Preocupações com a pandemia dominam os debates no Plenário da Alesc
FOTO: Solon Soares/Agência AL
A situação da pandemia em Santa Catarina concentrou as atenções dos deputados na sessão desta quinta-feira (18) na Assembleia Legislativa. Temas como a preocupação sobre o retorno às aulas na rede estadual de ensino, a compra de vacinas, a superlotação dos hospitais, a demora na imunização da população e a vacinação domiciliar foram debatidos.
O deputado Ismael dos Santos (PSD) classificou o retorno das aulas de modo presencial nas escolas públicas como um “dia histórico”. Na avaliação dele, apesar da esperança que “se possa retomar com um mínimo de normalidade” há muitas preocupações por causa da pandemia. “Quero ratificar a recomendação que fiz ontem ao governo do Estado para que se possa pensar na estratégia de dar segurança aos professores e alunos por meio da vacina. Sabemos que Santa Catarina enfrenta nova onda [da Covid-19]. Chegamos a sete mil óbitos no estado e as previsões são desanimadoras, com uma perspectiva de, até o fim de 2021, termos três milhões de vacinados, mas nossa população chega a quase oito milhões”, comentou. Por causa disso, o parlamentar apelou à Secretaria de Estado da Saúde que o volume financeiro programado para a aquisição de vacinas seja destinado à vacinação de professores e alunos.
Protagonismo
Representante da região Oeste, o deputado Neodi Saretta (PT) também demonstrou preocupação com a situação da Covid. “O governo brasileiro demorou e está demorando em comprar e a Anvisa para aprovar novas vacinas quando é preciso ser protagonista. Por isso apresentei um projeto de lei para viabilizar a aquisição de vacinas pelo governo do Estado de Santa Catarina, ainda que o ideal seja a União comprar”, informou.
Saretta destacou também temor pelo que classifica como demora na aplicação das vacinas que já estão disponíveis em território catarinense. “Talvez seja importante ampliar os grupos prioritários. Determinadas cidades só vacinaram idosos com mais de 90 anos. Teve dias que só vacinaram quatro pessoas”, lamentou.
Sobre o estado de “colapso total” na rede hospitalar dos municípios do Oeste, Saretta sugeriu que, além da necessidade de mais leitos de UTI, seja preciso que o governo ajude na contratação de pessoal. “A questão social precisa ser vista, que [os salários] sejam mais atrativos para quem vai trabalhar em uma UTI, um lugar normalmente estressante e ainda mais durante uma pandemia”, destacou.
Em relação aos trabalhos da Comissão de Saúde, o parlamentar registrou ainda que no próximo dia 24 o colegiado terá uma audiência pública na qual a Secretaria de Estado da Saúde prestará contas sobre as ações do último quadrimestre. Na ocasião, a questão da pandemia também estará em pauta. Por fim, Saretta respondeu positivamente à solicitação do deputado Kennedy Nunes (PSD), que pediu uma acareação “entre o governo do Estado e a empresa que administra o Samu”.
O deputado Jair Miotto (PSC) agradeceu a oportunidade que terá de participar da Comissão de Saúde neste ano e relatou informações sobre a situação crítica que o Hospital Regional São Paulo, em Xanxerê, também está enfrentando por causa do excesso de pacientes nas cidades do Oeste. “Ontem havia 89 pessoas no setor da Covid, sendo 40 em leitos formais e os demais na enfermarias”, disse Miotto. Segundo ele, vários pacientes estão sendo transferidos para hospitais de municípios como Florianópolis e Indaial.
Locomoção
O deputado Sergio Motta (Republicanos) falou sobre o Projeto de Lei 17/2020, que determina a obrigatoriedade de vacinação domiciliar para pessoas com deficiências motoras e doenças degenerativas que incapacitam a locomoção. “Falei com o governador Carlos Moisés sobre o fato de que há muitas pessoas – segundo a promotoria, mais de um milhão – que não têm condição de ir há um posto de vacinação [para se imunizar contra a Covid-19]. Ele garantiu que a lei será cumprida”, disse o parlamentar.
Motta aproveitou seu discurso no Plenário da Alesc para informar à população em geral sobre a existência da legislação. “Você que tem algum familiar com deficiência motora pode procurar um posto de vacinação e pedir para que um agente de saúde vá até seu lar para imunizar as pessoas. E isso não é válido somente para a Covid, mas para todos os tipos de vacinas”, concluiu.