Deputados questionam anúncio de obras na Via Expressa em 10 dias
Os deputados questionaram na sessão da tarde desta quarta-feira (24) a informação amplamente divulgada pela imprensa de que as obras de ampliação da Via Expressa, que liga a BR-101 às pontes Colombo Sales e Pedro Ivo Campos, iniciarão em dez dias. “Fico feliz com a notícia, mas é preciso monitorar. São muitos anúncios”, ironizou Gean Loureiro (PMDB).
João Amin (PP) leu na tribuna várias manchetes de jornais anunciando o início iminente de obras na Via Expressa que jamais se concretizaram. “Será mais uma notícia de uma obra que não é executada?”, perguntou o representante de Florianópolis. Segundo João Amin, o ministro dos Transportes assegurou que assim que a Fazenda Nacional liberar a programação financeira do Ministério dos Transportes, os ajustes orçamentários necessários ao início da obra serão feitos.
Gean Loureiro lembrou que no Orçamento da União para 2016 está previsto apenas R$ 350 mil para a ampliação . “A obra custa R$ 500 milhões”, comparou Loureiro. Dalmo Claro de Oliveira (PMDB) lembrou que no caso da duplicação de trechos das BRs 470 e 280 já foram expedidas as respectivas ordens de serviço. “Mas as obras estão paradas, os recursos estão contingenciados”, lamentou Dalmo.
Concessão da BR-282
Luciane Carminatti (PT) revelou que o Ministério dos Transportes não atendeu o pedido para aumentar o trecho de concessão da BR-282, estendendo-o até a confluência com a BR-470, em Campos Novos, quando o projeto prevê a concessão até trevo da BR-153, em Irani. “Mais uma vez o Oeste não foi adequadamente atendido, mas vou brigar pelo meu estado, quero ligar o Oeste aos portos de Santa Catarina, senão estaremos entregando e não integrando o estado”, opinou Carminatti, referindo-se a intenção do governo federal de desviar o tráfego do Oeste barriga verde para o Paraná, via BR-153.
Valdir Cobalchini (PMDB) também criticou duramente a intenção do Ministério dos Transportes. “É inconcebível que algumas autoridades em Brasília decidam prejudicar Santa Catarina quando tentam fazer com que a nossa produção, ao invés de ter como destino os portos de Santa Catarina, seja deslocada para o porto de Paranaguá. Precisamos nos levantar”, sugeriu o representante de Caçador.
Gratidão e alerta
Ismael dos Santos (PSD) agradeceu o apoio dos colegas pela aprovação do projeto de lei de sua autoria que prevê a elaboração de listas de passageiros nas linhas intermunicipais com trajeto igual ou superior a 100 km. Também agradeceu o apoio dos colegas a sua recondução à presidência da Comissão de Prevenção e Combate às Drogas.
Por outro lado, Ismael alertou para o aumento da produção de drogas sintéticas no estado. “Santa Catarina está em primeiro no ranking de produção de drogas sintéticas, uma mulher foi presa com 68 mil comprimidos, foi a maior apreensão de drogas sintéticas, avaliadas em R$ 3 milhões”, afirmou Ismael.
Situação da saúde
Antonio Aguiar (PMDB) destacou a prestação de contas do segundo quadrimestre de 2015 da Secretaria de Estado da Saúde à Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa. O deputado chamou a atenção para o gasto de R$ 700 milhões com as organizações sociais (OS). “Tem de ver direitinho”, cobrou Aguiar.
Para Fernando Coruja (PMDB), a situação da saúde pública tem piorado nos últimos anos. “Faltam medicamentos, os programas começam a capengar, a impressão que tenho é que lentamente a saúde está deixando de receber recursos que deveria receber. Há uma crise nacional, sinal de que a receita não vai aumentar, mas os programas continuam. Então, se já falta dinheiro, vai faltar mais. E o que vamos fazer? Diminuir que programa, que tipo de atendimento?”, questionou o representante de Lages.
