Pandemia, lockdown e dia das mulheres são destaques na Alesc

O avanço descontrolado da pandemia do coronavírus, a possibilidade de lockdown e o dia internacional da mulher ganharam destaque na sessão de terça-feira (9) da Assembleia Legislativa.

“A situação é desesperadora, em carta aberta os maiores hospitais privados de Florianópolis comunicaram que estão fechando as portas. O prefeito de Lages, Antonio Ceron, decretou lockdown. Não podemos deixar de agir, como disse o prefeito daqui a pouco não vai faltar só UTI, mas lugar para enterrar nossos mortos”.

Ada de Luca (MDB) criticou a maquiagem da pandemia.

“Diante do pior momento temos de parar de tomar decisões erradas, de dourar a pílula, de melhorar a aparência, de colocar porta-copos. É triste, mas temos de parar de maquiar, precisamos administrar um remédio amargo e doloroso”, avaliou Ada, referindo-se ao lockdown.

A parlamentar citou os exemplos dos EUA e de Israel, que já vacinaram grande parte da população. “Aqui no Brasil não temos a certeza sobre a vacinação, vai demorar muito para termos vacinação em massa”, previu Ada.

Marlene Fengler (PSD) também destacou o crescimento dos casos de Covid e pregou a união de esforços.

“O momento é de união, de trabalharmos juntos para encontrar soluções, este Parlamento não pode se perder em debates que não contribuem. Os números são desoladores e a realidade de perto, pior ainda. A superlotação não é isolada, hoje Santa Catarina tem 388 pessoas na fila da UTI”, informou Marlene.

A deputada defendeu a decisão do prefeito de Lages de decretar lockdown no município.

“É óbvio que ele não queria lockdown, é empresário, mas é a melhor alternativa para desafogar a rede hospitalar”, garantiu Marlene, que citou o caso de Chapecó que atualmente conta com 106 leitos de UTI Covid, mas que são insuficientes diante da demanda.

Além de recomendar coragem aos gestores para tomarem decisões corretas, Marlene sugeriu suspender a cobrança de ICMS das empresas que adotam o simples nacional, caso o lockdown seja decretado em todo estado, bem como a criação de um fundo estadual de apoio aos pequenos.

Por outro lado, Ada de Luca, Paulinha (PDT) e Marlene repercutiram na tribuna a passagem do dia internacional da mulher, celebrado na última segunda-feira.

“Que nunca nos falte fibra e garra, as mulheres estão mostrando sua força como cuidadoras, agentes comunitárias, cientistas e líderes nacionais, que mesmo carregando fardos desproporcionais, oferecem contribuição fundamental neste momento de pandemia”, afirmou Ada.

A emedebista defendeu a igualdade entre homens e mulheres, a participação da mulher na tomada de decisões, o fim da violência de gênero, a divisão igualitária dos trabalhos domésticos e o acesso pleno aos serviços de saúde.

Paulinha concordou com a colega e sugeriu aos demais deputados agilizar a tramitação dos projetos de leis que dizem respeito à mulher.

“São 41 projetos relacionados com as mulheres, sugiro promover uma reunião de líderes para neste mês de março escolher uma data para apreciar as proposições que têm concordância da Casa”, opinou Paulinha.

Marlene Fengler também homenageou as mulheres

“Quero render homenagem a todas as mulheres que cada vez mais mostram garra e disposição para estarem onde quiserem e serem o que quiserem”, declarou Marlene, que lamentou a necessidade da passagem de seis gerações para as mulheres conquistarem paridade nos parlamentos.

“A gente tem de olhar para o Legislativo e para o Executivo e se enxergar lá, isso é mais que democracia, é justiça”, garantiu Marlene, que citou o esforço da Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira na formação política das mulheres catarinenses.

Lula livre
Jessé Lopes (PSL) criticou duramente a decisão do ministro Edson Fachin que retirou da Vara Federal de Curitiba a competência para julgar os crimes cometidos pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, remetendo os processos afins para a Vara Federal de Brasília, para novo julgamento.

“O Brasil definitivamente não é um país sério, posso ir preso, mas jamais deixarei de representar as pessoas que me colocaram aqui. Um ministro decidiu safar o cara mais corrupto que esse Brasil já viu, foi um tapa na cara do brasileiro e agora nós temos Lula livre e elegível depois de ser condenado”.

Jessé ponderou os anos de investigações, os recursos públicos investidos, os R$ 4 bi recuperados, acusou Fachin de apadrinhamento político e cobrou dos senadores a abertura de um processo de impeachment do referido ministro.

