PAB celebra nove anos no Parlamento beneficiando 229 jovens
Em nove anos de existência do Programa Antonieta de Barros (PAB), 229 jovens estudantes tiveram a oportunidades de estagiar na Assembleia Legislativa. Além de aprender sobre as rotinas do ambiente de trabalho, puderam interagir e contribuir com as atividades do Parlamento catarinense. Para marcar a passagem do aniversário do PAB, foi realizado na noite desta terça-feira (6), um ato solene, com a participação de representantes de ONGs e entidades do movimento negro, autoridades políticas, dos estagiários do programa e seus familiares.
A família de Thomaz Bregue Daniel da Rocha era uma dessas. A mãe dele, Célia, uma das tias e a avó estavam na plateia, orgulhosas da oportunidade oferecida ao jovem de 17 anos, estudante do segundo ano do ensino médio e do curso técnico noturno de Informática no Senai. “Ele sempre foi um menino responsável. Mas depois do estágio, ele perdeu a timidez e está mais aberto. Era um sacrifício para ele falar antes de vir para a Assembleia”, contou Célia.
Thomaz confirmou que aprendeu a se socializar mais. Além das atividades na Secretaria-Geral da Presidência, o jovem diz que fez vários amigos no Parlamento. “Aprendi também a ser mais responsável. Sei que várias portas vão se abrir para mim”, acredita. Além da alimentação diária, Thomaz recebe uma bolsa de R$ 450 e vale-transporte. O dinheiro, segundo a mãe que trabalha como ajudante de cozinha, faz diferença no orçamento familiar. “É importante para nós e para ele, principalmente, que já pode planejar e adquirir suas coisas”.
A servidora da Assembleia, Marilú Lima de Oliveira, coordena o PAB e afirma que o principal benefício do programa é a diversidade que promove. “A troca entre os servidores e os jovens é muito importante. Há nove anos o Legislativo faz a diferença em várias comunidades de Florianópolis e região”, disse. O compartilhamento de saberes e o desenvolvimento de competências são características do programa, segundo Marilú. Durante o estágio, os estudantes passam por diversas capacitações da Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira.
A sobrinha-neta de Antonieta de Barros, Cecília Bresciani, prestigiou o evento e ressaltou a importância da iniciativa na vida de dezenas de jovens. “É uma justa homenagem a Antonieta”, disse, ao refletir que é preciso ressaltar a história da mulher que representou muito para Florianópolis e Santa Catarina. Antonieta de Barros foi professora e eleita a primeira deputada negra do país em 1934.
Números do PAB
Dos 229 jovens que já passaram pelo PAB, 74% eram negros, sendo 72,5% com renda inferior ou igual a um salário mínimo. Entre os jovens, pelo menos 5% são pessoas com deficiência. A maioria, 70%, cursava o ensino médio e 10% já eram pai ou mãe quando ingressaram no programa. “Queremos dar oportunidades a jovens em situação de vulnerabilidade social e provar que eles podem fazer a diferença”, ressaltou Marilú.
O PAB é instituído pela Lei 13.075/2004. Os jovens selecionados para o estágio, de quatro horas diárias, recebem capacitação profissional em diversos assuntos como noções de economia doméstica, relações interpessoais, higiene pessoal, atendimento ao público e atendimento telefônico, além uma bolsa-auxílio no valor de R$ 450, mais alimentação e auxílio-transporte de R$ 87. O estágio é de um ano, prorrogável por mais um.
Por tratar-se de uma política de inclusão social, o programa Antonieta de Barros prioriza os estudantes entre 16 e 24 anos, matriculados no nível médio ou superior e que possuam vulnerabilidade no local de moradia e renda familiar de até 2,5 salários mínimos, além de critérios de gênero (preferência para mulheres), etnia e inclusão de pessoas com deficiência.
Rádio AL