Parajasc completa 10 anos e recebe homenagem da Assembleia
O Poder Legislativo comemorou a passagem dos 10 anos dos Jogos Abertos Paradesportivos de Santa Catarina (Parajasc) na noite desta terça-feira (3) com homenagem às instituições, atletas e dirigentes que lograram fixar no calendário desportivo barriga-verde uma competição que permite aos deficientes romper limites físicos e psicológicos. “É hora de celebrar”, declarou Angela Albino (PCdoB), propositora da sessão especial, ponderando, todavia, que o Parajasc “precisa de mais apoio, de mais recursos e de interlocução dentro do governo para se tornar um grande evento esportivo”.
Para Angela, o grande legado dos Parajasc é o exemplo de mulheres e de homens que, revelados nos Parajasc, conquistam medalhas e troféus para o desporto catarinense e brasileiro em competições nacionais e internacionais, inclusive nas olimpíadas.
Flávio Reitz ressaltou que há muitos atletas despontando, além de integrantes de seleções e alguns recordistas. “Observamos vários atletas com potencial para representar o estado e o país na olimpíada Rio 2016”, declarou Reitz, acrescentando que cada vez que entra em quadra tenta melhorar sua marca no salto em altura. “O legado está aí, a história está sendo escrita”, observou o atleta.
Rosenilda Ribeiro, que participa dos Parajasc desde 2006 e conquistou medalha de ouro nos 400 m, 800 m e 1.500 m em Chapecó/2014, agradeceu emocionada aqueles que idealizaram os Parajasc. “Comecei com 16 anos, não tinha muita perspectiva de vida, enxergo pouco, mas um professor me convidou e tive a oportunidade de acreditar em mim mesmo. Hoje a pessoa com deficiência começa a ver novos horizontes, a acreditar nas suas potencialidades. Eu me sinto incluída, estou terminando minha faculdade de Psicologia. Espero que o Parajasc só melhore e cresça”, declarou a atleta.
Segundo João Cascaes, técnico da Fesporte, a participação dos municípios nos Parajasc aumenta a cada edição. “Em Chapecó foram 63 municípios presentes, mais de 2,5 mil atletas disputando 12 modalidades”, declarou emocionado Cascaes.
Potência por conta da violência
Josiane Dias de Lima, medalhista paraolímpica no remo e integrante do Comitê Olímpico Brasileiro, lembrou que o Brasil é uma potência do esporte paraolímpico também por conta da violência. “Dos 20 atletas da nossa equipe, dois foram feridos a bala, a maioria ficou deficiente no trânsito, poucos têm deficiência congênita”, explicou Josiane, que comparou o Brasil com os EUA e a Inglaterra, cujas equipes paraolímpicas possuem vários ex-soldados que voltaram de guerras cegos, surdos ou com braços e pernas amputados.
Josiane lembrou que a maioria dos deficientes reside em países em desenvolvimento, circunstância que diminui a possibilidade de obterem auxílio político e jurídico. Além disso, a atleta destacou “que as meninas e as mulheres com deficiência são mais vulneráveis aos abusos e à violência”. Josiane afirmou “a melhor alternativa para promover a qualidade de vida dos deficientes é através do esporte, seja de competição ou apenas terapêutico”.
Homenageados da noite
Erivaldo Nunes Caetano Junior, superintendente da Fesporte,
Elton Carlos Verardi Dutra, presidente da Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE)
Alexandre Monguilhotti, presidente do Conselho Estadual de Esportes (CEE)
Rosângela Castro
Rosicler Ravache
João Batista Cascaes
João Ghisoni
Ana Maria Fonseca Teixeira
Jeferson Roberto Seeber
Anselmo Alves
Agência AL