Palestras encerram Seminário Estadual sobre a Síndrome de Down
Dando continuidade a programação do Seminário Estadual sobre a Síndrome de Down, realizado ao longo desta segunda-feira (21), as palestras visaram promover por intermédio de médicos especialistas, educadores e familiares uma troca de informações para melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência.
As atividades iniciaram com a abordagem do médico geneticista, Rui Pilotto, que iniciou sua explanação considerando a importância da conscientização da sociedade sobre a existência da Síndrome de Down. Segundo ele, é fundamental saber lidar tanto com a criança quanto com os familiares. "Neste contexto buscamos falar sobre o aconselhamento genético, onde incluímos as orientações às mães que possuem crianças com a síndrome e a sociedade em geral de como pode ocorrer o nascimento de uma criança com Down."
Na ocasião, Pilotto explicou que o diagnóstico cedo viabiliza a intervenção precoce, onde é possível fazer a estimulação do bebê buscando melhorar suas condições de socialização, alfabetização e locomoção. A Síndrome de Down ainda não tem cura, mas tem tratamentos específicos que podem contribuir para uma vida digna sem preconceito.
Ao falar sobre o diagnóstico precoce, o médico ressaltou a importância do teste chamado "estudo cromossômico", mais conhecido como cariótipo, que confirma com exatidão se o bebê tem ou não Down. Por ser um teste caro, o especialista defendeu que o governo estadual deveria bancar o exame a todos os recém-nascidos. "Com o diagnóstico pronto é possível instruir os pais e possibilitar a esta criança uma vida mais acessível e de inclusão social."
O deputado José Milton Scheffer (PP) falou sobre a relevância do evento. A informar que a Síndrome de Down é uma alteração genética ligada ao excesso de material cromossômico que ocorre, em média, em 1 a cada 800 nascimentos, o parlamentar afirmou que a Casa está atenta ao tema. Através do Projeto de Lei n 409/205, de sua autoria, Schefer explicou que a matéria propõe a Secretaria Estadual de Saúde que as maternidades, hospitais e instituições similares no Estado realizem o exame do estudo cromossômico, denominado teste de cariótipo, nos recém-nascidos com hipótese diagnóstica da Síndrome de Down. "Com esse resultado é possível dar a esta criança um aparato do estado para que ela posso se desenvolver."
O encerramento do seminário foi marcado pela palestra da psicóloga Jéssica Cardoso. Durante sua explanação, a especialista falou sobre a "Sexualidade da pessoa com deficiência". Ao afirmar que a sexualidade entre as pessoas com a síndrome é um tabu na sociedade, Jéssica fez um alerta de que isto precisa mudar, pois cada vez mais as pessoas portadoras da síndrome vêm vivenciando a descoberta do corpo, como qualquer outra pessoa.
Com a proposta de acabar com essa super proteção, que gera o tabu, Jéssica explica que é necessário conversar sobre sexualidade com as pessoas com Down. "Essa é uma conversa que precisa abordar o desenvolvimento do corpo, o namoro, o casamento, entre outros fatores."
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