Participação do agronegócio nas exportações catarinenses é destaque
O crescimento das exportações catarinenses no primeiro trimestre foi destacado na tribuna da Assembleia Legislativa, durante a sessão desta quinta-feira (6), pelo deputado Valdir Cobalchini (PMDB). Conforme o parlamentar, as vendas externas de Santa Catarina aumentaram 22,44% no período, atingindo US$ 1,9 bilhão, um resultado puxado pela exportação de carne suína, aves e soja.
“Os dados comprovam que o agronegócio tem sustentado a economia brasileira e catarinense. Vamos aguardar com expectativa que os números do próximo trimestre não sejam prejudicados pela operação Carne Fraca da Polícia Federal”, alertou. Em aparte, o deputado Natalino Lázare (PR) também enfatizou a importância do setor para a balança comercial de Santa Catarina e do Brasil.
Natalino informou que na tarde de hoje entregará pessoalmente ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, uma carta assinada pelos membros da Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa, durante a abertura da tradicional Festa da Cebola, em Ituporanga. O documento contém as principais reivindicações dos produtores catarinenses. Os parlamentares solicitam que o ministério continue atuando para reabrir os mercados que ainda estão reticentes em relação à carne; que sejam flexibilizados os processos de financiamento e refinanciamento de custeio da cebola; e que sejam formados estoques reguladores de milho.
O deputado Aldo Schneider (PMDB) acrescentou que os produtores de cebola reivindicam a fixação de um preço mínimo pelo governo federal para que seja possível competir em igualdade com o produto de outras regiões. “Neste momento, fora a questão da carne, o assunto em termos agrícolas que mais abala Santa Catarina é a situação dos produtores de cebola. Levaremos essa preocupação ao ministro”, disse.
Mulheres na política
A deputada Luciane Carminatti (PT) fez menção a uma matéria publicada no jornal Diário Catarinense, nesta quinta-feira, a qual revela o grande abismo que ainda existe na participação das mulheres na política. Conforme a reportagem, os eleitores em santa Catarina votam menos em mulheres do que a média dos brasileiros. Enquanto na média do país as candidatas receberam 8,14% dos votos válidos na última eleição, em Santa Catarina esse número não chega a 1% dos votos. A matéria atribui esse resultado a uma cultura machista, patriarcal e conservadora, que se reflete na representatividade. De 138 países analisados, o Brasil ocupa a 115ª posição em relação à participação das mulheres na política.
A deputada informou que existe uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) tramitando na Câmara que prevê um percentual mínimo de representação feminina nas cadeiras legislativas, estabelecendo em 10% na primeira legislatura, 12% na segunda e 16% na terceira. “A política precisa contar com a participação da diversidade que é a sociedade. A sociedade brasileira não é apenas masculina e branca”, disse Luciane. Ela defendeu que os partidos criem mecanismos de empoderamento porque o país ainda é extremamente machista na representação política.
Valdir Cobalchini acrescentou que a representação feminina está muito aquém do que deveria. “O esforço deve ser de todos os partidos. A presença da mulher na política se impõe como uma necessidade.”
Atividade física e saúde
Patrício Destro (PSB) destacou evento de ginástica laboral promovido no Hall da Assembleia Legislativa, no início da manhã, para marcar a passagem do Dia Mundial da Atividade Física, comemorado hoje. “Quando o ser humano faz algum tipo de atividade física, isso reduz os custos de saúde pública em qualquer país. O Brasil incentiva muito pouco a sua população a fazer atividade física, dentro de casa ou nas academias. É importante movimentar o corpo para ter qualidade de vida.” O deputado se preocupa que o governo planeje cortar a educação física nas escolas, quando deveria estimular mais. “Se não dermos às crianças a oportunidade de aprender sobre a necessidade de atividade física, cada vez teremos mais sedentarismo. Hoje as crianças já estão apresentando problemas de obesidade e triglicerídios, estão cada vez mais paradas utilizando o computador e o celular”, alertou.
Às vésperas do Dia Mundial da Saúde, 7 de abril, Cesar Valduga (PCdoB) retomou debate sobre as consequências das reformas propostas pelo governo federal e criticou o corte de recursos do programa Farmácia Popular, que ampliou o acesso da população a mais de uma centena de medicamentos, com distribuição gratuita ou subsídio de 90% do valor. O parlamentar informou que o Conselho Nacional da Saúde escolheu como tema este ano “Mais saúde e menos depressão”. Na opinião dele, “não há como evitar uma epidemia de depressão se não for resgatado um projeto de distribuição de renda e justiça social”. Valduga complementou que o povo brasileiro não elegeria esse governo que está promovendo o desmonte das estruturas sociais no país. “A cadeira da presidência foi usurpada para que esse projeto de deformação dos direitos fosse colocado em prática.”
Já o deputado Serafim Venzon (PSDB) utilizou a tribuna para repercutir dados apresentados pela Secretaria de Estado da Saúde durante a audiência pública de prestação de contas quadrimestral, promovida na quarta-feira pela Comissão de Saúde. Entre os dados apresentados pelo secretário Vicente Caropreso, Venzon destacou que a secretaria aplica metade de todos os recursos para o custeio dos hospitais próprios e daqueles que são administrados por Organizações Sociais (OS), que prestam 35% dos atendimentos. “Precisamos encontrar uma forma de melhorar a eficiência da rede própria. O volume de recursos que é consumido pela estrutura própria do Estado não corresponde ao rendimento.”
Infância protegida
Luciane Carminatti falou sobre a lei que cria a escuta protegida de crianças e adolescentes. De autoria da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), a lei publicada no dia 5 de abril determina como o Estado, nas três esferas de governo, deve agir no caso de violência contra crianças e adolescentes. A lei cria o depoimento especial, que assegura à criança e ao adolescente o direito de serem ouvidos em local apropriado e acolhidos com infraestrutura e espaço físico que permitam a sua privacidade. As vítimas passam a ser acompanhas por profissionais especializados em saúde, assistência social e segurança pública. “O ciclo da violência, quando não é interrompido e adequadamente tratado, produz gerações violentas”, alertou a deputada.
Violência
Mário Marcondes (PR) alertou que uma onda de violência bate mais uma vez às portas da Grande Florianópolis, citando o tiroteio ocorrido na noite de quarta-feira no bairro Costeira, um enfrentamento entre gangues rivais que resultou em três mortes. “A violência tem crescido assustadoramente na nossa região, com vários focos de bandidagem”, frisou. Marcondes sugeriu a criação de uma força-tarefa para garantir mais segurança à população, com o emprego de homens da Força Nacional para organização desses espaços e garantia de segurança das comunidades.
Agência AL