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27/04/2018 - 22h25min

Participantes de audiência pedem concurso nos bancos públicos

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Evento da Alesc, na noite desta sexta (27), discutiu a importância dos bancos públicos para estado e municípios
FOTO: Solon Soares/Agência AL

A realização de concurso público para a contratação de mais bancários e a suspensão da política de fechamentos de agências foram as principais reivindicações apresentadas pelos participantes da audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina, na noite desta sexta-feira (27), em Chapecó, para discutir a importância dos bancos públicos para o estado e para os municípios catarinenses. O encontro, ocorrido na auditório do Sindicato dos Bancários de Chapecó, foi organizado pela Comissão de Legislação Participativa da Alesc por solicitação da Frente Parlamentar em Defesa do Serviço Público e das Empresas Estatais de Santa Catarina.

Presidente da frente, o deputado César Valduga (PCdoB), que comandou a audiência, apresentou dados que apontam a importância dos bancos públicos no estado. "92% dos financiamentos públicos de Santa Catarina estão na Caixa Econômica Federal, enquanto 84% do crédito rural para o estado sai do Banco do Brasil", exemplificou.

Valduga afirmou que as instituições financeiras públicas desempenham um papel social importante, pois estão presentes em municípios onde os bancos privados não atuam, em virtude da baixa lucratividade. Para o parlamentar, Banco do Brasil, Caixa, BNDES e Badesc também atuam como indutores do desenvolvimento, ao serem responsáveis pela maior parte do crédito disponível no país.

"Apesar dessa importância, nossos bancos públicos estão sofrendo um desmonte, com a precarização dos serviços, falta de funcionários e ameaça de privatização, o que é um ataque à soberania nacional", completou.

O vereador de Chapecó Alzumir Rossari (PCdoB) criticou a forte concentração do sistema bancário brasileiro, atualmente restrito a Banco do Brasil, Caixa e mais três instituições privadas. Apesar dos seus problemas, como a realização de programas de demissão voluntária (PDVs) e aposentorias incentivadas, sem que haja a reposição de funcionários, os bancos públicos ainda são importantes para enfrentar a pouca concorrência que já existe no setor privado.

"Devemos fortalecer os bancos públicos para enfrentar em crise", afirmou o vereador, que também defendeu a realização de concurso público para BB e Caixa.

O vice-presidente do Sindicato dos Bancários de Chapecó e Região, Sebastião Rodrigo Souza de Araújo, afirmou que mesmo o Banco do Brasil perdeu seu viés público ao se voltar a estratégias de mercado para concorrer com os vancos privados e obter resultados aos acionistas. Para ele, a ameaça de privatização de BB e Caixa são reais.

"O setor privado não quer mais a presença do governo no sistema bancário e está pressionando para que ele saia", disse. Ele também comentou sobre a falta de funcionários e a precarização do atendimento, principalmente da população mais carente e dos mais idosos, que ainda se deslocam às agências bancárias.

A gerente regional do Badesc em Chapecó, Margarete De Marchi, afirmou que a unidade do banco de fomento no município atende 104 cidades do Oeste, com duas funcionárias (incluindo-a) e dois estagiários. Ela destacou o papel da agência no atendimento a desastres naturais, no fornecimento de microcrédito, entre outros programas. "Os bancos públicos têm um papel fundamentl para superar os gargalos de crédito do sistema privado", comentou.

Sebastião Machado, funcionário da Caixa em Chapecó, comentou sobre a Proposta de Emenda à Constituição Federal (PEC) 61/2015, de autoria da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que retira da Caixa o papel de executor de recursos destinados por meio de emendas ao orçamento da União para a realização de projetos diversos. Para ele, o banco tem um papel importante de fiscalização na aplicação desses recursos.

Além da necessidade da realização de concurso público e da suspensão do fechamento de agências bancárias, os participantes da audiência também concordaram com o envio de uma moção aos deputados federais e senadores catarinenses cobrando deles um posicionamento a respeito do tema, além de outra moção solicitando a retirada da PEC 61/2015.

Marcelo Espinoza
Agência AL

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