Segunda pista do aeroporto de Navegantes
Paulinha cobrou do governo federal a revisão das obrigações constantes na proposta de concessão do Aeroporto de Navegantes.

“Navegantes, as entidades e o governo do estado discutem judicialmente, haja vista que o aeroporto de Navegantes não pode ser tratado de aeroclube, caso os investimentos previstos não tenham este ponto reestabelecido”, apelou Paulinha, referindo-se à inclusão no contrato da obrigação de construir uma segunda pista.

Bicentenário de Anita Garibaldi
Paulinha sugeriu ao Executivo que promova eventos relativos ao bicentenário do nascimento de Anita Garibaldi, a heroína dos dois mundos.

“Anita tem tido mais referências da sua passagem, da sua luta e da sua coragem em outros países como Itália e Uruguai. Precisamos comemorar a vida da nossa heroína, que faleceu antes dos 30 anos”, defendeu.

Bruno Souza (Novo) e Ada de Luca apoiaram a iniciativa.

“O estado pode declarar este ano como o ano do bicentenário de Anita para honrar a memória dessa heroína genuinamente catarinense”, concordou Bruno.

“Todos os aniversários de Anita são muito bem comemorados”, registrou Ada.

Violência contra as crianças
Felipe Estevão (PSL) apresentou dados sobre a violência cometida contra crianças e ressaltou que cerca de 80% dos casos de violência acontecem em casa, sendo que 21% dos casos envolvem violência sexual.

Joinville 170 anos
Kennedy Nunes (PSD) comemorou na tribuna os 170 anos de fundação de Joinville, a Manchester catarinense.

“Joinville, eu queria você muito mais cuidada e bela, mas infelizmente as últimas gestões não tiveram muito cuidado, mas mesmo assim Joinville eu te amo e vou fazer de tudo para ser uma cidade melhor”.

Demissão e recontratação
Kennedy denunciou que um coronel aposentado foi demitido por recomendação do Tribunal de Contas da diretoria do Porto de Imbituba por não preencher os requisitos mínimos exigidos.

Todavia, uma vez demitido, o coronel foi novamente contratado, agora como assessor especial do Gabinete do Governador para comandar os portos de Santa Catarina.

Diretores da Celesc
Kennedy alertou a comunidade para observar de perto a próxima reunião do Conselho da Celesc, uma vez que os diretores, diante do não cumprimento das metas, resolveram discutir a revisão delas para possibilitar o pagamento de adicionais no salário.

“No dia 11, em meio à pandemia, a Celesc vai fazer uma reunião do Conselho, na pauta o reexame da proposta do contrato de gestão da Celesc, uma vez que neste contrato o Conselho coloca metas e se as metas são cumpridas cada diretor ganha seis salários de brinde. Como as metas não foram alcançadas, vão revisar, é uma vergonha”.

Hospital Tereza Ramos
Marcius Machado (PL) novamente cobrou a reabertura na nova ala do Hospital Tereza Ramos, de Lages. De acordo com o deputado, se reativados os dois andares, é possível instalar 92 leitos clínicos.

Marcius cobrou agilidade da Secretaria de Saúde e citou processo seletivo para chamamento de 15 enfermeiros para o hospital, mas que ainda não foi liberado

“Fiquei pasmo porque foi aberto processo seletivo para 15 enfermeiros e a SES ainda não liberou, mas o esgotamento dos profissionais é tremendo”, pontuou Machado, que sugeriu a Secretaria de Saúde a contratação de pacote completo para o hospital, referindo-se aos recursos humanos e insumos para tratamento da Covid.

Genésio Goulart
Mauro de Nadal (MDB), presidente da Casa, lamentou a morte do ex-deputado Genésio Goulart (MDB), ocorrida segunda-feira (8), em Tubarão. O ex-deputado nasceu em 1954, era técnico agrícola e empresário.

Em 1992 elegeu-se vereador de Tubarão e prefeito em 1996, período em que presidiu a Associação de Municípios da Região de Laguna (Amurel). Em 2002 conquistou uma cadeira de deputado estadual, mandato que renovou em 2006.

Volnei Weber (MDB) lamentou a morte do companheiro de partido.

“Meus mais sinceros sentimentos à família do meu nobre colega, falecido decorrente de complicações depois de uma cirurgia. Ele lutava desde 2009 contra uma doença degenerativa. Genésio fez muito pela região Sul, foi no nosso município, visitou minha casa e me convenceu naquele momento a sair e pedir apoio político na região”, revelou Volnei.