Para especialista, gestão pedagógica precisa focar na avaliação de professores
Juliano de Melo Costa, professor e diretor da Pearson Brasil, defendeu que uma gestão pedagógica eficiente precisa focar na avaliação dos professores. “No mundo inteiro os professores são avaliados, aqui estamos criando essa cultura agora. Na Europa, por exemplo, se 18% dos alunos aparecerem com média abaixo do esperado, acende a luz para a intervenção na aula do professor”, afirmou Melo Costa durante palestra no Seminário Educasul de Gestão Escolar, que acontece de quinta (31) a sexta (1º), no Centrosul, em Florianópolis.
Cristina Makowiecki, professora da rede municipal de ensino da capital, argumentou que a avaliação gera desconforto entre os educadores. “Comece com os professores que querem, construa as rubricas de avaliação democraticamente e aplique nos professores que toparem. O resultado vai vir, os pais vão pedir para avaliar e a rede vai pressionar os resistentes”, garantiu o especialista.
Melo Costa destacou que os gestores (diretores e coordenadores de escolas) também devem ser capacitados para dar feedback aos professores avaliados. “Ou contrata alguém para uma mentoria ou coaching, ou trabalha com professores de alta performance da própria rede educando os professores medianos”, ensinou.
Além disso, o especialista da Pearson ponderou que a avaliação deve ser implantada passo-a-passo. “Sugiro criar a rubrica (os quesitos a serem avaliados) nos próximos doze meses, tem de ser construída democraticamente, com a participação dos professores, se não for assim, vai perder os professores. Depois sugiro pilotá-la em uma escola da rede com dez, doze professores, mas lembrem-se, as informações devem permanecer bem guardadas, são sigilosas”, advertiu.
Avaliação de surpresa
Adriana Ferrari, diretora de EEB Anísio Teixeira, de Florianópolis, questionou a validade das avaliações, uma vez que o professor pode ministrar uma excelente aula quando está sob avaliação e relaxar nas outras aulas. “A avaliação tem de ser semanal e de surpresa, tem de ser surpresa minha gente”, orientou.
Melo Costa ainda enfatizou que a avaliação do professor não é o ponto de partida. “O ponto inicial é o resultado da aprendizagem, se os alunos do 6º A estão aprendendo, não precisa avaliar o professor, a não ser que você queira que melhore mais. Mas se o rendimento está abaixo do esperado, o gestor pedagógico precisa intervir”.
Agência AL