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25/02/2015 - 17h24min

Greve dos caminhoneiros continua e Oeste já sofre desabastecimento

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Sessão ordinária desta quarta-feira (25). FOTO: Eduardo Guedes de Oliveira/Agência AL

A paralisação dos caminhoneiros continuou nesta quarta-feira (25) e já causa desabastecimento no Oeste catarinense. O assunto voltou a pautar os discursos dos deputados na sessão ordinária da Assembleia Legislativa. “O Hospital São Francisco, de Concórdia, suspendeu os atendimentos eletivos por causa de desabastecimento de medicamentos”, informou Neodi Saretta (PT), acrescentando que frangos e porcos correm risco de morrer de inanição. “Falta ração”, lamentou o parlamentar.

Dirceu Dresch (PT) avisou que esta quinta-feira (26) será um dia crítico para a agroindústria. “Amanhã a situação será caótica”, prognosticou, aludindo à falta de comida para os animais confinados. Manoel Mota (PMDB) lamentou as consequências da paralisação, mas observou que os caminhoneiros não tiveram alternativas. “Fizeram isso porque não conseguem sobreviver, o frete caiu, a dificuldade é grande, o combustível caiu no mundo inteiro, só no Brasil subiu”, avaliou Mota, que cobrou do governo federal uma proposta mínima para amenizar o conflito.

Dresch ponderou que a principal reivindicação dos caminhoneiros – a redução do preço do diesel – não depende apenas do governo federal. Segundo o deputado, os combustíveis aumentaram por causa da volta da Cide e a renúncia desse imposto atingiria estados e municípios, também contemplados na divisão do bolo arrecadado.

Marcos Vieira (PSDB) criticou o que chamou de tarifaço aplicado pela presidente Dilma Rousseff.  “Aumentou a gasolina, o álcool, o diesel, os juros do crédito, os tributos sobre exportações, não reajustou a tabela do IR”, enumerou Vieira, que lamentou a truculência da Polícia Rodoviária Federal, que disparou balas de borracha contra os manifestantes que bloqueavam a BR-282, no Oeste.

Cesar Valduga (PCdoB) opinou que o movimento é legítimo e democrático, mas frisou que a paralisação atingiu em cheio o setor produtivo do Oeste, com frigoríficos fechados e a produção leiteira sendo descartada. “Mais de 23 mil funcionários das agroindústrias estão parados”, alertou Valduga.

110 anos do Rotary
Gean Loureiro (PMDB) lembrou a passagem de 110 anos de fundação do Rotary Clube e citou a erradicação da poliomielite como um exemplo de ação realizada em parceria com a instituição. “Foi através de recursos da Fundação Rotary que aconteceram os primeiros investimentos na aplicação das vacinas contra a pólio”, informou Loureiro, que citou os princípios do rotariano: agir com verdade e justiça, criar boa vontade na comunidade e ser benéfico a todos.

Gás natural
Antonio Aguiar (PMDB) cobrou articulação política para viabilizar a continuidade do gasoduto que ligará Araucária a São Mateus, no Paraná, este último município próximo de Três Barras, no Planalto Norte barriga verde. “São apenas 35 km, pode chegar a Caçador e até o Oeste”, defendeu Aguiar.

Devolução espontânea
Aguiar anunciou que protocolou Proposta de Emenda à Constituição (PEC) disciplinando as devoluções espontâneas realizadas pelos poderes no final do exercício financeiro. “Elas irão para hospitais filantrópicos, para aumentar os investimentos públicos, são recursos extraordinários que hoje são aplicados de forma indiscriminada”, revelou Aguiar, completando que em dois anos foram devolvidos ao Executivo cerca de R$ 184 milhões.

Região de Videira reclama
Da tribuna, Natalino Lázare (PR) cobrou atenção do governo para a região de Videira. “A região enfrenta diversas dificuldades, teve sérias perdas na agroindústria, tem graves problemas na infraestrutura, as estradas estão em estado lastimável, não tem nenhum procedimento de média e alta complexidade pública e possui carência na área da educação”, elencou Natalino.

Hospital São José de Joinville
Dalmo Claro de Oliveira (PMDB) descreveu um quadro preocupante da saúde pública no Norte do estado. Ele explicou que o Hospital São José, de Joinville, que é municipal, está consumindo cerca de R$ 6 milhões por mês dos cofres da cidade. “Mais de 80% vai para folha de pagamento”, informou o deputado, explicando que os recursos do SUS não cobrem o custeio restante.

“O hospital vai reduzir o atendimento à população”, noticiou Dalmo Claro, lamentando em seguida a repercussão da decisão nas cidades vizinhas, uma vez que cerca de 25% dos pacientes atendidos nesse estabelecimento são moradores dos municípios próximos. “A pactuação cobre 20% desses custos, é a Prefeitura de Joinville que está bancando a média e alta complexidades para os municípios vizinhos”, ponderou o deputado.

Projetos aprovados
O plenário aprovou o Decreto Legislativo 01/15, da Comissão de Finanças e Tributação, aprovando as contas do Executivo relativas ao exercício de 2012. Também foi aprovado o Projeto de Lei nº 366/13, do deputado Antonio Aguiar, que proíbe a cobrança de valores adicionais para matrícula, renovação ou mensalidade de estudante com deficiência em instituições de ensino do estado.

Dia 25 de fevereiro na história catarinense
1777 – O grosso das tropas espanholas ocupa a Ilha de Santa Catarina, tomando as fortalezas de Santa Cruz e Ratones e a vila de Desterro.
1894 – Decreto nº 1679, do governo de Floriano Peixoto, prorroga até o dia 28 desse mesmo mês o estado de sítio no Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Vítor Santos
Agência AL

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