Além disso, Coruja acusou a Secretaria de Saúde de agir de forma discriminatória. “Tem uma UPA na Grande Florianópolis que recebe dinheiro de forma diferenciada do governo estadual, outras UPAs não recebem. O Hospital de Biguaçu recebe tratamento diferenciado. Se você começar a tratar diferenciadamente os que não são desiguais corre o risco de agravar a crise”, alertou Coruja.
Asilo Vicente de Paula
Luiz Fernando Vampiro (PMDB) elogiou a atuação de um grupo de empresários de Criciúma no auxílio ao asilo São Vicente de Paula. “O asilo tinha sérios problemas, mas se modernizou, hoje é uma das melhores instituições de geriatria, graças ao comprometimento de pessoas de bem”, afirmou Vampiro, que destacou repasse do governo estadual de R$ 100 mil para a entidade em 2013.
Em aparte, o deputado Rodrigo Minotto (PDT) também elogiou o empenho dos empresários e da direção da instituição. “Um trabalho de impressionar os olhos”, resumiu.
Novo delegado de Joinville
Dalmo Claro de Oliveira contou na tribuna que os deputados de Joinville reuniram-se com o novo delegado regional, Akira Sato. “Precisamos dar um crédito ao delegado”, avaliou Dalmo, que elogiou modificações já implantadas. Segundo o parlamentar, havia na cidade sete delegacias com plantão noturno. “A maior parte tinha um agente noite sim noite não, muitas vezes que havia agente este não se sentia seguro para fazer um registro por estar sozinho, então o delegado concentrou em uma delegacia o registro do BO noturno”, explicou Dalmo Claro.
Minha casa, meu pesadelo
Patrício Destro (PSB) descreveu na tribuna a tragédia que afetou cerca de 30 famílias que residiam no condomínio Trentino, localizado na Zona Sul de Joinville e construído no âmbito do programa Minha Casa, Minha Vida. Segundo Destro, essas famílias foram expulsas de suas casas por facções do crime organizado.
Ele descreveu o caso de uma mulher expulsa a tiros da residência. “Ela está grávida e foi tirada a bala, hoje não tem sequer onde morar. Ela têm três filhos, o marido abandonou a família, um filho foi para o tráfico sob ameaça de morte, a filha está se prostituindo e a mulher perdeu a casa. Durante sete anos ela rezou para ganhar a casa e logo depois o que era para ser um sonho, virou um pesadelo. A mulher continua pagando as parcelas para não ser assassinada”, relatou Destro.
Segundo o deputado, as facções optaram por ocupar condomínios para atuarem livremente. “Estão atuando dentro dos condomínios, a polícia não pode entrar, são 32 prédios, cerca de 40 apartamentos cada um, mas a PM está de mãos atadas, precisa de autorização para entrar”, revelou Destro.
84 anos do voto feminino
Há exatos 84 anos, no dia 24 de fevereiro de 1932, foi instituído o voto feminino no Brasil. Rodrigo Minotto lembrou que a primeira mulher a se eleger deputada federal, em 1933, foi a paulista Carlota Pereira Queiroz. “Cumprimento todas as mulheres do país, quero cumprimentar cada parlamentar mulher desta Casa, parabéns a todas as mulheres desse país”, declarou Minotto.
Ana Paula Lima (PT) também lembrou a luta das mulheres pelo direito de votar e ser votada, mas ponderou que é preciso avançar mais. “Os homens nunca sentiram na pele a crueldade do machismo”, disparou Ana Paula, afirmando em seguida que as mulheres ainda têm problemas para andar na rua desacompanhada, além de cuidar da escolha de roupas, com o modo de falar e de se comportar. “Como se coubesse a nós mulheres evitar os estupros”, afirmou a deputada, que lembrou o caso do médico florianopolitano que estuprava as pacientes depois de dopá-las.
Hospital do câncer em Concórdia
César Valduga (PCdoB) comemorou a aprovação, pelo governo do estado, da extensão do centro de oncologia do Hospital Santa Terezinha, de Joaçaba, para funcionar no Hospital São Francisco, de Concórdia. “A extensão foi referenciada no plano estadual e espera liberação nacional”, revelou Valduga, completando que há um indicativo de transformar a extensão em uma unidade de alta complexidade em oncologia. “É a saúde mais próxima da população”, avaliou.
Agência AL