Polícia Civil ganha nova ferramenta na busca por pessoas desaparecidas
A Delegacia de Polícia de Pessoas Desaparecidas (DPPD) em Santa Catarina ganhou uma ferramenta importante na busca pelo paradeiro dos quase 4,2 mil desaparecidos registrados no estado. Um termo de cooperação assinado recentemente entre a Secretaria de Estado da Assistência Social, Trabalho e Habitação (SST) e a Polícia Civil vai permitir que a delegacia tenha acesso ao banco de dados da secretaria na busca por informações sobre desaparecidos e seus familiares.
Responsável pela DPPD, o delegado Wanderley Redondo classificou o acesso à nova ferramenta como excepcional. “Dos meios que nós temos para fazer pesquisa, é algo excepcional, porque se trata de um banco de dados constantemente atualizado. Nesse sistema da secretaria, nós temos as informações necessárias para localizar a pessoa ou o seu familiar, um telefone um email atualizado, o que é essencial”, explicou.
A parceria entrou em vigor há cerca de duas semanas e já possibilitou a localização de informações sobre 10 casos. Em um deles, a DPPD encontrou uma mulher que havia desaparecido havia 21 anos. Ele está em uma fazenda no interior de Mato Grosso. “Estamos em contato com a Assistência Social do município para que possam procurá-la. Ela está em uma fazenda que fica a 70 quilômetros da área urbana desse município”, comentou.
O secretário de Estado da Assistência Social, Trabalho e Habitação, Valmir Comin, afirmou que a parceria com a DPPD é importante para na busca por respostas a milhares de famílias que enfrentam o drama de ter um parente desaparecido. “Se nós temos uma tecnologia disponível e temos órgãos interessados em utilizá-la, temos que disponibilizá-la. Afinal, é uma obrigação do poder público lançar mão de todos os recursos necessários para buscar uma solução para esses casos e dar um conforto a essas famílias”, disse o secretário.
Conforme dados da DPPD, atualmente há 4,2 mil pessoas desaparecidas em Santa Catarina. São aproximadamente 100 crianças, 1,8 mil adultos, 1,6 mil adolescentes e 700 idosos. Quando a delegacia foi criada, em 2013, eram 18,5 mil desaparecidos. O delegado acredita que dos registros existentes, até 90% podem ser de pessoas já encontradas. “Na grande maioria dos casos, a família registra na polícia o desaparecimento e quando a pessoa reaparece, não retorna a polícia para informar que o caso foi resolvido”, explica Redondo.
A Delegacia de Polícia de Pessoas Desaparecidas mantém um site com a relação completa dos casos registrados em Santa Catarina. Mais informações podem ser obtidas no site ou pelo telefone 181.
Agência AL