Parlamentares articulam permanência da Eletrosul em SC
Membros das bancadas do PSL, PT, PDT, PSD, PV e MDB reagiram à decisão da Eletrobrás de incorporar a Eletrosul à CGTE, sediada no Rio Grande do Sul, e articulam reação política para evitar a mudança.
“A Eletrosul é superavitária, gerou R$ 3 bilhões de faturamento, há 50 anos está instalada em Santa Catarina, queremos saber por que o presidente da Eletrobrás tem tanta pressa em incorporar a empresa à CGTE do Rio Grande Sul, que é deficitária. Os relatórios que justificariam a incorporação sequer foram apresentados”, reclamou Ricardo Alba (PSL) na sessão de quarta-feira (3) da Assembleia Legislativa.
De acordo com o representante de Blumenau, a incorporação integra o Plano Diretor de Negócios e Gestão de 2015 da Eletrobrás.
“Os deputados federais já estão se mobilizando para que esta arbitrariedade não ocorra”, informou Alba.
“Meu apoio incondicional a esta causa, estou chocada com o relato que traz aqui, temos de tomar uma medida enquanto Casa, os 40 parlamentares”, avaliou Paulinha (PDT).
“Temos menos de um mês para reverter, é para maio a fusão definitiva, quero pedir ajuda dos deputados para sensibilizar o governo, não dá para ter uma audiência daqui 15 dias, é para ontem. O governo é alinhado ao governo federal, tem mais força para dizer ‘não mexe com a empresa’”, argumentou Luciane Carminatti (PT), que anunciou a criação de uma frente parlamentar em defesa da empresa.
“Quem defende a privatização total dos serviços públicos essenciais tem de refletir quando se entrega para a iniciativa privada, daí não tem força política. Se conseguirmos manter ela aqui, vai ser pela política e só será pela política porque não está 100% entregue à iniciativa privada”, advertiu Ivan Naatz (PV).
“Realmente é para os 40 parlamentares, independente da cor partidária, não deixemos ir a Eletrosul, é uma luta de todos”, concordou Ada de Luca (MDB).
“Meu total e irrestrito apoio, é uma marca de qualidade de Santa Catarina, temos de unir os 40 deputados para brigar pela manutenção da empresa”, confirmou Marlene Fengler (PSD).
Frente Parlamentar de Infraestrutura
Valdir Cobalchini (MDB) falou sobre a Frente Parlamentar de Infraestrutura, lançada na tarde desta quarta-feira com o apoio de vários deputados.
“A Secretaria de Infraestrutura não dispõe de pessoal técnico qualificado para cuidar, articular e organizar todas as áreas de sua competência, mas já que vai receber incremento de pessoal, que também possa cuidar melhor dos projetos ferroviários, dos aeroportos, portos e gás, infraestruturas absolutamente necessárias para o desenvolvimento do nosso estado”, defendeu Cobalchini.
O deputado cobrou prioridade às rodovias.
“Não se concebe nos tempos atuais, quando se exige competitividade, porque é o modal por onde passa mais de 90% das nossas cargas, que o estado ainda lance mão de tapa-buracos”, criticou.
Ações inovadoras
Ricardo Alba elogiou os programas Apoie a Educação e Amigo da Escola e anunciou que o último será adotado pelo estado em breve.
“O programa Apoie a Educação é tocado pelo Ministério Público e completa 18 anos no combate à evasão escolar. O foco é trazer o estudante de volta para a sala de aula, em parceria com escolas e conselhos tutelares. A secretaria também vai implementar o nosso projeto Amigo da Escola e tenho plena convicção de que vai entrar para a história de Santa Catarina.”
Gestão compartilhada das escolas
Ana Caroline Campagnolo (PSL) sugeriu a adoção da gestão compartilhada das escolas, atribuindo competência à Polícia Militar para atuar no ambiente escolar.
“Uma indicação minha e do deputado Mocellin (PSL) propõe a gestão compartilhada das escolas, a polícia passa a cuidar da segurança escolar, isso já é realidade em 120 escolas”, informou Caroline, que exibiu no telão imagens de escolas que compartilham a gestão no Distrito Federal.
