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31/10/2013 - 14h54min

Pinhalzinho recebe seminário sobre navegação segura

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Rodrigo Nejm, psicólogo e membro da ong SaferNet. Foto: Pedro Squizatto Fernandes

Mais de mil estudantes da rede pública do município de Pinhalzinho participaram do seminário Navegação Segura – Combate à Pedofilia na Internet realizado, quinta-feira (31), pela Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira. A pedido da Comissão de Educação do Parlamento municipal, o psicólogo e membro da ong SaferNet, Rodrigo Nejm, veio da Bahia especialmente para falar sobre os cuidados e as consequências do uso da rede mundial de computadores e sobre os crimes praticados com base na falsa sensação de impunidade que o mundo virtual pode proporcionar. O seminário também foi realizado no município de São Carlos, quarta-feira (30), com a presença de mais de 500 alunos, em dois turnos.

O objetivo da solicitação do seminário foi a prevenção, disse a vereadora de Pinhalzinho, Silvana Bugnotto (PP), membro da Comissão de Educação, que também é professora e mãe. “Estamos nesta expectativa desde junho e agora alcançamos um grande número de estudantes que não teriam a oportunidade de ter um encontro presencial deste porte sem sair de nossa cidade que fica a cerca de 600 quilômetros de Florianópolis”, explicou.

O presidente do Parlamento municipal, Erni de Camargo (PT), lembrou que Pinhalzinho tem atualmente mais de 17 mil habitantes e é considerada um polo educacional do Oeste catarinense, sediando importantes instituições do ensino superior. “Possuímos um histórico de avanço na área educacional e agora acabamos de dar mais um passo na educação para a cidadania plena, incentivando o uso responsável desta poderosa ferramenta”, definiu.

Os limites e o cuidado com a privacidade foram justamente os tópicos mais salientados por Rodrigo Nejm. “A internet não é um mundo sem lei”, definiu ele. “Crimes como calúnia, difamação, furtos, aliciamento, pedofilia, racismo, homofobia e outros, podem ser investigados e punidos, portanto não devemos publicar nas redes sociais aquele conteúdo que não temos coragem de falar pessoalmente”, continuou o palestrante.

Devido ao grande número de consultas, a ong SaferNet mantém um canal de denúncias para crimes (http://www.safernet.org.br/site/webline). E para ajudar as vítimas de atentados à privacidade, a exemplo da invasão de facebook, existe um canal de atendimento denominado Helpline: “Se você está envergonhado ou acha que a culpa foi sua por algum problema que esteja vivenciando, você pode conversar com nossa equipe pela linha de atendimento helpline (www.helpline.org.be) e não precisa identificar-se, nem pagar nada, é tudo gratuito”, esclareceu Nejm.

Algumas vezes, contudo, as pessoas podem ser vítimas de si mesmas, de acordo com o psicólogo, ao construir, ao longo do tempo, um perfil nas redes sociais que pode depor contra ela no meio profissional. Nejm lembra que cada vez mais empresas consultam as páginas dos candidatos a emprego. Esta pesquisa pode revelar qualidades, como um bom domínio do português, ou até problemas de comportamento, destruindo a chance do pretendente à vaga no mercado de trabalho.

Tomar conhecimento de fatos como a impossibilidade de apagar definitivamente as informações já postadas na rede, mesmos depois que foram “deletadas” pelo usuário foram algumas das questões que despertaram a atenção dos alunos. Luiz Henrique Líbero, 17 anos, aluno da escola José Marcolino Eckert, chegou a desabilitar sua página pessoal porque considera “que não agrega nada” e mostrou-se entusiasmado diante das novas informações recebidas no seminário: “Temos que ter muito cuidado com o que tornamos público, porque em breve vamos iniciar nossas carreiras e isso pode influenciar”, salientou.

Adriano Alves Marques, professor de Física, convive diariamente com adolescentes e também têm filhos nesta faixa etária. Ele considerou a exposição bem clara quanto aos verdadeiros riscos da utilização da web. “Rodrigo Nejm tem boa dinâmica e deu uma exata noção do perigo, pois depois que compartilhamos dados não temos mais controle sobre eles”, ressaltou.

A professora Rejane Cecatto, de Língua Portuguesa, mãe de adolescentes, garante que recebeu informações novas, principalmente em relação à segurança do usuário. “Não percebemos como facilitamos a vida de criminosos. Pelas redes sociais, costumamos dar dicas de onde estamos, para aonde vamos e tudo isso publicamente, sem nos darmos conta das consequências da exposição exagerada”, descreveu.

 

Problemas mais comuns na internet entre adolescentes:


Cyberbullyng (bullyng virtual). Acontece quando crianças e adolescentes divulgam conteúdos que humilham e ameaçam outra pessoa, com fotos, vídeos ou comentários violentos, causando vergonha e intimidação, causando medo.

Aliciamento: é quando uma pessoa adulta tenta seduzir, convencer e chantagear, crianças e adolescentes com o objetivo de marcar encontros, produzir imagens eróticas, sexuais e cometer abuso sexual infantojuvenil on-line ou off-line.

Sexting: é quando adolescentes e jovens trocam imagens de si mesmos, com pouca roupa ou nus, e mensagens de textos eróticas, com convites e brincadeiras sensuais entre namorados(as), pretendentes ou amigos(as).

Uso excessivo: quando o usuário fica horas e horas no computador sem querer desligar nunca.

 

Rossana Espezin
Sala de Imprensa

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