Comissão de Educação debate retorno às aulas presenciais
A presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto, deputada Luciane Carminatti (PT), confirmou na tarde desta segunda-feira (24) que o retorno às aulas presenciais na rede pública e privada segue suspenso em Santa Catarina até 12 de outubro. Ela informou ainda na reunião, realizada por videoconferência, que os secretários de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, e da Educação, Natalino Uggioni, podem prorrogar a data caso os casos de Covid-19 continuem nos 14 dias que antecedam a data prevista para o retorno das aulas.
A deputada, respondendo questionamento feito pelo deputado Ismael dos Santos (PSD), esclareceu ainda que os cinco grupos de trabalho, reunindo integrantes dos setores de educação e saúde, além das creches privadas, escolas públicas, governo do Estado para a elaboração dos protocolos de volta às aulas presenciais, já concluíram um parecer com 49 medidas necessárias para o retorno às aulas para a educação profissionalizante, superior, formação de jovens e adultos. No entanto, medidas relativas aos ensinos infantil e fundamental ainda estão em elaboração.
Projetos aprovados
A Comissão de Educação aprovou, por unanimidade, o parecer de Luciane Carminatti ao PL 43/2019, de autoria do deputado Fernando Krelling (MDB), que veda o uso de recursos públicos para contratação de artistas que, em suas músicas, coreografias e danças desvalorizem, incentivem a violência ou exponham as mulheres à situação de constrangimento, ou que contenham manifestações de homofobia ou discriminação racial.
O PL recebeu na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) emenda substitutiva global da deputada Ana Campagnolo (PSL) e a nova redação amplia o alcance do projeto por meio da troca de alguns termos. Desta forma, “mulheres” dá lugar a “qualquer pessoa”, e “homofobia” e “discriminação racial” é substituída por “desrespeito em razão de preconceitos, seja de origem, raça, sexo, cor, idade ou quaisquer outras forma de discriminação”. O projeto segue para análise na Comissão de Direitos Humanos.
Espaço cultural
Aprovado ainda o parecer do deputado Nazareno Martins (PSB) ao Projeto de Resolução (PRS) 1/2019, do deputado Fabiano da Luz (PT), que denomina Promotor Público e Poeta Cruz e Sousa o Espaço Didático Cultural da Assembleia Legislativa. O objetivo de Fabiano da Luz é homenagear o promotor público e poeta Cruz e Sousa no espaço oferecido para exposições de arte (chamado de "anexo", ainda sem um nome).
Filho de escravos alforriados, João da Cruz e Sousa nasceu na então Desterro, como se chamava a capital catarinense no ano de 1861, já em liberdade. Enfrentou a sociedade escravocrata da época com textos e críticas contundentes, como jornalista, professor e escritor. Cruz e Sousa (1861-1898) foi o mais importante poeta simbolista brasileiro. Com os livros: Missal (poemas em prosa) e Broquéis (versos) inaugurou oficialmente o Simbolismo no Brasil. A matéria segue para análise do plenário.
Música gospel
O colegiado também aprovou por unanimidade o parecer de Ana Campagnolo ao PL 510/2019, de autoria do deputado Jair Miotto (PSC), que declara a música gospel e os eventos evangélicos como manifestação cultural no estado. Segue para análise em plenário.
Timbó Grande
O PL 31/2020, do deputado Valdir Cobalchini (MDB), relatado por Fernando Krelling, que declara o município de Timbó Grande como a Capital Cabocla do Contestado, também foi aprovado e está apto para ser apreciado em plenário.
Terceira Idade
Também aprovado o parecer de Nazareno Martins ao PL 337/2019, de Fernando Krelling, que altera o art. 2º da Lei nº. 13.846, de 2006, que institui os Jogos Abertos da Terceira Idade no Estado de Santa Catarina. De acordo com o autor do PL, a proposta atende um pedido da organização do evento. “A intenção é dar mais segurança jurídica e autonomia à Fesporte (Fundação Catarinense de Esporte) que realiza a competição.” Pela proposta, os Jogos Abertos de Santa Catarina e o da Terceira Idade poderão ocorrer no mesmo município e na mesma data. PL segue para análise em plenário.
Diligenciamento
Um pedido de diligenciamento adiou a apreciação do Projeto de Lei Complementar (PLC) 3/2019, de autoria do deputado Bruno Souza (Novo), que visa incluir na legislação estadual a previsão da educação domiciliar, modalidade na qual os próprios pais ficam encarregados de prover o ensino dos filhos, que ficam desobrigados de comparecer à escola. O pedido de diligenciamento partiu da relatora da matéria, Luciane Carminatti, que destacou a necessidade de conhecer o posicionamento de alguns órgãos estaduais e federais sobre o homeschooling, como também é conhecido, e adotado em diversos países como uma alternativa à escola tradicional.