Segundo Ana Caroline, os resultados incluem a diminuição do uso de drogas, erradicação do dano ao patrimônio, ações de combate ao bullying, elevação no IDEB, aumento de acesso ao ensino superior e aproximação da escola com a polícia militar.
“Na gestão compartilhada a segurança, a disciplina e o controle de presença ficam com a PM”, explicou Coronel Mocellin.
Lucimara Stasiak
Ada de Luca, coordenadora da Bancada Feminina, lamentou a morte da jovem advogada Lucimara Stasiak, assassinada pelo companheiro em Balneário Camboriú.
“Mais um feminicídio, Lucimara Stasiak, quando nós apelamos que em briga de marido e mulher, se mete a colher, alguns ficam com os olhos arregalados, mas essa moça gritou muitas vezes por socorro e o silêncio foi total. A polícia chegou quando os vizinhos viram sacos e sacos de gelo no apartamento. Até o momento o possível assassino não se entregou, a minha revolta é por esse homem estar prendendo o corpo dela por mais de cinco dias, pura crueldade”, lamentou Ada.
“Minha solidariedade à família e à OAB”, externou Paulinha.
“Lucimara Stasiak foi vítima de crime passional, nossa solidariedade”, expressou Ana Caroline.
Água contaminada
Padre Pedro Baldissera (PT) alertou a comunidade barriga-verde para a possibilidade de consumir água contaminada por agrotóxicos.
“Infelizmente a sociedade está bebendo veneno, a cada 100 pessoas, 20 que são da roça já têm constatada a presença de câncer”, informou Padre Pedro.
Eleições unificadas
Marcius Machado (PR) pediu apoio dos pares para a aprovação de projeto de resolução autorizando-o a contatar outras assembleias legislativas para articular uma emenda constitucional para unificar o calendário eleitoral.
“Vou conversar com outros deputados dos estados membros”, justificou Machado, que detalhou gastos de cerca de R$ 5 bilhões com fundo partidário, fundo eleitoral e isenção de impostos no caso do programa eleitoral gratuito nas eleições de 2010 a 2016.
“Este é um debate que há muito se arrasta, gostaria que acrescentasse outras questões, como voto distrital, defendo o voto distrital misto”, pediu Ismael dos Santos (PSD).
Receita x despesa
Coronel Mocellin (PSL) minimizou o aumento da receita, estimada em R$ 911 milhões nos três primeiros meses do ano, e garantiu que o tesouro teve déficits crescentes nos primeiros meses do ano.
De acordo com Mocellin, em janeiro houve um incremento de 11% da receita, seguido de 18% em fevereiro e 13,8% em março. Por outro lado, o déficit em janeiro foi de R$ 108 milhões e em fevereiro pulou para R$ 195 milhões.
Para Mocellin, apesar do incremento na receita, o aumento de 1% nos recursos da saúde, a dívida herdada da referida secretaria, o déficit previdenciário, o pagamento de precatórios e das dívidas contraídas pelo estado absorvem os referidos recursos.
Situação muito boa
Doutor Vicente Caropreso (PSDB) considerou “muito boa” a situação do centro de eventos de Balneário Camboriú, cujas obras estão quase concluídas.
“A obra física está 93% terminada, foram mais de R$ 120 milhões investidos, ainda falta adquirir equipamentos, como elevadores, ar condicionado, divisórias, mas os recursos estão assegurados. Tudo está caminhando como deveria caminhar”, garantiu Caropreso.
Dois assuntos
Ismael dos Santos vocalizou preocupações pontuais relativas à reforma administrativa e à primazia da colonização italiana no Brasil.
“Estou protocolando junto à Comissão de Educação questionamento sobre a estrutura a ser adotada após a extinção das agências regionais. Como vai funcionar? Para trocar a fechadura de uma escola em Abdon Batista vamos mandar um técnico de Florianópolis”, questionou Ismael.
Sobre a colonização italiana, Ismael criticou lei federal que atribuiu à cidade de Santa Tereza do Espírito Santo (ES) o pioneirismo da emigração italiana no Brasil, em 1874.
“Os primeiros chegaram aqui na Capital e foram para São João Batista e fundaram a colônia Nova Itália em 1836”, justificou Ismael.
Agência AL