30/09/2009 - 18h24min
Parlamento apoia campanha de doação de órgãos
A importância da doação e transplante de órgãos e tecidos foi ressaltada na sessão ordinária desta terça-feira (30). Da tribuna, o presidente do Grupo Hércules, Fernando Cézar Pereira dos Santos, falou das funções da entidade e da necessidade da divulgação e do apoio a este procedimento que é única alternativa de vida para muitas pessoas. O assunto veio à tona pela passagem do Dia Nacional do Doador, celebrado no último domingo, 27 de setembro.
O Grupo Hércules apoia os portadores de hepatites virais e seus familiares, bem como os candidatos em fila, os transplantados hepáticos e seus familiares, além de incentivar e divulgar doações de órgãos e tecidos. Atua em todo o estado, principalmente em Blumenau, onde está localizado o Hospital Santa Isabel, referência nacional em transplantes de fígado.
A entidade pediu a ajuda da Assembleia Legislativa, e de todos que tenham interesse, para a criação de uma casa de apoio para abrigar e acompanhar os pacientes de baixa renda envolvidos em transplantes hepáticos. A prevenção de doenças que prejudicam o fígado também precisa de apoio, já que 90% das pessoas contaminadas pelas hepatites virais só saberão que estão com a doença quando estiverem com cirrose hepática ou câncer no fígado.
De acordo com Fernando, o hospital é líder nacional em doações de órgãos, por três anos consecutivos, atingindo a marca de 16,7 doadores por milhão de habitantes, o dobro da média nacional. O estado atingiu estes números, principalmente, pela atuação da SC Transplantes – Coordenadoria Estadual de Transplantes –, que organizou e modernizou o sistema, se adequando ao modelo espanhol, que possibilita maior facilidade ao doador catarinense.
Mesmo com estes índices, o presidente informou que é preciso melhorar a capacitação e as condições de trabalho das Emergências e Unidades de Terapia Intensiva do estado. “O transplante é um procedimento de alta complexidade feito pelo SUS, garantindo, assim, a igualdade entre os usuários”, avaliou.
Conforme resultados divulgados pelo Ministério da Saúde, na última semana houve um acréscimo de 24,3% no número de transplantes com doador falecido, em comparação com o mesmo período de 2008. Até junho deste ano foram feitos mais de 2 mil transplantes em todo o país. Para a deputada Ana Paula Lima (PT), estes números só foram possíveis devido ao aumento de investimentos por parte do Ministério da Saúde, passando de R$ 400 milhões, em 2004, para R$ 800 milhões, este ano.
A parlamentar revelou que cerca de 1,3 mil pessoas esperam receber um órgão ou tecido, o que indica a necessidade da implantação de políticas públicas ativas para conscientizar toda a população. No ano de 2008, foram realizados 653 transplantes no estado, em mais de 30 estabelecimentos credenciados para a realização desse procedimento. “Em comparação com o período de janeiro a agosto do ano passado, no mesmo período deste ano obtivemos um acréscimo de 130 transplantes.”
Mesmo com estes índices, a deputada defendeu maior empenho dos setores públicos na sensibilização da sociedade para a doação de órgãos. “A negativa da família ainda se constitui no principal obstáculo para o transplante. Temos que somar esforços para aumentar e capacitar as nossas equipes, além de modernizar nossos procedimentos para detectar um possível doador”, observou. (Denise Arruda Bortolon/Divulgação Alesc)