Parlamentar combativo, Sargento Soares deixa a Assembleia após oito anos
Um dos parlamentares mais combativos da legislatura que se encerra, Sargento Amauri Soares (PSOL) completou oito anos na Assembleia Legislativa. Na eleição de outubro passado, ele concorreu ao Senado Federal e ficou na quarta colocação. Apesar de estar sem mandato, Sargento Soares vai prosseguir na vida pública.
“Não é o fim da história, nem da luta pela sociedade que a gente defende. É o fim de um período em que representamos setores da classe trabalhadora, especificamente a categoria de praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militares”, comenta Soares, que não pretende ser candidato a prefeito nas eleições de 2016, mas não descarta a possibilidade de participar de uma composição para as eleições parlamentares em 2018.
Soares não concorreu à reeleição por entender que mesmo os mandatos parlamentares devem ter um limite nas reconduções. “Ser deputado não é uma profissão, é um período de representação que precisa ser renovado, revisado”. Por isso, defende uma reforma política profunda, mas que, na sua opinião, não será realizada pelo Congresso Nacional, atrelado aos interesses do grande capital. “Não interessa que prevaleça a vontade do povo, mas dessas grandes empresas, que financiam os candidatos eleitos. Com isso a soberania popular fica rebaixada. A mudança não virá do Congresso Nacional. A mudança virá de baixo. A sociedade precisa se reorganizar e formar um movimento para essas mudanças”.
Sobre o desempenho dos dois mandatos à frente da Assembleia, Sargento Soares acredita ter defendido os interesses dos movimentos sociais, mas reconhece a dificuldade na aprovação de projetos de lei de sua autoria. “Saio com a consciência tranquila. Mostramos que é possível desempenhar mandato com fidelidade às bases sociais e defendendo o que é mais legítimo na sociedade catarinense. Saio com a sensação do dever cumprido, mas não fizemos tudo o que queríamos. Os projetos mais importantes da nossa autoria não foram aprovados. Esperamos que outras legislaturas possam resgatar esses projetos”, finaliza.