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12/05/2015 - 17h48min

Perda de Luiz Henrique comove deputados de todos os partidos

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Deputados fazem um minuto de silêncio em homenagem ao senador Luiz Henrique. FOTO: Eduardo Guedes de Fonseca/Agência AL

A morte do senador Luiz Henrique da Silveira, no domingo (10), comoveu deputados de todos os partidos, que se revezaram na tribuna para lembrar e destacar o legado do ex-governador durante a sessão da tarde desta terça-feira (12). “Um infarto fulminante tirou de cena o político no auge da carreira, tornou os peemedebistas órfãos, os líderes da política estadual perplexos e certos de que o plano de entendimento vai passar por um tempo de decantação dos arranjos e rearranjos que são próprios da atividade política”, analisou o deputado Antonio Aguiar, líder da bancada peemedebista.

João Amin (PP) manifestou pesar à família do ex-governador e lembrou que Luiz Henrique emprestou um casaco ao pai do deputado, adversário político do ex-senador, quando ambos representavam o Parlamento Brasileiro na Europa. “Aprendi que briga não se herda, sou filho de um adversário, mas neto de um grande amigo do pai do senador”, revelou João Amin.

Maurício Eskudlark (PSD) lembrou que Luiz Henrique foi policial civil. “Foi escrivão de polícia durante sete anos, de 1958 a 1965, para nós isso é motivo de orgulho”, registrou o deputado, que destacou o plano de carreira dos policiais civis e o concurso publico para 900 policiais como ações de impacto do ex-governador na área policial.

Ismael dos Santos (PSD) ressaltou a visão, a determinação e a coragem de LHS. “Ouvi dele uma frase de Cervantes, ‘perco pouco se perder os meus bens, perco muito se perder os meus amigos, mas perco tudo se perder a coragem’”, declarou Ismael. Para José Nei Ascari (PSD), Luiz Henrique era um apaixonado por Santa Catarina e pela política. “É uma lacuna difícil de ser suprida, mas deixou um legado, que é muito grande”, avaliou José Nei.

Luciane Carminatti (PT) destacou a capacidade de liderança do ex-governador. “O PMDB perde um dos seus maiores líderes”, afirmou a representante de Chapecó, que citou o apoio do PT a LHS no segundo turno da eleição de 2002. “Decidimos apoiar Luiz Henrique, entendíamos que naquele momento o Brasil precisava dos ventos da mudança”, revelou Carminatti, manifestando em seguida “sentimentos a família e ao PMDB catarinense”.

Segundo Dr. Vicente Caropreso (PSDB), a morte de LHS deixou um vazio na política brasileira. “Ele sempre foi do diálogo, o Brasil precisava dele neste momento”, ponderou Doutor Vicente, explicando que o ex-governador era apaixonado pelas artes. “Ele morreu e todos nós ficamos vendo, ouvindo e sentido pulsar o Teatro Bolshoi”, observou o representante de Jaraguá do Sul, aludindo ao esforço do ex-senador para convencer a tradicional escola de balé da Rússia a abrir uma filial em Joinville.

Jean Kuhlmann (PSD) exprimiu na tribuna sua gratidão ao ex-governador. “Ele nos ensinou muito, via o que ninguém via, acreditava naquilo que ninguém acreditava”, afirmou Kuhlmann, que contou na tribuna que LHS sugeriu ao ex-prefeito de Blumenau, João Paulo Kleinübing, transformar a antiga Vila Germânica em um centro turístico moderno. “Juntou o passado com o futuro”, explicou Kuhlmann.

Valdir Cobalchini (PMDB) contou que LHS costumava dizer “vou ficar rouco de tanto ouvir”. De acordo o representante de Caçador, Luiz Henrique era cumpridor da palavra empenhada e leal ao companheiros. “Mas cobrava com rigor, era um estadista, um emedebista, um ulissista, que teve a lembrança travessa de nos deixar às 15h15 minutos”, discursou Cobalchini.

Manoel Mota (PMDB) revelou que após a divulgação dos resultados da eleição de 2014, quando Mota ficou na suplência, Luiz Henrique logo lhe telefonou. “Menos de 10 minutos depois ele ligou, me disse ‘estou triste, você não merecia isso, mas você não vai ficar nenhum dia fora da Assembleia”, relatou o representante de Araranguá.

Para Natalino Lázare (PR), o ex-governador era um exímio construtor de convergência. Ele recordou na tribuna o gesto de LHS nas eleições de 2006, quando Raimundo Colombo disputou uma vaga ao Senado. “Se não for para votar em Raimundo Colombo senador, não precisa votar em mim para governador”, repetia LHS, segundo Lázare.

Gabriel Ribeiro (PSD) destacou a articulação de LHS para “que um serrano voltasse ao governo de Santa Catarina” e Neodi Saretta (PT) contou que Luiz Henrique, em 2004, tentou convencer o PMDB de Concórdia a apoiar sua reeleição à prefeitura. “Ele tentou e não foi possível, mas foi um gesto de estadista”, avaliou o parlamentar.

Darci de Matos (PSD) afirmou que LHS tinha expressão nacional, mas vivia de modo simples e concedia atenção aos grandes e aos pequenos projetos. “Quem não conquista o menor, não pode ter o maior”, disse Darci. Rodrigo Minotto (PDT) expressou sentimento de tristeza. “Era um político habilidoso, costurava ponto por ponto, estamos muito pesarosos e compungidos pela sua ausência”, resumiu.

Cesar Valduga (PCdoB) reconheceu o “sentimento de dor do povo joinvilense” e afirmou que LHS era um “grande conselheiro”. Fernando Coruja (PMDB) considerou que a biografia de Luiz Henrique é reconhecida em todo país. “Aprendemos muitas coisas com ele, lições de entusiasmo com a vida pública, porque não é fácil uma caminhada política”, justificou Coruja, completando que foi LHS quem o estimulou a disputar uma eleição novamente.

Coruja ainda anunciou que dona Ivete, esposa de Luiz Henrique, pediu respeito ao legado do ex-governador. Mauro de Nadal (PMDB) rememorou a paixão de LHS pela descentralização e Ricardo Guidi (PPS) confessou que admirava o ex-governador. “Ele melhorou a qualidade de vida dos catarinenses”.

Luiz Fernando Vampiro (PMDB) contou que o ex-governador titubeou em nomeá-lo secretário regional de Criciúma. “Ele não queria um Vampiro na SDR”, brincou o deputado. Romildo Titon (PMDB) ressaltou o legado de LHS e expressou solidariedade à família. “Deixou ensinamentos para os políticos e para os catarinenses, o PMDB vai sentir muita falta, ele dava rumo ao partido”, lamentou Titon.

Dia 12 de maio na história catarinense
1945 – Realizou-se, em Florianópolis, a convenção que resultou na fundação do Partido Social Democrático (PSD) em Santa Catarina. Foi eleito presidente Nereu de Oliveira Ramos, na época interventor do estado, nomeado por Getúlio Vargas.

Vítor Santos
Agência AL

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