Parlamentares e suinocultores pedem atenção do governo para o setor
Deputados e representantes dos produtores rurais catarinenses reuniram-se para tratar da situação da suinocultura no estado na manhã desta quarta-feira (3). A atividade enfrenta dificuldades que atingem principalmente os produtores independentes, responsáveis pelo abastecimento do mercado local. A alta do milho e o baixo preço pago aos produtores têm fragilizado os criadores de suínos que pedem a revisão do ICMS nas vendas para fora de Santa Catarina.
A alíquota de 12% cobrada nessas operações é superior à praticada por outros estados. No Rio Grande do Sul, por exemplo, a taxa é de 4%. Esse é o valor reivindicado pelos produtores que buscam maior competitividade para o produto catarinense. Além disso, a alta do dólar elevou o preço da saca do milho e favorece a exportação deste que é o principal insumo utilizado pelos criadores.
Neste ano Santa Catarina terá uma das menores safras de milho, de acordo o presidente da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Enori Barbieri. A necessidade do estado é de 6 milhões de toneladas por ano e hoje colhe algo próximo a 2 milhões de toneladas. "O desabastecimento se deve à queda na produção e ao aumento do dólar, que favorecem a exportação", explicou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo. "É necessário um pacto para garantir o mínimo de liquidez ao produtor", completou.
Para o presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado de Santa Catarina (Fetaesc), José Walter Dresch, o governo precisa promover o equilíbrio no mercado catarinense. "A discussão de uma política permanente que promova o autossustento e proteja a produção é necessária para segurar o produtor rural", defendeu. O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz Lorenzi, também vê a necessidade de buscar soluções junto ao governo. "A crise vem sempre pelos mesmos problemas que não são resolvidos", observou.
Um documento com as reivindicações dos produtores será encaminhado pelos deputados ao governo, com a proposição de uma audiência pública para tratar do tema. Os parlamentares devem solicitar, além da presença de representantes da Secretaria de Agricultura, a participação da Secretaria da Fazenda para avaliar as demandas elencadas pelos produtores.
A carta também deverá ser enviada ao Fórum Parlamentar Catarinense, que reúne os representantes do estado na Câmara dos Deputados e no Senado. A ideia é reforçar os pedidos do setor junto ao governo federal. Os produtores solicitam crédito para a retenção de matrizes e a realização de leilões da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para aumentar a oferta de milho e equilibrar os valores no mercado.
A reunião foi convocada pelo deputado Natalino Lázare (PR) e contou com a participação dos parlamentares César Valduga (PCdoB), José Milton Scheffer (PP) e José Nei Ascari (PSD), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Suinocultura de Santa Catarina. Todos reconheceram a necessidade de providências para desonerar a produção e de investimentos em logística que diminuam os custos com o transporte das mercadorias e dos insumos.
Agência AL