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25/09/2017 - 08h23min

Prevenção das deficiências foi tema de Seminário realizado em Lages

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Profissionais das áreas da saúde, educação e assistência social, especialistas das áreas de genética, pediatria e gestores públicos trocaram experiências no Seminário de Prevenção das  Deficiências, realizado em Lages na sexta-feira (22.09).

O evento foi promovido pela Apae de Lages e contou com o apoio da Assembleia Legislativa, através da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência  e da Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira, além de  vários parceiros locais da iniciativa privada.

O Seminário faz parte das ações desenvolvidas pelas APAEs de Santa Catarina através do Programa PREVINIR e está respaldado pela Lei n° 16.858, de 18/12/2015 (de autoria do Deputado José Nei Ascari e Dep. Antonio Aguiar), que instituiu a semana de conscientização e prevenção às deficiências, realizada anualmente no período de 21 a 28 de agosto.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, uma em cada dez pessoas possui algum tipo de deficiência. Os modelos centrados no tratamento, e não na prevenção, estão se tornando insustentáveis em toda parte do mundo, por serem extremamente onerosos e por não contarem com acesso igualitário dos avanços tecnológicos na área da saúde a toda população. Assim, a prevenção tornou-se um meio eficaz para a redução dos gastos em tratamentos e para a diminuição do índice das deficiências.

Para avançar no processo educativo do estado ou do país, junto da prevenção, é necessário para que haja a conscientização e informação das formas e atitudes para a diminuição destes índices, sendo uma necessidade urgente que pressupõe o conhecimento das causas da deficiência ou de situações de risco capazes de gerar mais crianças deficientes.

Prevenir é a melhor escolha, foi o tema central do Seminário que teve como objetivo fornecer subsídios que contribuirão para que todos se tornem agentes multiplicadores nos contextos escolares e não escolares, exercendo assim os princípios básicos da cidadania.

Presente na abertura do Seminário o deputado José Nei Ascari (PSD), presidente da Comissão e Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência destacou a importância de capacitar e qualificar profissionais dos diversos segmentos em relação a prevenção das deficiências. “Tratar é importante, mas prevenir é vital.” salientou Ascari.

Com uma ampla grade de atividades o foco das palestras ministradas por especialistas da área, o evento abordou o planejamento familiar desde a gravidez, doenças genéticas e o aconselhamento genético como forma de prevenção das deficiências. As ações preventivas abrangem cuidados antes e durante a gravidez, no momento do parto, depois do nascimento do bebê e ao longo do desenvolvimento da criança.

O Vice-Prefeito Municipal de Lages Juliano Polisi afirmou que são cuidados simples, como evitar o casamento entre parentes, a gestante evitar o uso de álcool, drogas e fumo; fazer o pré-natal; levar o filho para fazer o teste do pezinho que contribuem para reduzir o número de crianças com deficiências.

A médica Geneticista do Hospital Infantil Joana de Gusmão de Florianópolis, Louise Lapagesse, afirmou que "estatísticas mostram que, de cada quatro que nascem com deficiências, três ocorrências poderiam ser evitadas, muitas tentativas de aborto podem provocar deficiência ao bebê e podem levar a mãe à morte.”

“É importante as gestantes evitarem o consumo de bebidas alcoólicas, cigarro e outras drogas, pois essas causam muitas deficiências e alterações nos órgãos do bebê. O  período crítico para o bebê é nos primeiros 50 dias de gestação, onde muitas mulheres acabam ingerindo bebida alcoólica sem saber que estão grávidas”, destacou Lapagesse.

Convém lembrar que, segundo a Organização Mundial de Saúde, a deficiência não é uma doença, porém ela pode ser causada por uma doença, assim como, por acidentes, fatores orgânicos ou hereditários e genéticos, condições socioeconômicas e ambientais, fatores de risco e causas pré-natais, características maternas e influencias do meio, fatores químicos e nutricionais, além de causas desconhecidas ressaltou a Terapeuta Ocupacional Geórgia de Souza Lopes Rafaeli que abordou a temática prevenir é a melhor escolha.

A infância é um período em que se desenvolve grande parte das potencialidades humanas. Os distúrbios que incidem nessa época são responsáveis por graves consequências para indivíduos e comunidades.

Para a Fisioterapeuta e Doutoranda em Pediatria e Saúde da Criança, Geciely Munaretto Fogaça de Almeida “é fundamental iniciar a prevenção antes de engravidar, quando o casal decide ter um filho precisa buscar orientações e seguir alguns cuidados, pois é nas primeiras semanas que normalmente ocorrem às deficiências”.

O casal deve procurar o médico, este irá orientá-los e deve pedir alguns exames, que o casal deve realizar: Hemograma, Diabetes, Sífilis, Tipagem Sanguínea e a presença do fato RH, Toxoplasmose, Hepatite, Rubéola e Tétano. Lembro que é importante que o homem também faça os exames (tendo alguns específicos para ele). A mulher deve tomar a vacina contra a rubéola, pois esta doença afeta o bebê em formação, causando más-formações como: cegueira, deficiência auditiva, entre outras alterações.

As práticas preventivas devem ser aplicadas em diferentes momentos:

· Pré – concepcional (antes da gravidez);
· Pré – natal (durante a gestação);
· Perinatal (no momento do parto).

E elas podem ser: prevenção primária, prevenção secundária e prevenção terciária.

Prevenção Primária: tem como objetivo promover a melhoria na condição de vida da população e consequentemente, reduzir a incidência de novos casos de deficiência. Entre as ações podemos citar: Aconselhamento genético; Programas de imunização; Melhora no cuidado de saúde pré-natal, peri-natal e pós-natal.
Prevenção secundária: nesta etapa, a criança já foi exposta às condições adversas e as intervenções são feitas para reduzir e/ou eliminar a duração ou a severidade dos seus efeitos, visando limitar a progressão da deficiência intelectual. Em outras palavras, essas medidas fornecem a identificação precoce da deficiência, seguidas pelo tratamento e pela intervenção, a fim de minimizar o seu desenvolvimento. Um exemplo é a triagem neonatal (exames realizados em recém-nascidos, com o objetivo de diagnosticar distúrbios específicos para que sejam tratados). Outro exemplo é o Programa de Estimulação Essencial das APAEs, nos quais crianças até 06 anos são trabalhadas com objetivo de melhorar e adequar todas as funções que foram diagnosticadas com um certo atraso.
Prevenção terciária: nessa fase, o atraso no desenvolvimento já está instalado e as ações são feitas para minimizar os efeitos dessas condições, desenvolvendo ações que resultem em maior independência e autonomia do indivíduo. A prevenção terciária visa prevenir complicações da deficiência intelectual e a reabilitação. Envolve o cuidado e a gerência em longo prazo de uma condição crônica, por exemplo, reabilitação ou correção da inabilidade por medidas cirúrgicas ou adotando as estratégias que permitam à pessoa deficiente conduzir uma vida normal ou próxima do normal. Essas medidas incluem também programas de educação especial.

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