessoas à camisinha. O jovem usa camisinha quando ele tem acesso.”
Cerca de 20 mil pessoas vivem com HIV/Aids em Santa Catarina e estão em tratamento. A infecção entre jovens na faixa de 15 a 24 anos aumentou, conforme os dados oficiais. “Em função dos tratamentos disponíveis, o jovem acha que a Aids não mata mais. A camisinha passou a ser usada só para a prevenção da gravidez, mas ela é fundamental para a prevenção da Aids, da sífilis e das hepatites B e C, todas doenças sexualmente transmissíveis”, explica Ingrid.
Dos 20 municípios com as maiores taxas de detecção de Aids no Brasil, oito são catarinenses – Itajaí, Balneário Camboriú, Rio do Sul, Camboriú, Biguaçu, São José, Florianópolis e Criciúma. Em 2014 foram identificados 1.669 novos casos. Os óbitos por Aids somam 10.463 no período acumulado de 1984 (quando foi registrado o primeiro caso) a 2013. “Por isso a gente fala e repete. A Aids é uma epidemia não controlada. É preciso usar camisinha, curta a camisinha”, enfatiza Ingrid.
Hepatites e sífilis
Outras doenças sexualmente transmissíveis podem ser evitadas com o uso do preservativo, caso da sífilis e das hepatites B e C. Em 2014 foram registrados 863 casos de hepatite C em Santa Catarina. A doença causa lesões graves no fígado que podem levar à morte.
A sífilis, doença muito antiga que pode causar danos neurológicos, também é transmitida por via sexual. No ano passado, os dados oficiais registram 615 casos de sífilis em gestantes e 282 casos de sífilis congênita (transmitida de mãe para bebê).
Agência AL